118 | Ano A | 25ª Semana Comum | Terça-feira | Lucas 9,1-6
(27/09/2023)
Hoje somos convidados/as a meditar o
episódio do envio missionário do “grupo dos doze”. Estamos diante da crônica de
uma nomeação solene, onde cada nome é citado com ênfase. Isso acontece pouco
antes de Jesus iniciar sua peregrinação a Jerusalém, e sabemos que, entre o
chamado (cf. 5,1-12) e o envio dos discípulos, Jesus se dedica à formação
diligente daqueles que doravante o precederiam e u representariam.
Lucas não nos apresenta propriamente o
conteúdo doutrinal da missão, mas nos oferece uma espécie de “estatuto da
missão” e descreve o estilo de vida daqueles que Jesus envia à sua frente. O
foco da missão é claramente pressuposto: o anúncio do Reino de Deus, mostrando
através de ações e sinais (curas e exorcismos) que Deus chega para libertar de
todas as escravidões. Jesus envia seus escolhidos para fazer o mesmo que ele
faz, e é ele o responsável por essa iniciativa.
Quanto ao estilo de vida dos
missionários/as, Jesus enfatiza alguns poucos elementos: ir a todo canto,
fronteira ou periferia, sem demora e sem exclusões ou omissões; não levar nada em
termos de apoio poderoso e ostensivo, e confiar plenamente na hospitalidade dos
interlocutores; não esperar sucesso ou reconhecimento pela missão realizada;
contar com a incompreensão e a rejeição; manter-se desapegado e livre de tudo.
Sem prometer facilidades nem
prosperidade a quem é enviado/a em seu nome, Jesus assegura, entretanto, a
mesma força e o mesmo dinamismo que o sustenta, que Lucas chama de poder e
autoridade. Mas se trata de força e autoridade que brotam da fidelidade e da
coerência de vida, e têm como finalidade anunciar o Reino de Deus, acolher, curar
e libertar com eficácia, como faz o próprio. Não é da espécie de poder ou
autoridade para mandar ou dominar ninguém!
O despojamento que Jesus pede dos seus
enviados/as não significa desprezo pelos bens materiais, mas focalizar tudo no
anúncio e no testemunho das novas relações suscitadas pelo reino de Deus. E ele
deixa claro também que não nos envia para multiplicar louvores e invocações,
nem para ensinar doutrinas e impor uma certa moral, mas para anunciar o Reino
de Deus.
Meditação:
§
Coloque sua experiência de vida eclesial e social,
aquilo que você faz, sob a luz desse envio de Jesus
§
Em que consiste sua prática missionária? Qual é o
conteúdo e quais são os gestos? Eles traduzem uma boa notícia aos pobres e
sofredores?
§
Como está sua confiança na hospitalidade
daqueles/as a quem você é enviado em missão?
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