terça-feira, 26 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (118)

118 | Ano A | 25ª Semana Comum | Terça-feira | Lucas  9,1-6

(27/09/2023)

Hoje somos convidados/as a meditar o episódio do envio missionário do “grupo dos doze”. Estamos diante da crônica de uma nomeação solene, onde cada nome é citado com ênfase. Isso acontece pouco antes de Jesus iniciar sua peregrinação a Jerusalém, e sabemos que, entre o chamado (cf. 5,1-12) e o envio dos discípulos, Jesus se dedica à formação diligente daqueles que doravante o precederiam e u representariam.

Lucas não nos apresenta propriamente o conteúdo doutrinal da missão, mas nos oferece uma espécie de “estatuto da missão” e descreve o estilo de vida daqueles que Jesus envia à sua frente. O foco da missão é claramente pressuposto: o anúncio do Reino de Deus, mostrando através de ações e sinais (curas e exorcismos) que Deus chega para libertar de todas as escravidões. Jesus envia seus escolhidos para fazer o mesmo que ele faz, e é ele o responsável por essa iniciativa.

Quanto ao estilo de vida dos missionários/as, Jesus enfatiza alguns poucos elementos: ir a todo canto, fronteira ou periferia, sem demora e sem exclusões ou omissões; não levar nada em termos de apoio poderoso e ostensivo, e confiar plenamente na hospitalidade dos interlocutores; não esperar sucesso ou reconhecimento pela missão realizada; contar com a incompreensão e a rejeição; manter-se desapegado e livre de tudo.

Sem prometer facilidades nem prosperidade a quem é enviado/a em seu nome, Jesus assegura, entretanto, a mesma força e o mesmo dinamismo que o sustenta, que Lucas chama de poder e autoridade. Mas se trata de força e autoridade que brotam da fidelidade e da coerência de vida, e têm como finalidade anunciar o Reino de Deus, acolher, curar e libertar com eficácia, como faz o próprio. Não é da espécie de poder ou autoridade para mandar ou dominar ninguém!

O despojamento que Jesus pede dos seus enviados/as não significa desprezo pelos bens materiais, mas focalizar tudo no anúncio e no testemunho das novas relações suscitadas pelo reino de Deus. E ele deixa claro também que não nos envia para multiplicar louvores e invocações, nem para ensinar doutrinas e impor uma certa moral, mas para anunciar o Reino de Deus.

 

Meditação:

§   Coloque sua experiência de vida eclesial e social, aquilo que você faz, sob a luz desse envio de Jesus

§   Em que consiste sua prática missionária? Qual é o conteúdo e quais são os gestos? Eles traduzem uma boa notícia aos pobres e sofredores?

§   Como está sua confiança na hospitalidade daqueles/as a quem você é enviado em missão?

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