107 | Ano A | 23ª Semana Comum | Sábado | Lucas 6,43-49
(16/09/2023)
Somente quem tem olhar limpo e coração puro está em
condições de ajudar e criticar o próprio irmão. A misericórdia do Pai, que é
bondoso tanto para com os bons como para os ingratos é a regra. Nessa perspectiva,
Jesus hoje nos oferece critérios para reconhecer o/a discípulo/a autêntico. Não
basta reconhecer Jesus como Senhor!
Como a razão de ser da árvore é produzir sombra,
flores ou frutos, espera-se que o/a discípulo/a demonstre o que é naquilo que
faz, nas relações que estabelece com pessoas e coisas. E este fruto não é
apenas uma canção, uma oração, uma invocação, um ato de piedade. Como vimos
ontem, é ser misericordioso/a como Deus o é conosco.
É pelos frutos que produzimos em nossas relações
que revelamos em quem acreditamos e demonstramos a qualidade da árvore que
somos. Não podemos esperar coisa boa de gente que se orienta pelo ódio ou pela
indiferença, que se manifesta pela eliminação daqueles que julga errados ou
incômodos, mas gosta de publicar frases e imagens de piedade e de pessoa
devota.
As relações são exteriores, mas revelam as decisões
interiores, os valores que nos orientam e nos são preciosos. Se nossa
consciência é bem formada, se assumimos a escala de valores do Evangelho, se pautamos
nossas ações pela prática e pelo ensino de Jesus, sempre tiraremos desse
tesouro decisões boas e construtivas. Não há como tirar ódio e defesa do porte
de armas
O que se espera de nós, cristãos, é coerência entre
a fé que professamos e aquilo que praticamos: seguir Jesus implica em levar a
sério sua palavra e colocá-la em prática em todas as dimensões da vida. Caso
contrário, seremos como as belas mansões construídas sem alicerce, sobre a
terra: não resiste diante da menor prova ou força contrária; ou como as belas
sepulturas que escondem carne em decomposição.
Que a incoerência e a superficialidade não façam de
nós videiras estéreis ou que produzem frutos venenosos. Que Deus nos livre de
sermos como aquelas casas que, de bonito e bom, só têm a fachada.
Meditação:
§ Retome cada palavra e cada comparação usada
por Jesus e deixe que ressoem em sua vida
§ Em que medida a fé que você demonstra em nossa
família e comunidade carecem de coerência?
§ Quais são os frutos bons que a escuta e
meditação da Palavra e o cultivo da fé em Jesus tem produzido em você, sua
família e sua comunidade?
§ Você não acha que corremos o risco de
inflacionar novenas, adorações e ritos, mas deixamos anêmica nossa ação e
nossos compromissos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário