terça-feira, 13 de agosto de 2024

As relações e vínculos comunitários precisam ser cultivados

As relações e vínculos comunitários precisam ser cultivados com paciência | 441 | 14.08.24 | Mateus 18,15-20

Mateus dedica os capítulos 16 a 18 do seu evangelho para nos apresentar o empenho de Jesus na formação dos seus discípulos no modo de vida inspirado no Reino de Deus. Temos aqui as orientações fundamentais para que a comunidade cristã viva um estilo de vida liminar: alternativo, inovador, profético e crítico aos estilos de vida então habituais e predominantes.

Embora seja chamada a ser alternativa, a comunidade dos discípulos não é perfeita. Enquanto caminha no mundo, as tensões e conflitos são inevitáveis no interior das nossas comunidades. Às vezes, as lideranças são intolerantes em relação aos erros dos seus irmãos e irmãs. Para evitar que os errantes fiquem à mercê do humor das autoridades, Jesus traça um caminho pedagógico, em três passos. O objetivo é ajudá-los a tomar consciência dos erros e mudar de atitude.

O ponto de partia é a convicção de que a ofensa recíproca é algo sério, que precisa ser resolvido, e não ser “jogado embaixo do tapete”. O primeiro passo é um diálogo pessoal e fraterno, para que o ofensor reconheça seu deslize. Se isso não resolve, volta-se a conversar com ele na presença de testemunhas. Se também isso resultar em fracasso, a questão é levada à comunidade dos discípulos. Mas nem assim o êxito está garantido! As relações humanas não se resolvem com soluções técnicas!

Se as três tentativas fracassarem, a ruptura então pode ser declarada publicamente. Mas a missão reconciliadora dos cristãos fiéis não termina com esta declaração. Colocando os ofensores resistentes no grupo dos publicanos e pecadores, Jesus está dizendo que eles são campo permanente de missão, como ele mesmo o demonstrou sobejamente, tanto por seu ensino como mediante suas ações. Longe de Jesus tolerar ou ratificar práticas de exclusão definitiva! Jesus mesmo vai ao encontro dos publicanos e pecadores e os resgata para uma vida fraterna.

Jesus pede paciência e lucidez na relação com as pessoas que erram, ou seja, com todos os membros da comunidade. A comunidade cristã (e não apenas Pedro!) tem a faculdade de atar e desatar, ou seja: de discernir quem está dentro e quem se coloca fora dela. Mas é sempre o próprio Jesus que manifesta sua inesgotável misericórdia por sua presença e ação na comunidade dos discípulos e discípulas.

 

Meditação:

§  Retome esta lição de Jesus, passo a passo, frase por frase e, se possível, leia também os versículos anteriores (v. 1-14)

§  Como você, sua família e sua comunidade enfrentam os conflitos e tensões de relacionamento e convivência?

§  Por que é sempre mais fácil queixar-se das pessoas que nos ofendem ou prejudicam a terceiros, evitando falar com elas?

§  Reflita sobre o que significa, na perspectiva de Jesus, tratar os ofensores como gentios ou cobradores de impostos?

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