Maria que Deus amou e escolheu pra mãe
de Jesus, o Filho de Deus | 445 | 18.08.24 | Lucas 1,39-56
O texto do evangelho de hoje é escolhido para
iluminar a solenidade da Assunção de Maria de Nazaré, a Mãe do Filho de Deus,
ao céu, em sua integridade e unidade pessoal. É uma afirmação recente da Igreja
católica (1950), que recolhe uma tradição milenar e indícios ou indicativos
esparsos nas Escrituras e na Tradição. Com esta celebração sublinhamos a
vocação humana à vida plena e a dignidade do corpo, especialmente do corpo das
mulheres.
O episódio evangélico que é proposto à meditação na
solenidade de hoje traduz de modo plástico e poético a presença libertadora de
Deus na história, assim como a serena alegria que ela desperta na oração e no
cântico dos pobres. Não se trata de um sonho utópico e inalcançável, mas de uma
esperança segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da
história do povo de Israel e das comunidades cristãs. É uma esperança que não
engana.
A primeira parte da cena é uma ampliação do evento
da anunciação do anjo Gabriel a Maria e, ao mesmo tempo, uma confirmação dos
sinais indicados por ele. Recebendo a
graciosa e inesperada visita de Maria, que nos ensina a não tardar a ir ao
encontro de quem precisa de nós, Isabel proclama e saúda a presença do Messias
amado e esperado no seio dela, com a mesma surpresa e alegria com as quais Davi
e o povo de Israel saudaram a presença fiel e libertadora de Deus na Arca da
Aliança, quando fora acolhida festivamente em Jerusalém.
O próprio João Batista, ainda no ventre profético
de Isabel, antecipa essa alegria messiânica, e, com a mãe, reconhece e celebra
a presença de Deus no meio do povo. Maria é aclamada como bem-aventurada porque
acreditou na verdade e na força fecunda da Palavra de Deus. Nas suas palavras e
a seu modo, Isabel desvenda o significado profundo da maternidade de Maria. E
assegura, com força feminina, que as promessas de Deus serão cumpridas.
Maria intervém com
um cântico profético no qual celebra a ação de Deus no passado e assegura a
fidelidade da sua misericórdia no futuro. Nesse cântico ela, serva humilde e humilhada,
representa todos os pobres agraciados por Deus que visualizam um mundo novo,
que vence e supera forças as estruturas que dominam e excluem. Em Maria elevada
ao céu e em seu cântico profético, o êxodo se renova e as bem-aventuranças são
antecipadas.
Meditação:
· Reconstrua a cena, acompanhando Maria na sua
caminhada de Nazaré à Judéia, ao seu encontro alegre e revelador com sua
parenta Isabel
· Deixe-se envolver pela alegria messiânica que
ilumina e renova Maria, Isabel e João Batista
§ Repita, com Isabel, a saudação mística e
profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao seu povo
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