quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Jesus e o Reino de Deus podem tardar

Jesus e o Reino de Deus podem tardar, mas estão vindo ao nosso encontro! | 457 | 30.08.24 | Mateus 25,1-13

Na meditação sobre o evangelho de ontem, memória do martírio de João Batista, vimos que o profeta do deserto e do rio não se intimida, nem se cala, mas não é um homem apenas preocupado com o culto ou com a moralidade dos costumes. Uma leitura atenta dos evangelhos nos mostra um profeta engajado num movimento de mudança, no corte raso das instituições que encobrem ou sustentam injustiças e violências, e numa partilha radical.

Com a parábola do evangelho de hoje, Jesus continua sua insistência na preparação e na prontidão para acolher e promover o Reino de Deus, mesmo quando ele parece demorar. O caminho do discipulado tem um tempo indeterminado, um fim imprevisível e um desfecho desconhecido. Supõe ânimo e disposição para perseverar na luta até o fim, sem a ânsia de que este fim aconteça logo.

A parábola das dez moças põe diante dos olhos da nossa imaginação dois grupos contrastantes de pessoas, ou duas atitudes contrastantes: o grupo das moças sensatas e prudentes; o grupo das moças desligadas e insensatas. Estes grupos representam todos os discípulos, homens e mulheres, de origem judia e de origem pagã. O foco da parábola são as moças, e não o noivo. Estranho é que a noiva não aparece...

Com o atraso do noivo para celebrar suas bodas, todas as dez moças dormem. Mas cinco delas, as moças sensatas, providenciam uma reserva de óleo. Estas representam o discipulado fiel, obediente e perseverante. As outras cinco são insensatas: ouvem o Evangelho e não o colocam em prática ou não o levam a sério. Com a demora ou a aparente insignificância dos sinais do Reino de Deus, o grupo das moças insensatas perde o foco e se perde no caminho. São como terreno ruim, no qual o Evangelho não consegue criar raízes nem frutificar. São falsas discípulas que Jesus não reconhece, enquanto que as sensatas são acolhidas na festa.

Portanto, a exortação de Jesus é que estejamos sempre prontos a encontrá-lo, reconhecê-lo e acolhê-lo, vigilantes no sonho do Reino e no serviço solidário aos irmãos e irmãs. Jesus e o Reino de Deus podem tardar, mas estão vindo! Que nada nos distraia diante da absoluta primazia da fraternidade e da solidariedade.

 Meditação:

§  Retome calmamente as duas comparações que Jesus oferece sobre a correta atitude em tempos de espera e demora

§  O que você pode fazer para ajudar a evitar que as comunidades cristãs fujam da responsabilidade com a transformação do mundo e se refugiem no culto e no moralismo?

§  Como você tem se preparado para a “nova normalidade”? Tem conseguido rever e qualificar o estilo de vida?

§  Qual é o “óleo” que tem ajudado vocês a permanecer lúcidos e atenciosos, sal e fermento do Reino em tempos difíceis? 

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