Jesus e o Reino de Deus podem tardar, mas estão vindo ao nosso encontro! | 457 | 30.08.24
| Mateus 25,1-13
Na meditação sobre o evangelho de
ontem, memória do martírio de João Batista, vimos que o profeta do deserto e do
rio não se intimida, nem se cala, mas não é um homem apenas preocupado com o
culto ou com a moralidade dos costumes. Uma leitura atenta dos evangelhos nos
mostra um profeta engajado num movimento de mudança, no corte raso das
instituições que encobrem ou sustentam injustiças e violências, e numa partilha
radical.
Com a parábola do evangelho de hoje,
Jesus continua sua insistência na preparação e na prontidão para acolher e
promover o Reino de Deus, mesmo quando ele parece demorar. O caminho do
discipulado tem um tempo indeterminado, um fim imprevisível e um desfecho
desconhecido. Supõe ânimo e disposição para perseverar na luta até o fim, sem a
ânsia de que este fim aconteça logo.
A parábola das dez moças põe diante
dos olhos da nossa imaginação dois grupos contrastantes de pessoas, ou duas
atitudes contrastantes: o grupo das moças sensatas e prudentes; o grupo das
moças desligadas e insensatas. Estes grupos representam todos os discípulos,
homens e mulheres, de origem judia e de origem pagã. O foco da parábola são as
moças, e não o noivo. Estranho é que a noiva não aparece...
Com o atraso do noivo para celebrar
suas bodas, todas as dez moças dormem. Mas cinco delas, as moças sensatas,
providenciam uma reserva de óleo. Estas representam o discipulado fiel,
obediente e perseverante. As outras cinco são insensatas: ouvem o Evangelho e
não o colocam em prática ou não o levam a sério. Com a demora ou a aparente
insignificância dos sinais do Reino de Deus, o grupo das moças insensatas perde
o foco e se perde no caminho. São como terreno ruim, no qual o Evangelho não
consegue criar raízes nem frutificar. São falsas discípulas que Jesus não
reconhece, enquanto que as sensatas são acolhidas na festa.
Portanto,
a exortação de Jesus é que estejamos sempre prontos a encontrá-lo, reconhecê-lo
e acolhê-lo, vigilantes no sonho do Reino e no serviço solidário aos irmãos e
irmãs. Jesus e o Reino de Deus podem tardar, mas estão vindo! Que nada nos
distraia diante da absoluta primazia da fraternidade e da solidariedade.
Meditação:
§ Retome calmamente as duas comparações que Jesus
oferece sobre a correta atitude em tempos de espera e demora
§ O que você pode fazer para ajudar a evitar que
as comunidades cristãs fujam da responsabilidade com a transformação do mundo e
se refugiem no culto e no moralismo?
§ Como você tem se preparado para a “nova
normalidade”? Tem conseguido rever e qualificar o estilo de vida?
§ Qual é o “óleo” que tem ajudado vocês a permanecer lúcidos e atenciosos, sal e fermento do Reino em tempos difíceis?
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