A verdadeira alegria está em partilhar tudo sem esperar nada em troca | 458 | 30.08.24
| Mateus 25,14-30
Jesus não desperdiça nenhuma ocasião para ensinar.
Ele desenvolve a corajosa lição de hoje num sábado, na casa de um dos chefes
dos fariseus, logo depois de afirmar que as necessidades de qualquer pessoa
estão acima de toda e qualquer prescrição legal. Quase iniciando o mês que a
Igreja do Brasil dedica à Palavra de Deus, fixemos os olhos em Jesus, a Palavra
que ressoa como Boa Notícia.
O ensino de Jesus não é sobre as regras de boas maneiras numa refeição
solene, mas sobre uma questão fundamental da vida cristã: quem é o maior ou o
primeiro, o mais importante ou notável na vida cristã? Ele começa pela crítica
ao orgulho e aos privilégios e passa à questão dos beneficiários da nossa
atenção. Ele conhece o costume de privilegiar, tanto nas festas quanto nas decisões
e projetos políticos, os familiares, parentes, amigos e vizinhos. Para Jesus,
este é um círculo muito estreito.
Inicialmente, Jesus fala aos hóspedes que estão com ele à mesa,
afirmando que “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será
exaltado”. Depois, dirige-se ao próprio anfitrião, e questiona sua expectativa
de retribuição, deixando muito claro que orgulho e a busca de retribuição não
batem com o Evangelho. Os cristãos e as igrejas não podem ceder a honras e
vaidades, mas buscar decididamente o lugar reservado aos servidores, superar a
prática de apoiar e defender prioritariamente aqueles que a favorecem.
Jesus inverte a ordem dos grupos e pessoas que costumam aparecer no topo
das nossas listas de convidados, presenças infalíveis em nossas festas e
solenidades: os pobres, aleijados, coxos e cegos devem ser os primeiros! Jesus
não quer estragar nossas festas, mas questionar a estreiteza das fronteiras que
traçamos entre ‘nós’ e ‘eles’, entre os ‘nossos’ e os ‘outros’. Jesus questiona
a busca de compensações que rege nossas pequenas e grandes ações.
Para quem segue o caminho de Jesus, a recompensa é
prometida para ressurreição dos justos. A felicidade verdadeira é aquela que
conquistamos entrando pela estreita porta da humildade, da generosidade e da
solidariedade. Enquanto caminhamos nesta direção, não há honra e alegria
maiores que servir, compartilhar sonhos e lutas com aqueles que normalmente são
ejetados para os últimos lugares.
Meditação:
§ Releia atentamente este ensino de Jesus, reconstituindo a cena e
participando ativamente dela
§ Observe atentamente a atitude e os pensamentos dos convidados à
mesa, e, especialmente, o olhar e as palavras de Jesus
§ Que lugar as pessoas mais pobres e com posses limitadas têm em
nossos eventos e projetos?
§ Examine com sinceridade e profundidade o que motiva aquilo que
você faz: a gratuidade ou a expectativa de retorno?
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