Santa Rosa de Lima encontrou seu
tesouro, e deu tudo em troca dele | 450 | 23.08.24
| Mateus 13,44-46
O capítulo 13 de Mateus está para ser concluído com
algumas novas explicações sobre as parábolas e suas aplicações na vida. Aqui
temos aquelas que conhecemos como parábolas do tesouro escondido e encontrado
por acaso, e da pérola preciosa ardentemente buscada. Ambas falam, obviamente,
da preciosidade incomparável do reino de Deus e da reação de quem se encontra
com ele.
Já lembramos muitas vezes e de modos diversos que o Reino de Deus é o
horizonte que dá sentido e direção a tudo o que Jesus busca, anuncia e faz. Seu
conteúdo é uma vida plena, fraterna e solidária acessível a todas as pessoas,
um mundo no qual há lugar para todas as criaturas. E foi esse o tesouro da vida
de Santa Rosa de Lima, a primeira santa e a padroeira da América Latina.
Pode parecer surpreendente e incompreensível que haja quem se feche a
este anúncio, quem o rejeite e se oponha a ela. Na verdade, há quem tenha essa
atitude, tanto no tempo de Jesus como hoje: gente que não admite que todos
somos iguais em dignidade e possamos compartilhar os mesmos lugares e os mesmos
bens; gente que não abre mão de usufruir de algumas coisas com exclusividade, e
que considera a promoção dos outros como uma ameaça aos seus privilégios.
Por isso, as parábolas sublinham a preciosidade, o valor incalculável do
Reino de Deus, assim como a reação esperada e adequada de quem se depara com
ele. Na primeira parábola, ao que parece o diarista que trabalha no campo
encontra o tesouro por acaso. Mas o que ele faz é justo, e nos representa:
arrisca todo o pouco que tem e “aposta todas as fichas”, com incontida alegria,
no mundo assim como foi imaginado e criado por Deus, e promovido por Jesus.
A condição do negociante de pérolas é diferente: ele se dedica
incansavelmente à procura de pérolas finas e valiosas. Quando seu empenho
alcança um bom resultado, ele se recusa a vender a pérola preciosa. Ele vende
tudo, abandona o ofício de comerciante e passa a dedicar-se integralmente ao
Reino de Deus. Ele descobre que o que vale mesmo todas as penas é buscar o
Reino de Deus e a sua justiça. O resto, inclusive as perseguições, vêm por
acréscimo. Mas esse é o tesouro que o ladrão não rouba e a traça do tempo não
corrói.
Meditação:
· Escute e leia as duas parábolas com a maior
atenção possível, acompanhando com a imaginação a ação e a reação dos
personagens
· Você acha que a Igreja tem conseguido sublinhar
adequadamente o valor precioso e desejável do Reino de Deus aos seus membros?
· Em que medida o reino de Deus e a sua justiça é,
para você, a única coisa necessária, o valor pelo qual você tudo troca?
· Nossa catequese e nossas celebrações conseguem
despertar nos cristãos a busca, a alegria e a ousadia? Por quê?
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