Todas as
pessoas que fazem o bem pertencem a Deus, mesmo separadas de nós | 488 | 30.09.2024 | Lucas
9,46-50
Os discípulos enfrentam uma terrível dificuldade de
entender e aceitar o caminho de despojamento e compaixão pelo qual Jesus vai
realizando sua missão, e que serve de critério e paradigma para a missão futura
deles mesmos. Enquanto Jesus sublinha essa “opção não opcional” e se empenha em
corrigir as posturas equivocadas dos discípulos, eles gastam preciosas energias
discutindo quem deles é o maior.
Isso
está estampado no rosto deles, e Jesus não precisa que ninguém o informe o que
está acontecendo. Para Jesus, o bom, o melhor entre os humanos é o que se faz
igual a todos. Para ele, todas as pessoas têm dignidade e são acolhidas por
Deus, inclusive prostitutas e outras pessoas tratadas publicamente como
pecadoras. Sendo assim, não haveria motivo para competições e ciúmes
destruidores.
Jesus
oferece esta importante lição a seus discípulos recorrendo a duas linguagens:
um gesto e uma afirmação fundamental. Primeiro, chama uma criança (sujeito
social insignificante e desprezado) para junto de si (lugar cobiçado por
aqueles que se consideravam mais importantes). Depois, declara que ele mesmo é
igual a esta criança desprezada, e afirma que aquele que faz algo de bom a ela,
o faz a Jesus, pois o menor é que deve vir primeiro lugar. Para Jesus, grandes
são os pequenos, e aqueles que os acolhem, defendem e se colocam a serviço
deles.
Até
aqui, Jesus está tratando das relações internas da comunidade, pedindo que seus
discípulos e discípulas se relacionem como Jesus se relaciona com cada um
deles. Mas, em seguida, Jesus passa à relação entre aqueles que o seguem e
fazem parte do grupo definido de discípulos e outras pessoas que o seguem de
modo diferente, mas prolongam no mundo a compaixão que ele praticou e pediu.
Como vimos em vários outros textos
que já refletimos, os discípulos, com João à frente, querem proibir que pessoas
que não estão com eles façam o bem em nome de Jesus. Pensam que somente eles
podem agir em nome de Jesus, como vimos também ontem, no relato do evangelho de
São Marcos. Mas Jesus não pensa assim, e diz um “Não!” claro e contundente à
tentação do elitismo e da competição. Quem não está contra os discípulos
missionários de Jesus, está a favor do reino de Deus. Todas as pessoas que agem
com justiça e equidade pertencem ao Povo de Deus.
Meditação:
·
Como você se sente e que desejos movem você na
atuação como liderança da comunidade eclesial?
·
Como você vê, trata e fala dos cristãos que
pertencem a outras igrejas e pregam e agem em nome de Jesus e seu Evangelho?
·
Qual o sentido atual das afirmações “aquele que
entre vocês é o menor, este é o maior” e “quem não está contra vocês, está a
favor”?
·
Que
iniciativas poderíamos tomar para “preparar espaços para Jesus”, mas sem
afastá-lo do caminho que o leva à Cruz?
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