quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Jesus nos ama, nos chama e nos envia como testemunhas do seu Reino

Jesus nos ama, nos chama e nos envia como testemunhas do seu Reino | 483 | 25.09.2024 | Lucas 9,1-6

Hoje somos convidados a meditar o episódio do envio missionário do “grupo dos doze”. Estamos diante da crônica de uma nomeação solene, onde cada nome é citado com ênfase. Isso acontece pouco antes de Jesus iniciar sua peregrinação a Jerusalém, e sabemos que, entre o chamado (cf. 5,1-12) e o envio dos discípulos, Jesus se dedica à formação diligente daqueles que doravante o precederiam e u representariam.

Lucas não nos apresenta propriamente o conteúdo doutrinal da missão, nem uma descrição pormenorizada de atividades, mas nos oferece uma espécie de “estatuto da missão” e descreve o estilo de vida daqueles que Jesus envia à sua frente. O foco da missão é claramente pressuposto: o anúncio do Reino de Deus, mostrando através de ações e sinais (curas e exorcismos) que Deus chega para libertar de todas as escravidões. Jesus envia seus escolhidos para fazer o mesmo que ele faz, e é ele o responsável por essa iniciativa.

Quanto ao estilo de vida dos missionários, Jesus enfatiza alguns poucos elementos: eles devem ir a todo canto, fronteira ou periferia, sem demora e sem exclusões ou omissões; não devem levar nada em termos de apoio poderoso e ostensivo, e confiar plenamente na hospitalidade dos interlocutores; eles não devem esperar sucesso ou reconhecimento pela missão realizada; precisam contar com a incompreensão e a rejeição; por fim, precisam manter-se desapegado e livre de tudo.

Sem prometer facilidades nem prosperidade a quem é enviado em seu nome, Jesus assegura, entretanto, a mesma força e o mesmo dinamismo que sustenta ele mesmo na missão que Pai lhe confiou. Lucas chama este dinamismo de poder e autoridade. Mas se trata de força e autoridade que brotam da fidelidade e da coerência de vida, e têm como finalidade anunciar o Evangelho do Reino de Deus, acolher, curar e libertar com eficácia, como faz o próprio. Não é da espécie de poder ou autoridade para mandar ou dominar ninguém!

O despojamento que Jesus pede dos seus enviados não significa desprezo pelos bens materiais ou recursos culturais e tecnológicos, mas reforça a necessidade de focalizar tudo no anúncio e no testemunho das novas relações suscitadas pelo reino de Deus. Jesus também deixa claro que não nos envia para multiplicar louvores e invocações, para simplesmente purificar o coração, nem para ensinar doutrinas e impor uma certa moral. No início, na meta e na prática da missão estão o anúncio de um novo tempo, e essa nova era chamada Reino de Deus, é antecipada pelo testemunho.

 

Meditação:

§   Coloque sua experiência de vida eclesial e social, aquilo que você faz, sob a luz desse envio de Jesus

§   Em que consiste sua prática missionária? Qual é o conteúdo e quais são os gestos? Eles traduzem uma boa notícia aos pobres e sofredores?

§   Como está sua confiança na hospitalidade daqueles/as a quem você é enviado em missão?


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