Senhor, eu
não sou digno, mas uma Palavra tua basta para me libertar | 474 | 16.09.2024 | Lucas
7,1-10
Depois do “sermão
da planície”, que apresentou aos discípulos e ao povo em geral, Jesus se dirige
a Cafarnaum. O trecho anterior sublinhava a importância de ouvir, acolher e
praticar a Palavra de Deus, e esse novo episódio mostra como um oficial do
exército romano, mesmo sendo de origem pagã, constrói sua vida sobre o alicerce
da confiança Palavra de Deus. A escuta atenta da Palavra é a condição para
reconhecer e acolher a ação libertadora de Jesus.
A chegada de Jesus em Cafarnaum
suscita esperança num oficial do exército romano. Ele certamente já ouvira
falar da pregação e da prática de Jesus, e isso o encoraja a enviar um grupo de
mensageiros implorando ajuda por seu empregado doente. Os anciãos judeus levam
a sério o pedido, e, diante de Jesus, argumentam que o oficial merece atenção,
pois, mesmo sendo pagão, temia a Deus e havia patrocinado a construção de uma
sinagoga.
Mesmo com alguma reticência, Jesus se
dirige à casa do oficial romano, acompanhado pelos discípulos e pelos anciãos
hebreus. Mas, antes que pudesse chegar ao seu destino, o centurião envia outro
grupo de mensageiros, pedindo que Jesus não se incomode e não corra o risco que
o contato com um pagão significa. Diversamente daquilo que disseram os anciãos,
o oficial não se vê digno de receber a visita de Jesus, que ele reconhece como
Senhor.
O que teria mudado na cabeça daquele
homem? Como explicar essas mensagens contraditórias? Na verdade, não há
mudança, nem contradição. Com essa cena Lucas quer sublinhar a plena confiança
do chefe romano na Palavra de Jesus. Ele crê que mesmo uma simples palavra é
suficiente para salvar, e que ele pode até curar à distância, sem dizer e sem
fazer nada.
Jesus fica muito
admirado diante da fé confiante daquele homem, e não deixa de impressionar que
a cura acontece sem uma palavra e sem uma ação direta e presencial de Jesus.
Este episódio adquire feições de verificação da fé professada, e possibilita
que Jesus apresente seu projeto também aos pagãos.
Meditação:
· Releia o texto,
contemplando atentamente a cena, os personagens, os pedidos, as respostas, os ensinamentos
· Os anciãos insistiram com
Jesus afirmando que o oficial, mesmo sendo pagão, “merecia” a cura do
empregado, pois ajudava os judeus: você acha que Deus nos trata conforme
merecemos?
· Deus considera nossos
méritos ou nossa abertura e confiança nele e na sua Palavra? Ele aprecia mais
os sacrifícios que a misericórdia?
· Somos capazes de
reconhecer os sinais de amor na vida de pessoas que não acreditam em Jesus ou
se confessam ateias?
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