domingo, 15 de setembro de 2024

Senhor, eu não sou digno, mas uma Palavra tua basta...

Senhor, eu não sou digno, mas uma Palavra tua basta para me libertar | 474 | 16.09.2024 | Lucas 7,1-10

Depois do “sermão da planície”, que apresentou aos discípulos e ao povo em geral, Jesus se dirige a Cafarnaum. O trecho anterior sublinhava a importância de ouvir, acolher e praticar a Palavra de Deus, e esse novo episódio mostra como um oficial do exército romano, mesmo sendo de origem pagã, constrói sua vida sobre o alicerce da confiança Palavra de Deus. A escuta atenta da Palavra é a condição para reconhecer e acolher a ação libertadora de Jesus.

A chegada de Jesus em Cafarnaum suscita esperança num oficial do exército romano. Ele certamente já ouvira falar da pregação e da prática de Jesus, e isso o encoraja a enviar um grupo de mensageiros implorando ajuda por seu empregado doente. Os anciãos judeus levam a sério o pedido, e, diante de Jesus, argumentam que o oficial merece atenção, pois, mesmo sendo pagão, temia a Deus e havia patrocinado a construção de uma sinagoga.

Mesmo com alguma reticência, Jesus se dirige à casa do oficial romano, acompanhado pelos discípulos e pelos anciãos hebreus. Mas, antes que pudesse chegar ao seu destino, o centurião envia outro grupo de mensageiros, pedindo que Jesus não se incomode e não corra o risco que o contato com um pagão significa. Diversamente daquilo que disseram os anciãos, o oficial não se vê digno de receber a visita de Jesus, que ele reconhece como Senhor.

O que teria mudado na cabeça daquele homem? Como explicar essas mensagens contraditórias? Na verdade, não há mudança, nem contradição. Com essa cena Lucas quer sublinhar a plena confiança do chefe romano na Palavra de Jesus. Ele crê que mesmo uma simples palavra é suficiente para salvar, e que ele pode até curar à distância, sem dizer e sem fazer nada.

Jesus fica muito admirado diante da fé confiante daquele homem, e não deixa de impressionar que a cura acontece sem uma palavra e sem uma ação direta e presencial de Jesus. Este episódio adquire feições de verificação da fé professada, e possibilita que Jesus apresente seu projeto também aos pagãos.

 

Meditação:

·    Releia o texto, contemplando atentamente a cena, os personagens, os pedidos, as respostas, os ensinamentos

·    Os anciãos insistiram com Jesus afirmando que o oficial, mesmo sendo pagão, “merecia” a cura do empregado, pois ajudava os judeus: você acha que Deus nos trata conforme merecemos?

·    Deus considera nossos méritos ou nossa abertura e confiança nele e na sua Palavra? Ele aprecia mais os sacrifícios que a misericórdia?

·    Somos capazes de reconhecer os sinais de amor na vida de pessoas que não acreditam em Jesus ou se confessam ateias?

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