Louvor, Memória e Inovação.
A celebração dos 80 anos de existência da Escola Apostólica da Sagrada Família é
um convite ao louvor. “É belo louvar o Senhor e cantar a teu
nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã o teu amor, e a tua fidelidade durante a
noite... Por que me alegras, Senhor, com as tuas maravilhas, exulto com as
obras de tuas mãos!”, diz comovido o salmista (Sl 92, 2,5).
O louvor agradecido se volta antes de tudo a
Deus, pois é sempre ele quem dá inspiração e generosidade aos seus filhos e
filhas para realizar os projetos que ajudam a construir o Reino de Deus. Os
sonhadores e destemidos missionários que vieram do exterior e as generosas
famílias missioneiras, que deram o melhor de si para construir esta casa de formação missionária e cuja
memória é aqui celebrada, foram mediações dóceis nas mãos de um Deus apaixonado
pelas suas criaturas.
Quem poderia avaliar o bem que esta escola missionária fez aos quase 1500
adolescentes e jovens que nela viveram e estudaram? E quem pode medir o bem que
se fez através deles? E quantas belas recordações e inesquecíveis lições
guardam no lado esquerdo do peito os que chegaram à consagração na vida
religiosa e missionária, e que aqui voltam com frequência e prazer? E o que
dizer daqueles que, no decurso deste 80 anos, aqui trabalharam e deram o melhor
de si mesmos?
O tempo passou e, depois do apogeu dos anos 60,
as coisas foram mudando. A casa foi ficando velha e as vocações diminuíram e
quase de sapareceram. Foi o momento de repensar a finalidade desta casa e, ao
completar 50 anos de existência, a Escola
Apostólica recebeu uma reforma estrutural e uma nova finalidade:
continuaria a servir à formação de relisiosos missionários mas começaria a acolher grupos e movimentos dedicados à
formação cristã e social de leigos e leigas. Podemos estimar em
aproximadamente 90.000 o número de pessoas que, no decurso de 30 anos,
participaram de alguma jornada de formação humana, social ou religiosa.
É ainda o salmista que proclama, com gratidão e
esperança: “O justo crescerá como a palmeira, como o cedro do Líbano se
elevará... Mesmo na velhice darão frutos, serão cheios de seiva e verdejantes,
para anunciar quão reto é o Senhor...” (Sl 92,13-16). Isso é verdade para as
pessoas em sua individualidade, mas pode ser aplicado também às instituições,
como a Escola Apostólica.
Como isso pode se fazer realidade? Antes de
tudo, fazendo as contas com o hoje, às luz da finalidade original. Ou seja: resgatando a missão de ser uma escola que
forma apóstolos/as segundo o coração da Sagrada Família. Qual é a
possibilidade que se abre e o desafio que se impõe a esta casa? O que se pode
fazer, além de manter uma comunidade de religiosos e leigos prontos a acolher e
hospedar os diversos grupos e movimentos que necessitam deste espaço?
O caminho que se abre e o desafio que se
apresenta é criar as condições que possibilitem inovar e oferecer um vasto leque de iniciativas que contemplem os três ministérios prioritários dos
Missionários da Sagrada Família: a) trabalhar
a questão das relações familiares e formar agentes para atuar junto às
famílias; acompanhar e ajudar os jovens
na descoberta do sentido da vida e da própria vocação na Igreja e no mundo; formar homens e mulheres para uma atuação responsável
e transformadora na cultura, na política e na Igreja, tanto na região missioneira
como noutras partes do mundo. Assim, mesmo aos 80 anos, este projeto, sonhado e
amado por muitos, continuará dando frutos.
Pe. Itacir Brassiani
msf
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