Atrás de uma imensa cruz de madeira, vêm o tropel de ginetes. Os cristeros se rebelam em Jalisco e em outros estados do México, em busca de martírio e de glória.
Gritam vivas a um Cristo Rei que na
cabeça leva coroa de jóias e não de espinhos, e vivas ao Papa, que não se
resigna a perder os poucos privilégios clericais que ficaram em pé no México.
Os camponeses pobres acabam de ter a
experiência de morrer por uma revolução que lhes prometeu a terra. Condenados a viver morrendo, agora passam a
morrer por uma Igreja que lhes promete o céu.
(Eduardo Galeano, O século do vento, L&PM, 2010,
p. 108)
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