Dia 03
de julho | Sexta-feira | São Tomé Apóstolo
Evangelho segundo João (20,24-29)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Queremos ver Jesus! caminho verdade e vida! Queremos ver Jesus!
Queremos ver Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=N5TpwDZvMis)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a atenção
o texto de João 20,24-29
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Tomé experimenta o perigo que comporta a separação da
comunidade que crê e segue Jesus
· Ele representa todos/as os/as discípulos/as que impõem
condições para crer
· Em Jesus ressuscitado, Deus nem supera nem se separa
da humanidade, mas a leva à culminância
· Sua presença ordinária e mais viva é no interior da
comunidade daqueles/as que nele creem e levam adiante seu modo de ser
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Participe da cena descrita pelo evangelista, da
alegria e do testemunho dos discípulos, da resistência de Tomé, da delicadeza
da presença de Jesus
· Visualize o rosto e o nome de pessoas, de ontem e de
hoje, a partir de cujo testemunho de vida você acredita na presença de Deus no
mundo
· Em que situações você se percebe impondo condições
para crer em Jesus e segui-lo, querendo ver para crer?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Contemple serenamente as mãos e o lado de Jesus, e
perceba o convite que ele lhe dirige a tocar em sua humanidade, a “comer sua
carne e beber o seu sangue”
· Proclame, com todas as células do seu corpo, mas sem
os exageros próprios de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”
· Agradeça a Deus pelas comunidades e testemunhas a
partir das quais sua fé adquiriu mais abertura, confiança e coerência
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Você acha que também hoje alguns agentes da Igreja
caem na tentação de querer encontrar Jesus fora da Comunidade?
· Como testemunhar a feliz bem-aventurança de crer a partir
do testemunho de outros, inclusive não-cristãos e não crentes?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Meu Senhor e meu Deus! Meu Senhor e meu Deus, eu creio! Mas aumentai
minha fé! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=V8vM1tbZJiQ)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Na
festa de São Tomé, Apóstolo, bebemos das fontes joaninas. É em João que
encontramos algo mais que o nome desse operário da primeira hora. Além da cena
um pouco contraditória de hoje, João nos apresenta Tomé disposto a seguir Jesus
a Jerusalém para enfrentar com ele a morte (cf. Jo 11,6), mas, diante do iminente
“êxodo” de Jesus, manifesta seu desconcerto: “Não sabemos para onde vais; como
podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5)
O contexto
da cena é pascal, e Tomé aparece separado da comunidade, com dificuldades de
aceitar o testemunho unânime dos seus condiscípulos de que Jesus está vivo.
Para Tomé, o testemunho da comunidade não é suficiente! Parece esperar uma
manifestação individual ou uma prova extraordinária. Mas o lugar de Jesus é
entre os seus, como entendera Maria Madalena. Ele representa os/as discípulos/as
que impõem condições para crer.
Mas
Jesus volta a se mostrar presente no seio da comunidade, agora com a presença
de Tomé. As portas fechadas denotam uma comunidade claramente alternativa à
lógica que predomina na sociedade. Ele se manifesta a todos os presentes, e não
apenas a Tomé. Depois de se dirigir a todos, volta-se a Tomé. Como prova do seu
amor fiel, Jesus toma a iniciativa no diálogo com Tomé. E o chama a tocar os
sinais da sua entrega total, conatural e inseparável do seu amor, sua história
e sua memória.
A
ressurreição de Jesus não foi seu afastamento da humanidade, mas a realização
máxima da vocação humana. Tocando nas chagas de Jesus, Tomé finalmente comunga
sua a carne e o sangue de Jesus, e ao chamá-lo “meu Senhor”, estabelece com ele
uma relação pessoal, como Madalena. Reconhece em Jesus um Deus próximo,
acessível, humano. Mas também é advertido por não ter acreditado no testemunho
da sua comunidade, lugar da presença de Jesus.
(Itacir Brassiani msf)
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