sexta-feira, 3 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (03.07.2020)


Dia 03 de julho | Sexta-feira | São Tomé Apóstolo
Evangelho segundo João (20,24-29)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Queremos ver Jesus! caminho verdade e vida! Queremos ver Jesus! Queremos ver Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=N5TpwDZvMis)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de João 20,24-29
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Tomé experimenta o perigo que comporta a separação da comunidade que crê e segue Jesus
·      Ele representa todos/as os/as discípulos/as que impõem condições para crer
·      Em Jesus ressuscitado, Deus nem supera nem se separa da humanidade, mas a leva à culminância
·      Sua presença ordinária e mais viva é no interior da comunidade daqueles/as que nele creem e levam adiante seu modo de ser
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Participe da cena descrita pelo evangelista, da alegria e do testemunho dos discípulos, da resistência de Tomé, da delicadeza da presença de Jesus
·      Visualize o rosto e o nome de pessoas, de ontem e de hoje, a partir de cujo testemunho de vida você acredita na presença de Deus no mundo
·      Em que situações você se percebe impondo condições para crer em Jesus e segui-lo, querendo ver para crer?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Contemple serenamente as mãos e o lado de Jesus, e perceba o convite que ele lhe dirige a tocar em sua humanidade, a “comer sua carne e beber o seu sangue”
·      Proclame, com todas as células do seu corpo, mas sem os exageros próprios de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”
·      Agradeça a Deus pelas comunidades e testemunhas a partir das quais sua fé adquiriu mais abertura, confiança e coerência
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Você acha que também hoje alguns agentes da Igreja caem na tentação de querer encontrar Jesus fora da Comunidade?
·      Como testemunhar a feliz bem-aventurança de crer a partir do testemunho de outros, inclusive não-cristãos e não crentes?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Meu Senhor e meu Deus! Meu Senhor e meu Deus, eu creio! Mas aumentai minha fé! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=V8vM1tbZJiQ)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

Na festa de São Tomé, Apóstolo, bebemos das fontes joaninas. É em João que encontramos algo mais que o nome desse operário da primeira hora. Além da cena um pouco contraditória de hoje, João nos apresenta Tomé disposto a seguir Jesus a Jerusalém para enfrentar com ele a morte (cf. Jo 11,6), mas, diante do iminente “êxodo” de Jesus, manifesta seu desconcerto: “Não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5)

O contexto da cena é pascal, e Tomé aparece separado da comunidade, com dificuldades de aceitar o testemunho unânime dos seus condiscípulos de que Jesus está vivo. Para Tomé, o testemunho da comunidade não é suficiente! Parece esperar uma manifestação individual ou uma prova extraordinária. Mas o lugar de Jesus é entre os seus, como entendera Maria Madalena. Ele representa os/as discípulos/as que impõem condições para crer.

Mas Jesus volta a se mostrar presente no seio da comunidade, agora com a presença de Tomé. As portas fechadas denotam uma comunidade claramente alternativa à lógica que predomina na sociedade. Ele se manifesta a todos os presentes, e não apenas a Tomé. Depois de se dirigir a todos, volta-se a Tomé. Como prova do seu amor fiel, Jesus toma a iniciativa no diálogo com Tomé. E o chama a tocar os sinais da sua entrega total, conatural e inseparável do seu amor, sua história e sua memória.

A ressurreição de Jesus não foi seu afastamento da humanidade, mas a realização máxima da vocação humana. Tocando nas chagas de Jesus, Tomé finalmente comunga sua a carne e o sangue de Jesus, e ao chamá-lo “meu Senhor”, estabelece com ele uma relação pessoal, como Madalena. Reconhece em Jesus um Deus próximo, acessível, humano. Mas também é advertido por não ter acreditado no testemunho da sua comunidade, lugar da presença de Jesus.
(Itacir Brassiani msf)

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