quinta-feira, 16 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (17.07.2020)


Dia 17 de julho | Sexta-feira | 15ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (12,1-8)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Tua Palavra é luz do meu caminho; luz do meu caminho, meu Deus, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 12,1-8
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus está em plena missão itinerante, em favor da vida do povo e da formação prática dos discípulos
·      Era sábado, eles tinham fome e o alimento estava ao alcance da mão, mas não lhes pertencia
·      Os fariseus criticam a tolerância de Jesus, e Jesus colhe a ocasião para reafirmar aquilo que é realmente absoluto para Deus e para aqueles que nele crêem
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Você identifica também hoje sinais de uso da fé para se dispensar da atenção à vida das pessoas?
·      E o que dizer da economia liberal, que faz da comida, da água, da saúde e de tudo o mais uma simples mercadoria, limitando o acesso de multidões a ela?
·      Como colocar em prática hoje, na sua família e na sua comunidade, a vontade de um Deus que prioriza a misericórdia e não a lei, o culto e os sacrifícios?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Acompanhe o caminho de Jesus com seus discípulos, participe da fome deles, observe o questionamento dos fariseus
·      Acolha palavra por palavra o ensino enfático de Jesus, os exemplos históricos que ele cita, a afirmação lapidar que faz
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Como evitar a eterna tentação de identificar Deus com as leis e os costumes que mandam e proíbem, os lugares e dias?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Eu creio na semente plantada na terra, na vida da gente; eu creio no amor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=GcYEy0DdYcc)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Pai, eu me abandono em Ti, faça de mim o que quiseres. Seja o que for, Te agradeço. Estou pronto/a para tudo, aceito tudo. Desde que Sua Vontade seja feita em mim, em todas as Tuas criaturas, eu nada mais desejo, meu Deus. Eu coloco minha vida em Tuas mãos. Eu a dou a Ti, meu Deus, com todo o amor do meu coração, porque eu Te amo, e isso é uma necessidade de amor, me dar a Ti, para me colocar em Tuas mãos, sem medida, com uma confiança infinita porque Tu és meu Pai.
SUBSÍDIO
Aparentemente, a questão central que Jesus discute com os fariseus parece ser a questão da obediência à Lei. Porém, sobressai outra questão, mais importante: as leis e costumes que controlam a comida e o acesso a ela. A recorrente menção ao campo de trigo, aos grãos e à fome, ao ato de comer, tanto dos discípulos como de Davi e seus companheiros não deixa dúvidas. Os fariseus agem para limitar aos discípulos o acesso ao alimento.
Temos visto como o ensinamento e a prática de Jesus são alternativos, e confrontam e desafiam as leis e sistemas, e não apenas as leis religiosas. Jesus revoluciona o papel da lei, do templo e a própria imagem de Deus. Ele é o Senhor, o enviado pelo Pai, para revelar e realizar a sua vontade, anunciada nas escrituras e ritualizada no templo. Deus é misericórdia, e de nós ele espera misericórdia, e não cultos vazios e duros legalismos.
A misericórdia é a essência do relacionamento de Deus com suas criaturas, é a forma da justiça divina na relação com o ser humano, e praticá-la significa enfrentar e superar as práticas restritivas que limitam ou impedem o acesso dos seus filhos e filhas aos direitos humanos básicos, como a alimentação. É isso que Jesus faz, com a maior liberdade, e fazem seus discípulos/as. A fome tem prioridade sobre as leis e instituições.
Jesus questiona fortemente a interpretação restritiva e fria das escrituras dos fariseus, que se mostram sempre tão corretos. Por duas vezes ele questiona: “Nunca lestes?” E adverte: “Se tivesses compreendido o que significa...” Jesus é maior que o templo e a lei, é a superação de ambos e a chave-de-leitura da verdadeira religião. Para ele, a lei, o templo e o alimento pertencem a Deus, e crer é fazê-los acessíveis a todos. Tudo isso e tudo o mais está abaixo do querer de Deus.
 (Itacir Brassiani msf)

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