quarta-feira, 15 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (16.07.2020)


Dia 16 de julho | Quinta-feira | Nossa Senhora do Carmo
Evangelho segundo Mateus (12,46-50)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Tua Palavra é luz do meu caminho; luz do meu caminho, meu Deus, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 12,46-50
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Precisamos ler o texto considerando que ele nos é oferecido como iluminação para a festa de Nossa Senhora do Carmo
·      Jesus relativiza claramente a família patriarcal, pois o Reino de Deus faz de todos irmãos e irmãs, e a família cristã deve ser sinal claro dessa novidade
·      Nessa nova família, Maria tem um lugar importante, não apenas como mãe de Jesus mas principalmente como discípula aberta à busca e à realização da vontade do Pai
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Jesus não interrompe sua missão para atender sua família, nem a coloca acima da vontade do Pai
·      Como podemos alargar os limites e muros da nossa família de sangue, superando hierarquias rígidas?
·      O que você pode fazer para que sua comunidade eclesial seja de fato semente e sinal de uma nova humanidade?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Peça a Maria que, como discípula de Jesus, ensine você a realizar o Evangelho de Jesus em sua vida
·      Apresente a Jesus sua família de sangue e de fé, e interceda pelos membros que vivem maiores dificuldades
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus!Imaculada, Maria do povo, Mãe dos aflitos que estão junto à cruz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=SYvsDQV6J_M&feature=emb_title)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Jesus acabara de acusar as autoridades religiosas de serem incapazes de discernir sua identidade de Messias, enviado do Pai para anunciar e inaugurar seu Reino. Ele deixa a sinagoga, e está em uma casa, não na sua, com seus discípulos e discípulas. É como se fosse o lugar de encontro e convivência de uma nova família, alternativa, que relativiza os laços de raça e de sangue.
O evangelista diz que alguém avisou que sua mãe e seus irmãos estavam lá fora, e desejavam falar com ele. Aproximam-se respeitosamente, e não interrompem a ação evangelizadora de Jesus. Seria saudades? Desejo de que ele voltasse para sua casa? Decisão de segui-lo na aventura do Reino de Deus? Estar dentro ou fora dessa casa delimita a clara pertença ao “círculo” de Jesus.
A novidade do Reino de Deus, muito esperada e trazida por Jesus, implicava claramente uma mudança nas relações sociais, econômicas, religiosas, políticas, mas também das relações familiares. Jesus questiona e supera o modelo de família patriarcal, fundada nos laços de sangue e na submissão ao homem e senhor, muito funcional a todos os sistemas estruturados sobre a dominação.
Jesus responde ao aviso com uma pergunta, uma declaração e um gesto. Apontando para os discípulos e discípulas, ele afirma: “Eis minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe!” A comunidade de discípulos/as é a nova família, aberta, não sujeita aos vínculos de sangue, de raça, de gênero, de religião. Nela, só deus é Pai, e todos são iguais!
Nós cremos que Maria também está neste círculo, pois, ninguém mais que ela, viveu para realizar prontamente a vontade do Pai. Nisso ela é mãe, irmã e discípula.
 (Itacir Brassiani msf)

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