quinta-feira, 30 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (31.07.2020)


Dia 31 de julho | Sexta-feira | 17ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (13,54-58)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Que arda como brasa tua Palavra; nos renove esta chama que a boca proclama! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ushj5sKNvUE)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 13,54-58
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Nos capítulos 11 a 16, Mateus nos apresenta vários episódios que evidenciam a dificuldade que diferentes grupos de pessoas tem de reconhecer a identidade messiânica de Jesus
·      A mesma dificuldade aparece em relação à compreensão do mistério do Reino de Deus, do qual Jesus é o agente
·      No episódio de hoje, a dificuldade se manifesta nos próprios conterrâneos de Jesus, que conhecem bem sua origem, e, o que é impressionante, no seu próprio círculo familiar
·      Seus conhecidos mais próximos não conseguem vê-lo fora do estreito horizonte de sua origem de sangue e da profissão desprezível do seu pai
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Em que medida, e em que ocasiões, você também foi vítima do preconceito das pessoas mais próximas e conhecidas?
·      Não aconteceu de você se escandalizar diante da Palavra ou da ação de Jesus? Nestas circunstâncias, o que você faz?
·      Como Jesus Cristo e seu Evangelho podem nos ajudar a não reduzir as pessoas aos seus limites, aos seus erros, à profissão que exerce ou à origem familiar?
·      Será que a mentalidade fechada e o preconceito às vezes também não nos impedem de crer em processos de mudança das pessoas e da situação social?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Retome mentalmente e imaginativamente a cena, acompanhando Jesus no retorno à sua terra natal
·      A partir de sua experiência de fé, procure ensaiar respostas aos questionamentos que seu povo se faz
·      Recorde pessoas que, atualmente, são vítimas de preconceito que as impedem de desabrochar e amadurecer para a vida
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei! Eu sei! Eu sei em quem acreditei! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=trZaqZnfNpY)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

Depois de uma longa seção dedicada ao anúncio do Reino de Deus às multidões em forma de parábolas, e de algumas catequeses especiais dirigidas aos discípulos/as, Jesus volta à sua terra e vai à sinagoga de Nazaré, onde seus amigos e familiares costumavam se reunir. A notícia da sua ação transformadora (milagres), assim como a clareza e pertinência do seu ensino, impressionaram a todos/as.
Mas também nessa ocasião e nesse episódio emerge a dificuldade que os diversos grupos de interlocutores tem de reconhecer na ação e no ensino libertários de Jesus a ação de Deus. Essa dificuldade para discernir a identidade de Jesus é abordada por Mateus do capítulo 11 até 16 da sua versão do Evangelho, mas o que surpreende é que ela se estende aos seus conterrâneos e familiares.
Fica claro que seus familiares e conhecidos de Nazaré, mesmo se encantando e admirando com seu ensino e com o poder transformador da sua compaixão, eles tropeçam nos preconceitos próprios das pequenas cidades e das pessoas que o conhecem de perto. Começam a se perguntar onde ele foi buscar essa sabedoria e esse poder se tem uma origem humilde e não pertence a nenhuma elite cultural ou religiosa. Não conseguem defini-lo fora do seu contexto familiar.
Para o senso comum, ter origem humilde e ser filho de carpinteiro nega a possibilidade de ser o agente ungido e enviado por Deus. A sinagoga acaba sendo o que aparece no meio do trigo, e a querida Nazaré acaba se comportando como Corazim, Betsaida e Cafarnaum, fechando-se à novidade escandalosa e provocativa do Reino de Deus.
Jesus interpreta a rejeição dos seus familiares e conterrâneos como a histórica resistência e perseguição sofrida por todos os profetas. A notória falta de fé impede a ação salvífica de Jesus na sua própria cidade.
 (Itacir Brassiani msf)

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