Dia 31
de julho | Sexta-feira | 17ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (13,54-58)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Que arda como brasa tua Palavra; nos renove esta chama que a boca
proclama! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ushj5sKNvUE)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 13,54-58
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Nos capítulos 11 a 16, Mateus nos apresenta vários
episódios que evidenciam a dificuldade que diferentes grupos de pessoas tem de
reconhecer a identidade messiânica de Jesus
· A mesma dificuldade aparece em relação à compreensão
do mistério do Reino de Deus, do qual Jesus é o agente
· No episódio de hoje, a dificuldade se manifesta nos
próprios conterrâneos de Jesus, que conhecem bem sua origem, e, o que é
impressionante, no seu próprio círculo familiar
· Seus conhecidos mais próximos não conseguem vê-lo fora
do estreito horizonte de sua origem de sangue e da profissão desprezível do seu
pai
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Em que medida, e em que ocasiões, você também foi
vítima do preconceito das pessoas mais próximas e conhecidas?
· Não aconteceu de você se escandalizar diante da
Palavra ou da ação de Jesus? Nestas circunstâncias, o que você faz?
· Como Jesus Cristo e seu Evangelho podem nos ajudar a
não reduzir as pessoas aos seus limites, aos seus erros, à profissão que exerce
ou à origem familiar?
· Será que a mentalidade fechada e o preconceito às vezes
também não nos impedem de crer em processos de mudança das pessoas e da
situação social?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Retome mentalmente e imaginativamente a cena,
acompanhando Jesus no retorno à sua terra natal
· A partir de sua experiência de fé, procure ensaiar
respostas aos questionamentos que seu povo se faz
· Recorde pessoas que, atualmente, são vítimas de
preconceito que as impedem de desabrochar e amadurecer para a vida
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar conveniente,
leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do
texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei! Eu sei! Eu sei em quem
acreditei! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=trZaqZnfNpY)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Depois de uma longa seção dedicada ao anúncio do Reino
de Deus às multidões em forma de parábolas, e de algumas catequeses especiais
dirigidas aos discípulos/as, Jesus volta à sua terra e vai à sinagoga de
Nazaré, onde seus amigos e familiares costumavam se reunir. A notícia da sua
ação transformadora (milagres), assim como a clareza e pertinência do seu
ensino, impressionaram a todos/as.
Mas também nessa ocasião e nesse episódio emerge a
dificuldade que os diversos grupos de interlocutores tem de reconhecer na ação
e no ensino libertários de Jesus a ação de Deus. Essa dificuldade para
discernir a identidade de Jesus é abordada por Mateus do capítulo 11 até 16 da
sua versão do Evangelho, mas o que surpreende é que ela se estende aos seus
conterrâneos e familiares.
Fica claro que seus familiares e conhecidos de Nazaré, mesmo se
encantando e admirando com seu ensino e com o poder transformador da sua
compaixão, eles tropeçam nos preconceitos próprios das pequenas cidades e das
pessoas que o conhecem de perto. Começam a se perguntar onde ele foi buscar
essa sabedoria e esse poder se tem uma origem humilde e não pertence a nenhuma
elite cultural ou religiosa. Não conseguem defini-lo fora do seu contexto
familiar.
Para o senso comum, ter origem humilde e ser filho
de carpinteiro nega a possibilidade de ser o agente ungido e enviado por Deus.
A sinagoga acaba sendo o que aparece no meio do trigo, e a querida Nazaré acaba
se comportando como Corazim, Betsaida e Cafarnaum, fechando-se à novidade
escandalosa e provocativa do Reino de Deus.
Jesus interpreta a rejeição dos seus familiares e
conterrâneos como a histórica resistência e perseguição sofrida por todos os
profetas. A notória falta de fé impede a ação salvífica de Jesus na sua própria
cidade.
(Itacir Brassiani msf)
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