quarta-feira, 29 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (30.07.2020)


Dia 30 de julho | Quinta-feira | 17ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (13,47-53)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Que arda como brasa tua Palavra; nos renove esta chama que a boca proclama! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ushj5sKNvUE)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 13,47-53
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Continuamos lendo o capítulo no qual Mateus nos apresenta as parábolas do Reino e a interpretação de algumas delas
·      Hoje ele nos oferece uma interpretação que Jesus faz, a pedido dos discípulos/as, da parábola da rede
·      Por trás está a preocupação de Jesus em ser bem entendido, tanto pela multidão como pelos discípulos, pois eles tinham dificuldades de mudar a mentalidade
·      Como na explicação da parábola do joio e do trigo, Jesus está preocupado com a mentalidade integrista e purista daqueles que imaginam ser possível uma Igreja isenta de ambiguidades
·      Por isso, a separação entre o joio e o trigo, assim como dos peixes bons como dos inaproveitáveis, se dá no fim do mundo, e quem a faz são os anjos, não as autoridades religiosas
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Como o sentido dado por Jesus à parábola da rede ilumina nossas urgências e estimula nossa paciência com quem se mostra lento ou resistente às mudanças?
·      Que luzes ela traz para nossa convivência familiar, comunitária e social?
·      Como conjugar paciência com urgência, evitando criminalizar ou excluir quem diverge ou se opõe a nós?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Peça a Jesus a graça de ser paciente e coerente como ele foi com quem anda devagar ou toma caminhos divergentes
·      Agradeça a Deus a paciência que ele tem demonstrado com os limites e resistências seus e de seus amigos/as e familiares
·      Acolha a graça de extrair do Evangelho e da vida de Jesus coisas e sentidos novos, que possam iluminar a nossa vida hoje
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei! Eu sei! Eu sei em quem acreditei! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=trZaqZnfNpY)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Jesus termina a sessão na qual fala do Reino de Deus usando várias parábolas demonstrando sua preocupação em ser entendido pela multidão e com a boa formação dos discípulos: “Compreendestes tudo isso?” “Tudo isso” se refere às parábolas e ao dinamismo do Reino na história, mas também ao seu ensino e à sua ação como um todo.
Compreender significa aderir, e Jesus estava consciente do risco de que seus ouvintes não conseguissem ou não quisessem mudar sua mentalidade e sua visão de Deus e do mundo. E os fatos posteriores mostrarão as dificuldades dos discípulos/as em compreender e mudar.
Com a parábola da rede Jesus volta à questão da existência de práticas de vida contrastantes, tanto na sociedade em geral como na comunidade dos discípulos. Os peixes maus ou inaproveitáveis são as pessoas e setores que resistem aos propósitos de Deus manifestados por Jesus. Os bons são os/as discípulos/as.
A tentação do fundamentalismo e da separação dos discípulos/as que se julgam bons e puros é permanente, assim como o risco de ficar nas velhas tradições herdadas, nas “antigas lições de viver pela pátria e viver sem razões”. É preciso entender claramente a dinâmica do Reino de Deus na história, que comporta tensões, ambivalências, imperfeições, crescimento. Mas, no final, o mal e os malvados não terão a última palavra.
Tonar-se discípulo/a de Jesus supõe compromisso real e consequente com ele e disposição para aprender sempre. Ele é o modelo do especialista na Palavra, que sabe tirar coisas velhas e novas desse tesouro. Os valores valem, mas precisam manter a capacidade de iluminar os novos problemas e desafios. O que é velho, bom, permanente e não muda é a misericórdia e a compaixão de Deus.
 (Itacir Brassiani msf)

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