Dia 28
de julho | Terça-feira | 17ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (13,36-43)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e tome
a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Que arda como brasa tua Palavra; nos renove esta chama que a boca proclama!
(Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ushj5sKNvUE)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 13,36-43
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Com o recurso das parábolas, deseja animar os
discípulos/as na esperança e quebrar a resistência às forças e estruturas que
se opõem à novidade do Reino de Deus
· A história é terreno de ambiguidade e ambivalência, e
isso exige dos/as discípulos/as capacidade de discernimento e autocrítica, sem
cair na tentação do purismo ideológico
· Jesus não gasta tempo explicando a origem do mal, mas
chama a atenção para a “data de vencimento” dele: só a justiça e a verdade são
perenes e tem futuro
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Entre com Jesus e os discípulos/as em sua casa e peça
que ele lhe dê inteligência para compreender sua palavra
· Leia atentamente a explicação que Jesus nos oferece
sobre a parábola do trigo e do joio
· Seria possível atualizar essa interpretação para a
situação que vivemos hoje na Igreja e na sociedade do Brasil?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure recordar o nome de pessoas e as situações que
perseveraram no Evangelho mesmo em meio a ambientes hostis e tentadores
· Visualize e nomeie iniciativas de solidariedade
pequenas e discretas que, sem alarde, fazem um grande bem à quem mais precisa e
brilham como sinais da boa semente do reino
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei! Eu sei! Eu sei em quem
acreditei! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=trZaqZnfNpY)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Saber
esperar, sabendo que o tempo não existe mais. / O sol é de ontem, de sempre, e
um dia é mais um dia. / Amanhã será outro dia, e arroz não nos faltará... / Acordaremos
cansados com vontade de sentar; mas com a espera no ombro, e nos caberá esperar
outro dia, todo o dia, para aprender a esperar. (Dom Pedro Casaldáliga)
SUBSÍDIO
Já vimos que as parábolas tem características
sapienciais e populares, usa imagens da experiência cotidiana, e exige o
engajamento do ouvinte na interpretação. Nisso, são diferentes da alegoria, que
busca equivalência ou correspondência e sentido para cada um dos termos. Na
explicação, pedida pelos discípulos, Mateus faz uma leitura alegórica da
parábola do trigo e do joio.
Notemos que é uma das interpretações possíveis, e o
interesse está na oposição que o Reino de Deus enfrenta. Jesus a oferece esta
explicação em casa, no espaço que as comunidades cristãs converteram em
ambiente de encontro com Jesus e de aprofundamento do seu ensino. A leitura se
detém em oito aspectos, que não são os únicos. Há um fio condutor: o mal e sua
oposição à novidade do Reino de Deus faz parte da condição humana mas tem seus
dias contados, não é para sempre.
Jesus, que se apresenta como Filho do Homem, espalha
a semente do Reino de Deus, que é boa e se concretiza nos discípulos que o
seguem. O campo não se restringe ao coração das pessoas, mas é o mundo (a vida
econômica, política, social e religiosa cotidiana). O joio é encarnado pelas
elites políticas e religiosas, que Jesus qualifica como filhas do diabo e são
por ele semeadas no mundo (cf. 4,8; 12,33-37).
Portanto, o tempo histórico é o tempo da
adversidade e do conflito, mas, no final, o mal e suas causas serão eliminados.
Por isso, os discípulos/as do Reino somos estimulados/as a manter a esperança,
mesmo sendo trigo no meio do joio. Quando o Mundo Novo florescer plenamente, os
filhos/as do Reino brilharão como o sol e a noite ficará iluminada como quando
o Filho de Deus se fez carne. O tempo atual é de esperança e luta.
(Itacir Brassiani msf)
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