segunda-feira, 27 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (28.07.2020)


Dia 28 de julho | Terça-feira | 17ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (13,36-43)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Que arda como brasa tua Palavra; nos renove esta chama que a boca proclama! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ushj5sKNvUE)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 13,36-43
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Com o recurso das parábolas, deseja animar os discípulos/as na esperança e quebrar a resistência às forças e estruturas que se opõem à novidade do Reino de Deus
·      A história é terreno de ambiguidade e ambivalência, e isso exige dos/as discípulos/as capacidade de discernimento e autocrítica, sem cair na tentação do purismo ideológico  
·      Jesus não gasta tempo explicando a origem do mal, mas chama a atenção para a “data de vencimento” dele: só a justiça e a verdade são perenes e tem futuro
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Entre com Jesus e os discípulos/as em sua casa e peça que ele lhe dê inteligência para compreender sua palavra
·      Leia atentamente a explicação que Jesus nos oferece sobre a parábola do trigo e do joio
·      Seria possível atualizar essa interpretação para a situação que vivemos hoje na Igreja e na sociedade do Brasil?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure recordar o nome de pessoas e as situações que perseveraram no Evangelho mesmo em meio a ambientes hostis e tentadores
·      Visualize e nomeie iniciativas de solidariedade pequenas e discretas que, sem alarde, fazem um grande bem à quem mais precisa e brilham como sinais da boa semente do reino
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei! Eu sei! Eu sei em quem acreditei! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=trZaqZnfNpY)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Saber esperar, sabendo que o tempo não existe mais. / O sol é de ontem, de sempre, e um dia é mais um dia. / Amanhã será outro dia, e arroz não nos faltará... / Acordaremos cansados com vontade de sentar; mas com a espera no ombro, e nos caberá esperar outro dia, todo o dia, para aprender a esperar. (Dom Pedro Casaldáliga)
SUBSÍDIO
Já vimos que as parábolas tem características sapienciais e populares, usa imagens da experiência cotidiana, e exige o engajamento do ouvinte na interpretação. Nisso, são diferentes da alegoria, que busca equivalência ou correspondência e sentido para cada um dos termos. Na explicação, pedida pelos discípulos, Mateus faz uma leitura alegórica da parábola do trigo e do joio.
Notemos que é uma das interpretações possíveis, e o interesse está na oposição que o Reino de Deus enfrenta. Jesus a oferece esta explicação em casa, no espaço que as comunidades cristãs converteram em ambiente de encontro com Jesus e de aprofundamento do seu ensino. A leitura se detém em oito aspectos, que não são os únicos. Há um fio condutor: o mal e sua oposição à novidade do Reino de Deus faz parte da condição humana mas tem seus dias contados, não é para sempre.
Jesus, que se apresenta como Filho do Homem, espalha a semente do Reino de Deus, que é boa e se concretiza nos discípulos que o seguem. O campo não se restringe ao coração das pessoas, mas é o mundo (a vida econômica, política, social e religiosa cotidiana). O joio é encarnado pelas elites políticas e religiosas, que Jesus qualifica como filhas do diabo e são por ele semeadas no mundo (cf. 4,8; 12,33-37).
Portanto, o tempo histórico é o tempo da adversidade e do conflito, mas, no final, o mal e suas causas serão eliminados. Por isso, os discípulos/as do Reino somos estimulados/as a manter a esperança, mesmo sendo trigo no meio do joio. Quando o Mundo Novo florescer plenamente, os filhos/as do Reino brilharão como o sol e a noite ficará iluminada como quando o Filho de Deus se fez carne. O tempo atual é de esperança e luta.
 (Itacir Brassiani msf)

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