Dia 23
de julho | Quinta-feira | 16ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (13,10-17)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: A Palavra está perto de ti, em tua boca, em teu coração! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 13,10-17
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Os discípulos se aproximam respeitosamente de Jesus e
o questionam porque fala a eles claramente mas ao povo fala através de
parábolas
· Jesus responde afirmando que, com o recurso das
parábolas, deseja quebrar a resistência e a oposição das elites à novidade
inaugurada pelo Reino de Deus
· Aponta para a insensibilidade e a má vontade, a
fixação nos próprios interesses e medos
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Procure inserir-se na cena relatada pelo evangelista e
interagir com os discípulos e com Jesus
· Não corremos também nós, como fiéis e como Igreja, o
risco de olhar sem ver, de ouvir sem escutar, ou seja: de adaptar o Evangelho
de Jesus aos nossos interesses e medos?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Deixe ressoar em sua mente e em seu coração o elogio
de Jesus aos discípulo/as: “Felizes são os olhos de vocês, porque veem, e os
ouvidos, porque ouvem”; “Eu lhes garanto: muitos justos e profetas desejaram
ver o que vocês estão vendo, mas não viram; desejaram ouvir o que vocês estão
ouvindo, e não ouviram!”
· Peça e acolha, por você, sua família e sua comunidade,
a graça de manter-se discípulo/a de Jesus, ouvindo, compreendendo, vivendo e
anunciando a Boa Notícia do Reino de Deus
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Como levar a sério a declaração de Jesus de que
aqueles que não aceitam as consequências do Evangelho e se dizem cristãos
perderão até o pouco que possuem?
· Como superar a presunção de estar entre os
discípulos/as perfeitos/as ou melhores, de ter compreendido tudo sobre o
mistério de Deus e do seu Reino no mundo?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Ele me amou e se entregou por mim! Ele me amou e se entregou por mim! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=orWcwWHWWEY)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Uma leitura atenta dos capítulos 4 a 12 do
evangelho de Mateus deixa bastante claro que o anúncio do Reino de Deus e as
ações que Jesus faz para demonstrá-lo presente encontra muita incredulidade,
rejeição e hostilidade. Daí a insistência de Jesus na escuta, na compreensão, na
conversão e na prática que corresponde ao Evangelho.
Ao povo em geral, incluindo as elites dirigentes,
Jesus prefere anunciar o mistério do Reino de Deus através de parábolas. É um
recurso de comunicação sapiencial e popular, que fala do Reino de Deus com
imagens tiradas da experiência comum e cotidiana, e exige o engajamento do
ouvinte na interpretação. Aos discípulos, mais sintonizados com ele e inseridos
no processo de formação, Jesus fala mais objetiva e incisiva.
A parábola do semeador ilustra as diversas reações
frente ao anúncio do Reino de Deus. Jesus é muito realista, e parte da
constatação de que ¾ (ou 75%) dos seus interlocutores não compreendem
adequadamente e não aderem à novidade do reino de Deus. Ver e ouvir significa
discernir, compreender e aderir. E isso implica em converter-se, mudar o modo
de pensar e de agir. A responsabilidade recai sempre sobre a decisão do
ouvinte.
Jesus não analisa, mas acena para várias causas que
concorrem para isso. Em geral, é a insensibilidade e a má vontade para assumir
um processo de mudança que pode ser exigente. Por isso, muitos, especialmente
as elites religiosas, olham sem ver e ouvem sem realmente escutar.
Entretanto, Jesus se alegra com a adesão dos
pequenos e humildes que se fazem seus discípulos/as. Eles são a confirmação da
vontade de Deus, e se juntam à grande caravana dos profetas e justos do Antigo
Testamento. Por isso, podem e devem participar da alegria de Jesus!
(Itacir
Brassiani msf)
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