(Lc 19,1-10) Lucas , exagera, como sempre. Coloca no coração do seu evangelho a
conversão impossível, o discipulado louco, o chamado inapresentável. Jesus
salva aquele que ninguém queria salvar,
que ninguém podia salvar, que ninguém
saberia como salvar. Exceto Deus.
Acontece, e acontece mesmo! Acontece que Zaqueu, chefe dos pecadores, curioso,
sobe numa árvore para ver sem ser visto. E Jesus o identifica e localiza, como
se identifica um predador tocaiado. Zaqueu não esperava nenhum tipo de
salvação, habituado que estava aos olhares plenos de ódio dos seus concidadãos,
impassível frente às cuspidas que os fariseus lhe dirigiam. Impassível e
enrijecido até encontrar o único olhar que não o julgava, demonstrando-lhe
amor. E Zaqueu desce, desce depressa, porque o profeta quer ir à sua casa. Sem impor
nenhuma condição. Sem julgamentos. Sem moralismos. Desce porque se sente amado,
acolhe porque se sente acolhido. E acaba cavando um buraco com as próprias
mãos: falirá distribuindo metade dos seus bens aos pobres e devolvendo tudo o
que havia roubado, multiplicado por quatro. Mas o que isso importa agora? Assim
é aquele louco de Deus: perdoa antes que se convertam. Ou melhor: o seu perdão
suscita a nostra conversão, e a faz florescer. (Paolo Curtaz, Parola
& Preghiera, novembro/2013, p. 128)
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