(Lc 21,29-33) A palavra de Jesus não passa. Com esta certeza, concluímos
o ano litúrgico, agarrados na promessa do Mestre. E com esta certeza possamos também
ler os eventos do mundo e da Igreja, sem medo, sem vontade de voltar atrás, sem
visões estreitas e medrosas, mas com o olhar amplo que somente a fé pode nos
dar. O/a discíupulo/a olha o mundo com um realismo otimista: sem ceder ao aparente
brilho de quem periodicamente encontra soluções definitivas, sabe que todos trazemos
no coração uma sombra, o pecado original, e que tal sombra roe, a partir de
dentro, toda utopia, projeto ou revolução. Mas isso não significa que permanecemos
imóveis, sem fazer nada, que nos resignamos. Nós esperamos novos céus e nova
terra, onde a justiça virá para estabelecer morada definitiva. Aqui e agora
construímos o reino onde vivemos, com simplicidade, obstinação, alegria. Aqui e
agora realizamos o sonho de Deus, sonho de um mundo no qual acolhemo-noss no
respeito à diversidade, buscando juntos o sentido último da vida que Cristo nos
revelou. E a espera é plena da presença e das palavras de Cristo, que não
passam e que se tornam pão cotidiano. (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera,
novembro/2013, p. 202)
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