O meu
último amém
A
nossa vida é breve, a nossa vida é longa, e com grande admiração estou diante
de uma vida, que teve as suas reviravoltas inesperadas, e também a linearidade
de um caminho: uma vida de mais de 31 mil dias, bonitos e escuros, iridescente,
que me trouxe muitas experiências, para o bem assim como para o mal; uma vida
diante da qual eu posso dizer: foi bom assim.
Eu
recebi incomensuravelmente mais do que pude dar: todas as minhas boas intuições
e as minhas boas ideias, as minhas boas decisões e ações me foram dadas,
possibilitadas pela graça. E
mesmo onde eu decidi erroneamente e agi mal, Tu me guiaste de modo
invisível. Peço-Te
perdão por tudo onde eu errei.
Agradeço-Te,
inaferrável, oniabrangente e todo dominante, princípio original, sustento
original e sentido original do nosso ser, que nós chamamos de Deus;
Tu, o grande mistério indizível da nossa vida;
Tu, o grande mistério indizível da nossa vida;
Tu, o infinito em toda finitude;
Tu,
o inexprimível em todo discurso nosso.
Eu
te agradeço por esta vida com todas as suas escuridões e estranhezas.
Eu
te agradeço por todas as experiências, as claras e as obscuras.
Eu te agradeço por tudo o que foi exitoso, e por tudo o que no fim tu transformaste em bem.
Eu te agradeço por tudo o que foi exitoso, e por tudo o que no fim tu transformaste em bem.
Eu
te agradeço porque a minha vida pôde se tornar uma vida exitosa, não só para
mim, mas também para aqueles que puderam participar desta vida.
O
plano sobre o qual corre a nossa vida com todas as suas errâncias e
reviravoltas só Tu o conheces.
Não
podemos reconhecer desde o princípio essa Tua intenção conosco.
Não podemos ver, como Moisés e os Profetas, o Teu rosto neste mundo.
Não podemos ver, como Moisés e os Profetas, o Teu rosto neste mundo.
Mas,
assim como Moisés na cavidade da rocha pôde ver às suas costas o Deus que
passava,
Assim
também nós, retrospectivamente, podemos reconhecer e experimentar a Tua mão, ó
Senhor, na nossa vida;
Reconhecer e experimentar que Tu nos sustentaste e nos guiaste e que o que nós mesmos decidimos e fizemos sempre de novo foi por
Ti reconduzido ao bem.
Ponho
o meu futuro, com abandono e confiança, nas Tuas mãos.
Poderia ser de muitos anos ou de poucas semanas.
Poderia ser de muitos anos ou de poucas semanas.
Alegro-me
por cada novo dia que eu recebo como dom e confio a Ti, cheio de confiança, sem
preocupação e angústia, tudo o que me espera.
Tu
estás no início do início, e no centro do centro, assim como estás no fim do
fim, e no fim dos fins.
Agradeço-Te,
meu Deus, porque és misericordioso, e a
tua bondade dura para sempre. Amém. Assim seja!
Hans
Küng
(Teologo catolico de origem suiça, 85 anos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário