(Lc 14,15-24) Depois da cena de ontem – daquele fariseu embaraçado diante da reflexão
de Jesus sobre a gratuidade do convite – a reflexão de Jesus durante a famosa
janta prossegue, agora suscitada pela interveção de um dos convidados. Jesus
usa uma imagem muito interessante para descrever o Reino de Deus: uma festa. Todos
são convidados a participar, todos são chamados a fazer parte da festa da vida,
a ocupar o lugar que lhes foi preparado. Este é um discurso difícil de ser
digerido, especialmente na casa de um fariseu, para o qual a distinção entre
puro e impuro acabara criando uma clara distinção social entre aqueles que
cumprem os preceitos da Lei e aqueles que, por culpa ou ignorância, não os
cumprem! Jesus insiste: a salvação não é mérito, não é automática, não pode ser
dada por descontada. Ao contrário, o risco é que exatamente aqueles que foram
convidados em primeiro lugar encontrem mil e uma desculpas para não participar.
E então o Senhor da casa convida para a festa os últimos, os marginalizados, e
até os obriga a entrar! Seríamos nós estes excluídos que não apresentaram
desculpas e se deixaram suavemente obrigar pelos servidores a entrar? Seríamos
nós os discípulos de Jesus? Então, não cometamos o erro de sentirmo-nos salvos,
de imaginar que estamos plenamentes realizados, de abusar dessa extraordinária
oportunidade... (Paolo
Curtaz, Parola & Preghiera, novembro/2013, p. 36)
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