Hoje, 3 de novembro, não posso deixar de recordar os quatro meses de falcimento do muito querido e sempre lembrado Pe. Rodolpho Ceolin msf (+03.07.2013). Como homenagem a esse grande coirmão,tomo a liberdade de publicar o testemunho de outro grande amigo, o professor Bertilo Brod, ex e sempre Missionário da Sagrada Família. O texto é a junção de dois diferentes e-mails que ele me enviou em diferentes momentos, e não passou pela sua revisão.
Pe.
Rodolpho Ceolin msf: um homem nobre
Meu coração e minha
mente continuam por todas as horas do dia com aquele que foi para mim uma
especier de "estrela-guia", um verdadeiro "Homem Nobre",
título que extraio de um pequeno mas precioso livro de Meister Eckart que o Pe.
André me fez chegar recentemente em minhas mãos. Reflito muito sobre a dimensão
mística da experiência humana e religiosa da vida. E ali assoma de imediato a
figura e a "experiência humana e religiosa" do Pe. Rodolpho, com quem
tive alguns dos momentos e encontros existenciais mais significativos da
minha própria "experiência humana e religiosa". Quero destacar
alguns.
Por duas vezes
acompanhei como delegado o então provincial Rodolpho em capítulos gerais, nos
idos de 60, logo após a Concílio ecumênico, a primeira vez na companhia do
também inesquecível Pe. Ernesto Greiner, e na segunda vez, junto com o
ex-confrade Assabido Rhoden... Quantas interlocuções! Quantas sábias colocações
destes amigos! Quantos testemunhos sinceros pela renovação da Congregação e da
Igreja!...
Como posso esquecer o
encontro com o Rodolpho quando ele me indicou o Pe. Luis Weber – outro
"imortal" ícone merecedor de mais lembrança e memória – como
"juiz" do processo da minha laicização, momento difícil mas muito
consciente no arranjo existencial a que me submeti...
E, mergulhando no
túnel do tempo, como esquecer as minhas travessuras de noviço, em 1953, quando
ousadamenter pulava a janela do dormitório do noviciado, anexo ao Escolasticado
São José, atravessava o pátio interno e ia jogar carta com alguns escolásticos
na antiga casa da tipografia... Quem encontrava por lá algumas vezes? O Frater
Ceolin, como espectador ou parceiro do carteado, até que o reitor Ladislau nos
surprendeu, certa noite. A "Infração grave" (quebra do silêncio
grande após as 22 horas e, mais grave, o contato de um noviço com escolásticos
filósofos ou teólogos), me valeu a quase-expulsão do noviciado... sobrando, finalmente,
apenas um a solene monitio canonica...
Muito teria ainda a
escrever sobre os encontros e contatos que tive com o saudoso Pe. Rodolpho.
Quero mencionar apenas mais um. Ele participou de um retiro que orientei para
um grupo de Missionários da Sagrada Família em Palmitos, vários anos atrás.
Embasei todas as minhas seis palestras a partir da I Carta de São João. No
último encontro, sugeri que cada participante escolhesse um versículo como
"lembrança" dos três dias de retiro. Todos leram sua escolha.
Recordo-me bem que o Pe. Rodolpho optou pelo seguinte pensamento:
"Filhinhos, não amemos só de boca, nem de língua, senão com atos e de
verdade" (1Jo 3,18).
Penso não me
equivocar ao afirmar que este foi realmente o lema que o norteou em seus
momentos de cultivo pessoal (tão intensos e por vezes tão sofridos e
dilacerantes...), mas também em suas pregações e exemplos de vida. Se
interpreto com certa fidelidade seu apostolado missionário, ouso testemunhar
que seu método apostólico foi sempre: escutar, discernir, decidir. Foi sua
tradução para o clássico "Ver, Julgar, Agir", das CEBs e da TdL.
Gostaria de
relacionar o modo de ser, de crer e de agir do Pe. Rodolpho com a comparação
que faço entre Bento XVI e Fancisco. Enquanto o Ratzinger enfatizava em
suas homilias e em seus escritos o lema "Charitas in Veritate",
Bergoglio parece inverter preferencialmente o mote: "Veritas in
Charitate". Sem deixar de ser ratzingeriano, Rodolpho, com certeza,
enfatizava mais a linha bergogliana...
Por último, não posso
esquecer que o Pe. Rodolpho escrevia cada ano a mim e à Vilma um cartão de
felicitações por ocasião do nosso aniversário.
Louvo a Deus e
agradeço à Sagrada Família ter conhecido, convivido e estimado o Pe. Rodolpho
em vida, e poder venerá-lo após a sua páscoa. Neste ponto, fecho com meu mano
Marcos: mais que um "Requiem", entoemos um "Te Deum
Laudamos". Acrescentaria: em homenagem póstuma à vida, apostolado
missionário e fidelidade do Pe. Rodolpho Ceolin a Deus, à Congregação e à
Igreja, ouçamos agradecidos o "Aleluia" de Händel!
Bertilo
Brod
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