10 filmes para refletir sobre a consciência negra
Nesta semana de
Consciência Negra, conheça 10 excelentes filmes que estimulam a
reflexão sobre a situação do negro no Brasil e no mundo. A seleção é do sítio Pragmatismo Político,
19-11-2013, publicada pelo site do IHU Notícias (20.11.2013)
1.Faça a coisa certa (Spike Lee –
1989)
Sal (Danny Aiello), um
ítalo-americano, é dono de uma pizzaria em Bedford-Stuyvesant, Brooklyn. Com
predominância de negros e latinos, é uma das áreas mais pobres de Nova York.
Ele é um cara boa praça, que comanda a pizzaria juntamente com Vito (Richard Edson) e Pino (John Turturro), seus
filhos, além de ser ajudado por Mookie (Spike Lee). Sal
decora seu estabelecimento com fotografias de ídolos ítalo-americanos dos
esportes e do cinema, o que desagrada sua freguesia. No dia mais quente do ano,
Buggin’ Out (Giancarlo Esposito), o ativista local, vai até lá para
comer uma fatia de pizza e reclama por não existirem negros na “Parede da
Fama”. Este incidente trivial é o ponto de partida para um efeito dominó, que
não terminará bem.
2. Conduzindo Miss Daisy (Bruce
Beresford – 1989)
Atlanta, 1948; Uma rica judia de 72
anos (Jessica Tandy) joga acidentalmente seu Packard novo em
folha no jardim premiado do seu vizinho. O filho (Dan Aykroyd) dela
tenta convencê-la de que seria o ideal ela ter um motorista, mas ela resiste a
esta idéia. Mesmo assim o filho contrata um afro-americano (Morgan Freeman) como motorista. Inicialmente ela recusa
ser conduzida por este novo empregado, mas gradativamente ele quebra as
barreiras sociais, culturais e raciais que existem entre eles, crescendo entre
os dois uma amizade que atravessaria duas décadas.
3. A outra história Americana (Tony
Kaye – 1998)
Um dos melhores filmes sobre o tema
racial da década de 1990, não poupa o espectador da violência e do ódio ao
mostrar os crimes de uma gangue racista de skin heads, formada
por integrantes neonazistas, nos Estados Unidos. O filme tem o poder de mostrar
como o ódio racial acaba com a vida tanto de agressores quanto de agredidos, e
é contundente, principalmente pela mensagem e pela ótima interpretação de Edward Norton.
4. Amistad (Steven Spielberg – 1998)
Baseado em um evento real, este filme
relata a incrível história de um grupo de escravos africanos que se rebela e se
apodera do controle do navio que os transporta e tenta retornar à sua terra de
origem. Quando o navio, La Amistad, é aprisionado, esses escravos são levados
para os Estados Unidos, onde são acusados de assassinato e são jogados em uma
prisão à espera do seu destino.Uma empolgante batalha se inicia, o que capta o
interesse de toda a nação e confronta os alicerces do sistema judiciário
norte-americano. Entretanto, para os homens e mulheres sendo julgados, trata-se
simplesmente de uma luta pelos diretos básicos de toda a humanidade: a
liberdade.
5. A Negação do Brasil (Joel Zito
Araújo – 2001)
O documentário é uma viagem na
história da telenovela no Brasil e particularmente uma análise do papel nelas
atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens mais
estereotipados e negativos. Baseado em suas memórias e em fortes evidências de
pesquisas, o diretor aponta as influências das telenovelas nos processos de
identidade étnica dos afro-brasileiros e faz um manifesto pela incorporação
positiva do negro nas imagens televisivas do país.
6. Quanto vale ou é por quilo? (Sergio
Bianchi – 2005)
Adaptação livre do diretor Sérgio Bianchi para o conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis, Quanto vale ou é por quilo? desenha
um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no fundo, semelhantes na
manutenção de uma perversa dinâmica sócio-econômica, embalada pela corrupção
impune, pela violência e pelas enormes diferenças sociais. No século XVIII,
época da escravidão explícita, os capitães do mato caçavam negros para
vendê-los aos senhores de terra com um único objetivo: o lucro. Nos dias
atuais, o chamado Terceiro Setor explora a miséria, preenchendo a ausência do
Estado em atividades assistenciais, que na verdade também são fontes de muito
lucro. Com humor afinado e um elenco poucas vezes reunido pelo cinema nacional,
Quanto Vale ou É Por Quilo? mostra que o tempo passa e nada muda. O Brasil é um
país em permanente crise de valores.
7. Agosto Negro (Samm Styles – 2007)
A curta vida do ativista condenado George Lester Jackson (Gary
Dourdan, da série CSI) se torna o estopim para uma revolução, dando
início a mais sangrenta rebelião ocorrida em toda a história do presídio de San
Quentin. Agosto Negro narra a jornada espiritual e a violenta fé de Jackson,
desde sua condenação por roubar 71 dólares de um posto de gasolina até
galvanizar a Família Black Guerrilla com seu incendiário livro, criado a partir
de cartas, Soledad Brother, ou espalhar ferocidade nos corredores de San
Quentin em um dia de agosto, quando seu irmão mais novo, Jonathan, chocou o
país ao fazer refém toda uma corte de justiça na Califórnia, em protesto pelo
julgamento de Jackson. Para o militante George Jackson, a revolução não era uma
escolha, mas uma necessidade.
8. Besouro (João Daniel Tikhomiroff – 2010)
Bahia, década de 20. No interior os
negros continuavam sendo tratados como escravos, apesar da abolição da
escravatura ter ocorrido décadas antes. Entre eles está Manoel (Aílton Carmo), que quando criança foi apresentado à
capoeira pelo Mestre Alípio (Macalé). O tutor
tentou ensiná-lo não apenas os golpes da capoeira, mas também as virtudes da
concentração e da justiça. A escolha pelo nome Besouro foi devido à
identificação que Manuel teve com o inseto, que segundo suas características
não deveria voar. Ao crescer Besouro recebe a função de defender seu povo,
combatendo a opressão e o preconceito existentes.
9. Bróder (Jeferson De – 2011)
Capão Redondo, bairro de São Paulo.
Macu (Caio Blat), Jaiminho (Jonathan Haagensen)
e Pibe (Sílvio Guindane) são amigos desde a infância e seguiram
caminhos distintos ao crescer. Jaiminho tornou-se jogador de futebol,
alcançando a fama. Pibe vive com Cláudia e tem um filho com ela, precisando
trabalhar muito para pagar as contas de casa. Já Macu entrou para o mundo do
crime e está envolvido com os preparativos de um sequestro. Uma festa surpresa
organizada por dona Sonia (Cássia Kiss), mãe de
Macu, faz com que os três amigos se reencontrem. Em meio à alegria pelo
reencontro, a sombra do mundo do crime ameaça a amizade do trio.
10. Histórias Cruzadas (Tate Taylor –
2012)
Jackson, pequena cidade no estado do
Mississipi, anos 60. Skeeter (Emma Stone) é uma
garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Ela começa a
entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para
trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria Skeeter faz
parte. Aibileen Clark (Viola Davis), a emprega da melhor
amiga de Skeeter, é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a
sociedade como um todo. Apesar das críticas, Skeeter e Aibileen continuam
trabalhando juntas e, aos poucos, conseguem novas adesões.
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