domingo, 9 de fevereiro de 2025

A compaixão de Jesus pelos que sofrem não tem limites

A compaixão de Jesus pelos que sofrem não tem limites | 619 | 10.02.2025 | Marcos 6,53-66

O capítulo 6 do Evangelho segundo Marcos começa com o escândalo dos familiares e conterrâneos de Jesus em sua terra, prossegue na compaixão que o leva a buscar alimento para a multidão faminta, vai adiante na tumultuada travessia do mar e termina com a cena de hoje: a multidão que o procura e encontra do outro lado do mar, como último porto para não desfalecer de necessidade e desespero.

Em todas as cenas deste capítulo transparece uma grande tensão: mesmo tendo sido chamados, tendo recebido uma formação especial e tendo ensaiado uma participação na missão de Jesus, os discípulos não conseguem reconhecer nele os traços do Messias esperado e assimilar sua prática e seu caminho. Por outro lado, a multidão de gente cansada e sem pastor que se interesse por ela busca Jesus e nele encontra o que já havia desistido de esperar.

Os discípulos não conseguem entender o significado do gesto do pão partilhado para os famintos no deserto, mas um mar de gente miserável se lança sobre Jesus! Este capítulo termina sem relato de gesto particular de Jesus em favor das pessoas, mas nos apresenta uma espécie de resumo do seu ministério em todas as esferas sociais: nos mercados, nas aldeias, nos campos e nas cidades. A sinagoga e o espaço religioso não esgotam os sinais do Reino de Deus!

Este sumário é comovente: reconhecendo Jesus imediatamente, as pessoas o buscam em qualquer lugar, carregando seus doentes pelas estradas e campos; colocando seus doentes nas praças das cidades; contentando-se até com apenas um toque na barra do seu manto. “E todos os que tocavam nele eram salvos”, diz Marcos. Tudo isso aumenta o contraste com a atitude dos doutores da lei, descritas logo em seguida: eles estão mais interessados na pureza das mãos dos discípulos de Jesus que na sua imensa compaixão.

Todos somos encorajados a buscar e encontrar em Jesus o conforto que necessitamos, mas também a assimilar e viver sua divina compaixão com o próximo, sem agenda e nem mapa. Tanto quanto buscar e reconhecer a compaixão de Jesus por nós, o que nos caracteriza como cristãos é tornarmo-nos semelhantes a ele, amar como ele ama.

 

Meditação:

§ Releia o texto, prestando atenção à comoção que se esconde atrás das palavras desse resumo da missão de Jesus

§ Perceba como Jesus não estabelece horário ou lugar para a compaixão, e como o povo põe nele sua última esperança

§ O que você espera de Jesus: um benefício pessoal, ou um caminho que o torne mais humano e solidário?

§ O que fazer para não transformar Jesus num simples pronto-socorro emergencial, mas segui-lo como modelo de pessoa humana?

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