O que andamos conversando enquanto peregrinamos? | 634 | 25.02.2025
| Marcos 9,30-37
Na cena que
antecede a de hoje, alguns discípulos haviam visto Jesus transfigurado e ouvido
uma voz pedindo que escutassem o que ele lhes dizia. A multidão acorria a
Jesus, impressionada pela cura de um menino mudo. É neste contexto que Jesus
não quer que ninguém saiba para onde vai, porque está dedicado a ensinar seus
discípulos.
A arte de formar discípulos ocupa Jesus
inteiramente. Eles haviam fracassado na tentativa de curar um menino mudo.
Faltava-lhes a confiança em Deus, cultivadas especialmente na oração. Eles
corriam atrás de ações poderosas e lugares de honra, e não conseguiam admitir
um Messias vulnerável, que não busca o sucesso e que, inclusive, padece a morte
na mão dos líderes nacionais.
Por isso, Jesus repete o
ensinamento apresentado anteriormente: “O Filho do Homem vai ser entregue nas
mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, quando estiver morto, depois de três
dias ele ressuscitará”. O resultado não foi muito animador, pois “os discípulos
não compreendiam o que Jesus estava dizendo e tinham medo de fazer perguntas”.
É o medo de enfrentar a verdade, de descobrir as exigências do caminho que leva
à vida plena.
O mais impressionante é que, além
de não compreender os repetidos anúncios da rejeição e da humilhação e de
demonstrar medo de perguntar, os discípulos se envolvem com outras questões
complicadas. Jesus está atento às conversas de estrada, e quando chegam em
casa, pergunta-lhes: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?” Ninguém
se atreve a dizer que discutiam sobre qual deles seria o maior.
Será
que não é isso também o que muitos pais e mães sonham para seus filhos e
filhas: sucesso, fama, prosperidade? Mas claramente não é essa a perspectiva
proposta e trilhada por Jesus Cristo. Jesus desmascara as aspirações de poder,
coloca fim às nossas discussões sobre quem é o maior. Insistindo que o seu
caminho passa pela rejeição e recorrendo ao símbolo das crianças, Jesus aponta
claramente para outra direção.
Meditação:
o Retome, com todas nuances, a cena, a
atitude dos discípulos, o gesto e as palavras de Jesus neste trecho do
Evangelho
o
Quais são as posições
sociais que almejamos e os modelos humanos que nos inspiram e que gostaríamos
de imitar?
o
Será que a
indiferença de alguns setores cristãos à leitura dos evangelhos não se deve ao
medo de entender a proposta de Jesus?
· Você, sua família e sua comunidade
estão tirando as consequências e levando a sério a afirmação de Jesus: “Quem
acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que está acolhendo”?
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