O discípulo que amadurece se torna apóstolo ao modo de Jesus | 615 | 06.02.2025
| Marcos 6,7-13
No episódio
anterior (v. 1-6), o esperado encontro de Jesus com sua família e seus
conterrâneos de Nazaré terminou em desencontro. Jesus percebeu que, como ocorreu
com muitos profetas, ele não era reconhecido pelas pessoas mais próximas dele,
tanto do povoado como da própria família. Eles também são vítimas da ideologia
que não consegue acreditar na força dos fracos.
Mas Jesus não se rende às objeções,
vindas da elite religiosa e muito disseminadas, a um Deus que assume a condição
humana. Os sinais mais eloquentes e transformadores do Reino de Deus vêm
exatamente da ação dos pequenos e marginalizados. Que eles atuem de forma
pública e transformadora é um sinal da libertação já conquistada. O Reino de
Deus não depende da eficácia dessas ações, pois o fato de os amordaçados
falarem já é a libertação em curso.
Indiferente a este desprezo, Jesus
põe sua confiança naquela gente pequena e desprezada que ele acolheu e escolheu
para a sua comunidade-semente, a nova família que ele reuniu em torno do
Evangelho. E, mais tarde, os envia para multiplicar sua ação emancipadora por
doze, sem o apoio de meios potentes, que só fazem impressionar e intimidar.
Seria como negar com os fatos a Boa Notícia que anunciavam com as palavras.
É este o significado das recomendações
que Jesus faz àqueles e aquelas que envia: não levar reserva de alimentação,
nem reserva técnica de dinheiro; dispensar também as roupas desnecessárias;
levar apenas o cajado e calçar sandálias, para facilitar e agilizar as
caminhadas. Mas Jesus pede que eles não deixem de fazer o que é indispensável:
não atuem sozinhos, mas em companhia de outros; larguem mão dos pensamentos
elitistas, que menosprezam os pobres; curem os doentes e libertem as pessoas
dominadas, para que possam viver plenamente; evitem retaliações violentas
contra aqueles que não os ouvem nem acolhem.
Eis
o essencial da missão, em qualquer tempo e lugar: sair ao encontro como amigos
e hóspedes; confiar na força libertadora da fragilidade; manter a abertura e o
diálogo; fazer o bem sem olhar a quem. Um bom aprendiz e discípulo torna-se bom
mestre e apóstolo.
Meditação:
§ Releia
o texto com atenção, interagindo com Jesus e com aqueles que ele escolheu e
instruiu para a missão
§ Em
que medida nós e nossas comunidades ainda não conseguimos aceitar a importância
das ações frágeis e pequenas?
§ Você
acredita mesmo que este mundo será melhor quando o menor que padece acreditar
no menor?
§ Como
superar a tentação de confiar apenas nos meios potentes e nos agentes mais
poderosos para desenvolver nossa missão?
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