A medida do amor cristão é amar sem medida | 632 | 23.02.2025
| Lucas 6,27-38
O
Reino de Deus pede de nós, discípulos e discípulas de Jesus, grandeza de
coração. Precisamos espelhar-nos na misericórdia do Pai, cujo rosto é o próprio
Jesus, que ama incondicionalmente a todos, inclusive as pessoas “ingratas” ou “más”.
O amor que se nos pede é mais que estratégia, boa educação ou boas maneiras. As
exigências de Jesus são altas, não é possível ser mesquinho.
Jesus
é direto: “A vós que me escutais, eu digo...” Ele fala conosco ne de modo
manso, mas sublinha com ênfase, que as relações de amor recíproco são
insuficientes. O amor aos iguais, às pessoas bondosas e agradecidas, é pouco, e
não consegue se libertar das correntes do egoísmo de grupo e do paganismo. Deus
não nos trata assim! Ele age de acordo com o que precisamos, e não o que
merecemos!
No
evangelho de hoje, Jesus fala de amor aos inimigos, àqueles que nos odeiam,
excluem, insultam e amaldiçoam. Não são apenas aqueles que odiamos ou que nos
odeiam, mas aqueles que nos fizeram ou nos fazem mal, aqueles que a sociedade
torna invisíveis, de quem não nos aproximamos e que, quando os ignoramos, nos
sentimos bem.
Jesus
faz questão de exemplificar e deixar bem claro o que significa amar os inimigos:
fazer o bem a quem nos odeia; abençoar os que nos amaldiçoam; rezar por aqueles
que nos caluniam; oferecer a outra face a quem nos bate; dar também a túnica a
quem nos penhora o manto; emprestar a quem pede; dar sem cobrar retribuição.
Não é de hoje que surgem pessoas que pensam que Jesus foi longe demais.
Mas
Jesus não ensina a passividade, a submissão ou a ingenuidade. O que ele pede é
que sejamos como ele e como o Pai dele e nosso, que “é bondoso também para com
os ingratos e maus”. Ele espera que não sejamos apenas reagentes, mas capazes
de inovar, de tomar a iniciativa, de fazer aos outros o que desejamos que nos
façam.
A
misericórdia é a profundidade e a generosidade de Deus, e também a balança na
qual nossa fé, nossa esperança e nossa caridade serão medidas. A medida de
Jesus e do Pai deve ser a nossa medida. É assim que brilhará em nosso rosto e
em tudo o que fazemos e somos o rosto do Pai e assim demonstraremos que somos
filhos do Pai.
Meditação:
§ Retome
cada afirmação ou prescrição de Jesus, identificando quem são os seus
“inimigos” ou “adversários”
§ Você
acha isso tudo praticável, exequível, ou impossível de levar em conta em nossas
relações?
§ Por
onde você poderia começar, hoje, evitando querer fazer tudo de uma vez e
acabando por desanimar?
§ O que
podemos fazer para ajudar nossas comunidades a levar a sério a proposta de
Jesus em tempos de intolerância?
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