Quem quer seguir Jesus precisa carregar sua própria cruz | 629 | 20.02.2025
| Marcos 8,27-33
Esta reflexão descreve
a cegueira de Pedro. Ele não entende a proposta de Jesus quando fala do
sofrimento e da cruz. Pedro aceita Jesus como messias, mas não como messias
sofredor. Ele está influenciado pela propaganda do governo da época que só
falava do messias como rei glorioso. Pedro parece cego. Não enxerga nada e
ainda quer que Jesus seja como ele deseja.
Jesus pergunta: “Quem diz o povo
que eu sou?” Eles respondem relatando as várias opiniões do povo: “João
Batista”, “Elias ou um dos profetas”. Depois de ouvir as opiniões dos
outros, Jesus pergunta: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro responde: “Tu
és o Cristo, o Messias”. Isto é, aquele que o povo está esperando.
Jesus concorda
com Pedro, mas proíbe que ele fale sobre isso ao povo. Por que Jesus faz essa
interdição? É que naquele tempo, todos esperavam a vinda do
messias, mas cada um do seu jeito: uns como rei, outros como sacerdote, como
como doutor, como guerreiro, juiz ou profeta. Ninguém parecia estar
esperando o messias servidor, anunciado por Isaías (Is 42,1-9).
Jesus começa a ensinar que ele é o
Messias Servidor e afirma que, como o Messias Servidor anunciado por Isaías,
será preso e morto no exercício da sua missão de justiça. Pedro leva um susto,
chama Jesus de lado para mudar sua ideia. E Jesus responde a Pedro: “Vá embora,
Satanás. Você não pensa as coisas de Deus...”
Pedro pensava ter dado a resposta
certa. De fato, ele disse a palavra certa “Tu és o Cristo”. Mas não lhe deu o
sentido certo. Pedro não entendeu Jesus. Era como o cego que Jesus encontrara
em Betsaida. Trocava gente por árvore. A resposta de Jesus foi duríssima “Vá
embora, Satanás”. Satanás é uma palavra para designar aquele que afasta os
outros do caminho de Deus. Ninguém pode afastar Jesus da sua missão.
Jesus
tira as conclusões que valem até hoje. “Quem quiser vir após mim tome sua cruz
e siga-me”. Naquele tempo, a cruz era a pena de morte que o Império Romano
impunha aos marginais. Tomar a cruz e carregá-la atrás de Jesus era o mesmo que
aceitar ser marginalizado pelo sistema injusto que legitimava a injustiça.
Meditação:
§ Releia
o texto e contemple a cena, participando dela, observando os personagens e
interagindo com eles
§ Aquilo
que você diz e ensina sobre Jesus brota da sua experiência e meditação, ou é
apenas repetição daquilo que outros disseram?
§ Quem
é mesmo Jesus para você, que lugar ele ocupa na sua vida, e qual a relevância
do projeto dele para você?
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