quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Dia 18 de setembro | Sexta-feira | 24ª Semana Comum

Evangelho segundo Lucas (8,1-3)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Escuta, Israel! Javé, teu Deus, quer falar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=u2VMsDR-rPE)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 8,1-3

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      A mulher considerada pecadora se mostra “filha da sabedoria”, porque reconhece em Jesus o Deus misericordioso

·      Como ela, um bom grupo de mulheres segue Jesus, aprende com ele e colabora com sua missão de anunciar o Reino

·      Elas aparecem e são citadas em nível de igualdade até com o grupo dos doze apóstolos!

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome, com todas nuances, a cena descrita hoje por Lucas

·      Sua comunidade eclesial tem se esforçado para reconhecer a plena dignidade das mulheres e não tem impedido que tenham lugar e importância como os homens?

·      Por que a igreja católica ainda não consegue incluir plenamente as mulheres nos seus ministérios e funções de direção?

·      O que fazer para que a Igreja seja coerente com Jesus no tratamento inclusivo das mulheres?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Permita que ressoe nos seus lábios a oração das mulheres que dão o melhor de si pelas comunidades e pelos sofredores

·      Deixe ressoar também o grito das mulheres discriminadas na Igreja e que sofrem violência na sociedade e até na família

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      O que nós e nossa Igreja deve fazer para fazer o que Jesus fez, com a mesma liberdade e capacidade de acolhida?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Faça-se com que o estudo da Sagrada Escritura seja verdadeiramente a alma da teologia, enquanto se reconhece nela a Palavra que Deus hoje dirige ao mundo, à Igreja e a cada um pessoalmente” (Bento XVI, Verbum Domini, 86).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

No episódio de ontem vimos que Simão não reconhece sua condição de pecador e, com isso, se fecha ao perdão e à gratidão, e, assim, não segue Jesus. Mas a mulher sem nome, porque perdoada, expressa sua confiança e gratidão a Jesus. E tudo indica que se torna discípula!

É isso que nos dão a entender os três versos do evangelho de hoje: na sua peregrinação por cidades e povoados para anunciar a boa notícia do Reino de Deus, Jesus era acompanhado pelo “grupo dos doze” e por um bom número de mulheres libertadas de um passado de medo e exclusão, beneficiadas pela misericórdia de Deus em Jesus Cristo.

Que Jesus admita mulheres como discípulas é algo inusitado para a cultura daquele tempo. Os pais escolhiam mestres e educadores para seus filhos, mas não para as filhas. Isso representa uma novidade e uma ruptura com os padrões judaicos. A inauguração do Reino de Deus gera relações de partilha, serviço e autonomia.

As mulheres que acompanham Jesus, nomeadas ou não, não são explicitamente chamadas de discípulas, mas o são. E aparecem em nível de igualdade com o grupo dos dize! Elas aparecem como servidoras eficazes – diaconisas! – e são modelos daquilo que se espera de todo/a discípulo/a missionário/a de Jesus e do Reino de Deus.

O que congrega e caracteriza este grupo amplo e diversificado de pessoas que seguem Jesus é a plena dedicação a ele, a disposição de deixar-se formar na sua “escola”, o anúncio da boa notícia do Reino de Deus e o testemunho de abertura, acolhida, partilha e irmandade. A novidade de Jesus se mostra na comunidade que o segue!

Que belo exemplo, e que provocação contundente, Jesus faz à nossa igreja, ainda tão masculina e resistente ao pleno reconhecimento do jeito feminino de viver a missão!

 (Itacir Brassiani msf)

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