Dia 29
de setembro | Terça-feira | Festa dos Santos Anjos
Evangelho segundo João (1,47-51)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é
um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de
Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar
a lectio
divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo
que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições à convivência e
à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples
assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo
pesado e estéril.
Os textos propostos são aqueles
indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher
apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: É como a chuva que lava, é como o fogo que
abrasa: tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal... (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=rVhD1ndBNbw)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 1,47-51
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· O evangelista nos relata o encontro
entre Jesus e os primeiros discípulos que chegam a ele ou que ele mesmo chama
· Depois do encontro com André, Simão, o
discípulo Amigo e Filipe, chega a vez de Natanael, que exprime suas reservas
· Conhecendo a mentalidade
preconceituosa de Natanael, e sem menosprezar sua profissão de fé no horizonte
tradicional de Israel, Jesus acena para uma novidade
· Em sua humanidade concreta, Jesus se
apresenta como o Anjo que possibilita o encontro duradouro entre Deus e o Ser
humano
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Que papel você atribui aos anjos na
vivência da sua fé, e o que você pede ou espera deles?
· O que significa para nós hoje crer que
Jesus é o “anjo” de Deus, o espaço e o lugar humano no qual Deus habita e se
comunica de modo pleno e permanente com a Humanidade?
· Como viver o encontro com Jesus e seu
Evangelho como um caminho para superar nossas visões limitadas de Deus?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Tente imaginar Jesus como a “humana
escada rolante” que mantém o nosso acesso a Deus e a descida dele à nossa
humanidade, coloque nele suas necessidades e aspirações, e acolha as
orientações que ele lhe dá hoje
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar
na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção Santo Anjo do Senhor, de Antônio Cardoso (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Wke4h_BNwKo)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Por um lado, é necessária a Palavra que comunique aquilo que o próprio
Senhor nos disse; por outro, é indispensável dar credibilidade a esta Palavra
com o testemunho, para que não apareça como belas ideias, mas como algo que se
pode viver e que faz viver” (Bento XVI, Verbum Domini, 97).
ELEMENTOS
COMPLEMENTARES
O calendário litúrgico da Igreja católica celebra hoje a festa
dos Santos Anjos e Arcanjos. Segundo a doutrina católica, eles existem
realmente, e são servidores e comunicadores de Deus (cf. Catecismo 328-329).
Santo Agostinho ensina que este substantivo designa mais uma tarefa ou ação que
um ser ou uma natureza.
O substantivo hebraico mal’ak
designa o mensageiro de Javé, uma entidade que fala e age em nome dele e não se
distingue claramente de Javé. A bíblia oscila entre a ideia de personalização
da presença e da ação divina e a compreensão como um ser autônomo. Em todos os
casos, mesmo fazendo parte da doutrina da Igreja católica, os anjos não fazem
parte da nossa profissão de fé (Credo).
A cena e a Palavra de Jesus apresentadas pelo texto de hoje
estão no contexto do encontro de Jesus com os primeiros discípulos. Natanael,
símbolo do autêntico povo de Israel, faz a experiência de ser escolhido e amado
antes de conhecer Jesus. Sua profissão de fé e adesão a Jesus se dá no
horizonte da fé nacionalista do seu povo, e enseja a primeira auto declaração
de Jesus.
Apresentando-se como templo, casa ou comunicação de Deus, Jesus
nos reporta à imagem da escada que Jacó viu em sonho (cf. Gn 28,11-17), e que o
levou a reconhecer a presença de Javé naquele lugar aparentemente vazio. Com
isso, Jesus está falando de si como o Anjo do Pai, como o “lugar” ou a mediação
da presença, comunicação ou a relação estável e permanente de Deus com a humanidade.
Acenando à imagem dos anjos que descem e sobem sobre o filho do
homem, Jesus afirma que nele habita a glória ou o amor fiel de Deus, e se
apresenta como acesso contínuo e permanente a Deus. Jesus não está interessado
em provar a existência de anjos, mas em mostrar que ele é essa comunicação e
presença que os anjos querem significar.
(Itacir Brassiani msf)
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