sábado, 5 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (06.09.2020)


Dia 06 de setembro | Domingo | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (18,15-20)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos que propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
 (Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)    Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=2PSKzCMtfOU)

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 18,15-20
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Depois de ensinar que que Deus é como o pastor que busca incansável a ovelha amada, Jesus fala da correção fraterna
·      Ele sabe que a comunidade de discípulos/as é feita de pessoas limitadas e falíveis, e não esconde isso
·      A comunidade perfeita não é aquela que não tem dificuldades, mas aquela que as enfrenta de modo fraterno e evangélico
·      Nesta lição, Jesus nos propõe uma pedagogia da correção fraterna, em quatro passos
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)    Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Retome esta lição de Jesus, passo a passo, frase por frase
·      Se possível, leia também os versículos anteriores (v. 1-14)
·      Como você, sua família e sua comunidade enfrentam os conflitos e tensões de relacionamento e convivência?
·      Por que é sempre mais fácil queixar-se das pessoas que nos ofendem ou prejudicam a terceiros, evitando falar com elas?
·      Reflita sobre o que significa, na perspectiva de Jesus, tratar os/as ofensores/as como gentios ou cobradores de impostos?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)    Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
·      Apresente-se a Jesus, como parte de sua Igreja, santa e pecadora, como pecador/a que precisa dar e pedir perdão
·      Rememore o nome e o rosto das pessoas que lhe causaram danos ou feridas, peça a graça de desculpá-las e reze por elas
·      Identifique as pessoas a quem você ofendeu, mesmo sem intenção, e procure elas para pedir desculpas e perdão

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)    Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!
·      Ouça e cante o mantra: Onde reina amor, fraterno amor; onde reina amor, Deus aí está! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=UpmnLAfCO0o)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

A Igreja deve fazer um esforço para mostrar a Palavra de Deus como abertura aos problemas, como resposta às perguntas, como dilatação dos valores e, ao mesmo tempo, como satisfação das aspirações da humanidade. Deve mostrar claramente como Deus ouve a necessidade do homem e o seu apelo” (Bento XVI, Verbum Domini, 23).

LEITURA COMPLEMENTAR

Os versículos lidos nesta liturgia apresentam uma questão bem concreta: O que fazer quando acontecerem ofensas pessoais entre os irmãos? O caminho que Jesus propõe não é apenas de correção, mas também de reconciliação. Por isso, são vários os passos e as estratégias pastorais.

primeira atitude a ser tomada é uma conversa privada, cuja iniciativa é da pessoa ofendida: se teu irmão pecar contra ti. Neste caso, a ação de quem sofreu a ofensa é a mesma do pastor, descrita imediatamente antes, nos vv. 10-14: procurar a ovelha que se havia perdido.

segunda atitude é apresentada é que a parte interessada na reconciliação e na recuperação deve envolver outros irmãos no processo: se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, conforme Dt 19,15: “Uma só testemunha não basta. A acusação só é válida quando for feita por duas ou três testemunhas”.

Se isso também não surtir efeito, o passo seguinte é comunicar à Igreja. Mas pode acontecer que o irmão corrigido prefira continuar no erro. Então, o último passo parece radical: “se também não quiser escutar a Igreja, trate-o como o pagão e o coletor de impostos”.

Normalmente, esta palavra é lida como excomunhão: Jesus estaria dizendo que é para expulsar da comunidade o irmão pecador teimoso. Mesmo que fosse isso, não se deve confundir a expulsão da comunidade com o conceito atual de excomunhão, uma punição extrema na Igreja Católica.

Tratar como pagão e coletor de impostos não significa bani-lo da comunidade, mas considera-lo como alguém que necessita de uma atenção redobrada, que ainda não pertence a comunidade e que exigirá paciência. Não se trata, portanto, de excomunhão, mas de missão: a Igreja deve se empenhar para recuperar e formar aquele irmão.
(Equipe de professores da ESTEF)

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