quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (17.09.2020)

Dia 17 de setembro | Quinta-feira | 24ª Semana Comum

Evangelho segundo Lucas (7,36-50)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Mãe do céu morena (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Ji_XM9NrC4U)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 7,36-50

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Vimos ontem que, para Jesus, os fariseus são como crianças que nunca estão satisfeitas, e querem sempre o contrário

·      Hoje, Jesus nos mostra que é esse fechamento, esse sentimento de perfeição e superioridade, que os mantém no pecado

·      A mulher considerada pecadora sim é “filha da sabedoria”, e reconhece Jesus como expressão de um Deus misericordioso

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome, em todos os delicados detalhes e nuances, a cena que se desenvolve na casa do fariseu Simão

·      Visualize as reações dos diferentes sujeitos, entre na parábola de Jesus, e deixe-se ensinar por seu gesto e sua palavra

·      Você se reconhece serenamente como pecador/a perdoado/a, como profundamente amado/a por Deus, se relaciona com as pessoas sem preconceitos, e é capaz de mostrar gratidão?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Reze com a ajuda do belo cântico: “Como a pecadora caída, derramo aos teus pés minha vida... Vê minhas lágrimas, e salva-me!” (clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=6H6NYum_Zrc)

·      Reze com abertura de coração, pedindo a Jesus que ensine você a reconhecer seus erros, não discriminar e ser agradecido/a

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      O que nós e nossa Igreja deve fazer para fazer o que Jesus fez?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com o refrão: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus! Imaculada, Maria do povo, mãe dos aflitos que estão junto à cruz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ajpDGExuMN4)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“A Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão, para nos unir no caminho para Deus. Sendo uma Palavra que se dirige a cada um de nós, é também uma Palavra que constrói comunidade, constrói a Igreja” (Bento XVI, Verbum Domini, 86).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

No final da parábola que meditamos ontem, Jesus sentenciava: “A sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.” Os filhos da sabedoria são as pessoas que entendem Jesus, os pobres e pecadores/as, e não os mestres da lei ou os fariseus. Isso é reforçado hoje.

Esta obra-prima da arte narrativa apresenta tons de simpatia e delicadeza. O fariseu Simão recebe Jesus em sua própria casa e está cercado de gente do seu “clube”. Eis que aparece uma visita embaraçante, que se dirige a Jesus com um gesto desconcertante.

A cena é esta: uma mulher conhecida como pecadora entra na sala, se coloca atrás de Jesus, lava seus pés com suas lágrimas, enxuga-os com seus próprios cabelos, beija-os e unge-os com o perfume. Jesus não faz caso, e até aprova o gesto da mulher, mas Simão abre a boca contra Jesus: que tipo de profeta é esse, que aceita coisas desse tipo?

Jesus não se preocupa com a mulher, mas com Simão e seus colegas. Enquanto eles consideram o gesto da mulher inoportuno e ambíguo, Jesus o vê positivamente, como reconhecimento da misericórdia que Deus vem manifestando nas ações de Jesus. É um gesto de amor agradecido. Ela diz tudo sem palavras.

O pensamento crítico de Simão é próprio de quem esquece ou esconde que é pecador, e revela que seu conceito de profecia é diferente do de Jesus. Para Jesus, o gesto da mulher não tem nada de ambíguo, e, mediante a parábola dos dois devedores perdoados, afirma que quem está em pecado e não foi perdoado é o próprio fariseu. Ele é muito religioso, mas é muito mais ainda preconceituoso.

Simão não reconhece sua condição de pecador e, com isso, se fecha ao perdão e à gratidão. E a mulher, porque perdoada, expressa sua confiança e gratidão a Jesus.

 (Itacir Brassiani msf)

Nenhum comentário: