Dia 26
de setembro | Sábado | 25ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (9,43-45)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é
um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de
Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar
a lectio
divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo
que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições à convivência e
à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples
assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo
pesado e estéril.
Os textos propostos são aqueles
indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher
apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou
é fiel, é fiel; fiel é aquele que vos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=SU8-WSS31HM)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 9,43-45
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· A vida de Jesus tem conotações
claramente proféticas, mas ele é maior que qualquer modelo profético que o
antecedeu
· Jesus é sempre maior que nossos
conceitos, imagens e experiências dele; ele sempre nos surpreende, é mais
· Este “mais” frequentemente é “menos”:
menos poder, menos sucesso, menos doutrina, menos distância...
· Por isso, ele fala de si mesmo como
“filho do homem”, filho da humanidade, compassivo e solidário na fraqueza e na
dor
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome a cena e as orientações de
Jesus no evangelho de hoje
· Deixe-se surpreender pelo encontro com
Jesus e com seu ensino e sabedoria, abandonando as expectativas de coisas
grandes
· Como você acolhe o caminho de
despojamento solidário em favor da humanidade que Jesus viveu e nos propõe?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Contemple a compaixão e a presença
ativa de Jesus junto do povo, inclusive na perseguição e na morte na cruz
· Dialogue com Jesus, balbuciando e
esboçando sua resposta pessoal e existencial à pergunta que ele lhe dirige
· Tente resumir isso numa frase para
anunciar como boa notícia e testemunho às pessoas que você encontrar no dia de
hoje
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Há algo a mudar na sua ideia sobre
Jesus, na imagem que você tem dele, naquilo que você diz sobre ele às pessoas?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos
meus seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Não podemos guardar apenas para nós as palavras de vida eterna que
recebemos no encontro com Jesus Cristo: são para todos, para cada pessoa. Todas
as pessoas, também hoje, tem necessidade deste anúncio, saibam ou não disso” (Bento XVI, Verbum Domini, 91)
REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Depois do diálogo formativo e revelador de Jesus
com seus discípulos (9,18-22), que meditamos ontem, Lucas descreve a cena da
transfiguração de Jesus e relata a cura de uma criança epilética (cf. 9,23-42).
Nos três versículos propostos pela liturgia para hoje, Jesus volta a falar aos
sobre seu destino como messias.
Quando o povo manifesta um certo consenso sobre sua
identidade profética, Jesus faz questão de insistir no caminho da paixão na
cruz, manifestando sua certeza nada ingênua sobre seu futuro. Como os
discípulos nada percebem e tem dificuldades de entender, Jesus pede que eles
“coloquem na cabeça” este seu anúncio.
Jesus quer estimular nos seus discípulos/as a
coragem frente as hostilidades que ele e seus seguidores seguramente
enfrentariam, mas eles continuavam obcecados e iludidos com um messianismo
político e poderoso e não conseguiam entender nem aceitar o que Jesus lhes
dizia. Não há seguimento sem enfrentamento e sem discernimento!
Com esse anúncio insistente num messianismo de
compaixão e despojamento, Jesus quer “jogar um balde de água fria” no fogo do
entusiasmo popular. Ele baixa o messias da glória para a miséria. Os discípulos
não entendiam e tinham medo de perguntar porque resistiam ao destino ou caminho
de Jesus, que seria também o deles.
Não se trata apenas de dificuldade para entender,
mas de resistência para aceitar. Essa dificuldade é claramente ressaltada por
Lucas nestes versículos. A ambição de sucesso e prosperidade os deixava cegos e
acorrentados. Quando Jesus troca o substantivo “messias” por “filho do homem”
ao se referir a si mesmo não pretende outra coisa que desfazer essa ilusão que
alimentam sobre ele e preveni-los em relação ao que os esperaria no futuro.
(Itacir
Brassiani msf)
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