quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (10.09.2020)


a 10 de setembro | Quinta-feira | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,27-38)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos que propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
 (Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)    Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 6,27-38
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Depois de proclamar aos discípulos/as as bem-aventuranças e dos “ais”, Jesus dá uma série de exemplos de como dar corpo e concretude a uma comunidade alternativa
·      Quem quer seguir Jesus, deve estar disposto/a a tê-lo como seu modelo e guia, viver no seu espírito, participar da sua missão
·      Isso não depende apenas da vontade e do pensamento, mas da abertura ao seu Espírito, que leva a recriar na vida e nas relações a misericórdia do Pai
·      A regra de ouro é “primeirear! (Papa Francisco): sair à frente, fazer aos outros o que gostaríamos que eles fizessem por nós
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)    Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Retome cada afirmação ou prescrição de Jesus, identificando quem são os seus “inimigos” ou “adversários”
·      Você acha isso tudo praticável, exequível, ou impossível de levar em conta em nossas relações?
·      Por onde você poderia começar, hoje, evitando querer fazer tudo de uma vez e acabando por desanimar?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)    Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
·      Peça com confiança e perseverança: “Jesus, compassivo e misericordioso, torna-me semelhante a ti!”
·      Ou reze ou cante: “Dá-me um coração grande para amar! Dá-me um coração forte para lutar!”

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      O que podemos fazer para ajudar nossas comunidades eclesiais e levar a sério esse caminho prescrito por Jesus em tempos de acirramento da intolerância?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)    Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!
·      Ouça e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
A Palavra divina nos introduz no diálogo com o Senhor: o Deus que fala, ensina-nos como podemos falar com Ele. Ela também desvenda o pecado que habita no nosso coração. A Sagrada Escritura mostra-nos como o pecado é essencialmente desobediência e consiste em não escutar” (Bento XVI, Verbum Domini, 24 e 26).

REFLEXÃO COMPLEMENTAR
O Reino de Deus pede de nós, discípulos/as de Jesus, grandeza de coração. Precisamos nos espelhar na misericórdia do Pai, que ama incondicionalmente a todos/as, inclusive as pessoas ingratas ou más. O amor que se nos pede é mais que estratégia, oportunismo, boa educação ou boas maneiras. As exigências de Jesus são altas, não é possível ser mesquinho/a.
Jesus é direto: “A vós que me escutais, eu digo...” Ele fala conosco, que dedicamos um mês especial à Palavra de Deus. Ele sublinha que relações de amor recíproco são insuficientes. O amor aos iguais, às pessoas boas e agradecidas, é pouco, e não foge das correntes do egoísmo de grupo e do paganismo. Deus não nos trata assim! Ele age de acordo com o que precisamos, e não o que merecemos!
Jesus fala de amor aos inimigos, àqueles que, conforme o evangelho de ontem, nos odeiam, excluem, insultam e amaldiçoam. E exemplifica: fazer o bem a quem nos odeia; abençoar os que nos amaldiçoam; rezar por aqueles que nos caluniam; oferecer a outra face a quem nos bate; dar também a túnica a quem nos penhora o manto.
Jesus está longe de pedir que sejamos passivos, submissos ou ingênuos. Ele pede apenas que sejamos como ele, e como o Pai dele e nosso, que “é bondoso também para com os ingratos e maus”. Espera que, como ele, não sejamos apenas reagentes ao que sofremos, mas capazes de inovar, de mudar, de tomar a iniciativa: “O que desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles!”
A misericórdia é a profundidade e a generosidade de Deus, e também a balança na qual nossa fé, nossa esperança e nossa caridade serão medidos. A medida de Jesus e do Pai deve ser a nossa medida. É assim que brilhará em nosso rosto e em tudo o que fazemos e somos o rosto do Pai, que demonstraremos que somos filhos/as do Pai.
 (Itacir Brassiani msf)

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