Dia 14
de setembro | Segunda-feira | Exaltação da Cruz
Evangelho segundo João (3,13-17)
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida
cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família,
em grupo ou em comunidade.
“Ouvir
juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de
acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com
os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum
Domini, 46).
Em tempos
de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo
de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Fala, Senhor! Fala, Senhor palavras de
fraternidade! Fala Senhor! Fala, Senhor! És luz da humanidade! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7xayq9VE4vQ)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 3,13-17
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Jesus havia dito a Nicodemos, um dos
líderes dos escribas e fariseus, que, para entrar no dinamismo do Reino de
Deus, é preciso desaprender, nascer de novo, nascer do alto
· Em Jesus crucificado, Deus e Homem na
mais radical expressão de dom de si mesmo, temos a salvação e a glória
· Nela Deus assina e sela sua aliança:
ama tanto o mundo que renuncia definitivamente à punição e ao castigo
· Por amor e para nossa salvação, envia
seu Filho e, com ele, se dá inteiramente no mistério da cruz
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome cada palavra e expressão, em
forma negativa ou em forma positiva, e deixe que ressoem em você
· Você ainda só consegue ver na cruz
dor, abandono e sofrimento, ou consegue fixar nela seu olhar e contemplar o
amor de Deus?
· O que significa a expressão “Deus amou
tano o mundo” (organização humana, humanidade), em vez de “Deus amou tanto os
indivíduos”?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Contemple demoradamente Jesus
crucificado, deixando-se amar e inspirar por ele
· Repita com sinceridade e confiança: “Nossa
glória é a cruz pela qual nos amou Jesus!”
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com o refrão: Nossa glória é a cruz pela qual nos salvou
Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=K7r22txmYOI)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A Palavra de Deus
torna-se perceptível à fé através das palavras e gestos humanos. A fé reconhece o Verbo de Deus, acolhendo os gestos e as
palavras com que Ele mesmo se nos apresenta” (Bento XVI, Verbum Domini, 56).
SUBSÍDIO COMPLEMENTAR
O texto que nos é proposto à meditação está relacionado com a
festa de hoje: a exaltação da Santa Cruz. É uma celebração que vem do ano 335,
quando foi celebrada a dedicação de duas basílicas, na colina do Gólgota, em
Jerusalém: as basílicas da Cruz e da Ressurreição.
Não deixa de ser estranho, ao menos do ponto de vista histórico e
sociológico, exaltar a cruz, recorrente instrumento de tortura e morte usado
pelo império romano. Seria como expor no centro dos nossos templos ou carregar
no peito ou estampadas em nossas camisas imagens do “pau de arara”, de arma de
fogo ou de uma lança.
Para os cristãos, a cruz não é memória da violência e da derrota,
mas a expressão mais clara e contundente do amor sem limites de Deus e da
humanidade. Pendurado na cruz, Jesus é a imagem de um Deus apaixonado e
protótipo do ser humano, criado à sua imagem e semelhança.
Na cruz está assinada a aliança de Deus com a humanidade: sua
vontade é radical e totalmente positiva (que todos tenham vida em abundância),
universal (inclui todas as pessoas e grupos humanos) e irreversível (ele não
volta atrás em sua paixão pela humanidade). Um Deus crucificado exclui todo
resquício ou ameaça de indiferença e punição.
Na vida de Jesus, a cruz é a efusão da compaixão de Deus, e não um
acontecimento inesperado ou passageiro. Ela toma o lugar da lei, torna-se ponto
de partida e de convergência da vida cristã e expressa a presença permanente e
salvífica de Deus no mundo.
A cruz traz a assinatura de Deus: ele continua amando o mundo e o
que nele existe e exclui de seu horizonte punições e castigos. Por isso,
entrega sua vida no Filho.
(Itacir
Brassiani msf)
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