domingo, 13 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (14.09.2020)

Dia 14 de setembro | Segunda-feira | Exaltação da Cruz

Evangelho segundo João (3,13-17)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Fala, Senhor! Fala, Senhor palavras de fraternidade! Fala Senhor! Fala, Senhor! És luz da humanidade! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7xayq9VE4vQ)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de João 3,13-17

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Jesus havia dito a Nicodemos, um dos líderes dos escribas e fariseus, que, para entrar no dinamismo do Reino de Deus, é preciso desaprender, nascer de novo, nascer do alto

·      Em Jesus crucificado, Deus e Homem na mais radical expressão de dom de si mesmo, temos a salvação e a glória

·      Nela Deus assina e sela sua aliança: ama tanto o mundo que renuncia definitivamente à punição e ao castigo

·      Por amor e para nossa salvação, envia seu Filho e, com ele, se dá inteiramente no mistério da cruz

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada palavra e expressão, em forma negativa ou em forma positiva, e deixe que ressoem em você

·      Você ainda só consegue ver na cruz dor, abandono e sofrimento, ou consegue fixar nela seu olhar e contemplar o amor de Deus?

·      O que significa a expressão “Deus amou tano o mundo” (organização humana, humanidade), em vez de “Deus amou tanto os indivíduos”?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Contemple demoradamente Jesus crucificado, deixando-se amar e inspirar por ele

·      Repita com sinceridade e confiança: “Nossa glória é a cruz pela qual nos amou Jesus!”

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com o refrão: Nossa glória é a cruz pela qual nos salvou Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=K7r22txmYOI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

A Palavra de Deus torna-se perceptível à fé através das palavras e gestos humanos. A fé reconhece o Verbo de Deus, acolhendo os gestos e as palavras com que Ele mesmo se nos apresenta” (Bento XVI, Verbum Domini, 56).


SUBSÍDIO COMPLEMENTAR

O texto que nos é proposto à meditação está relacionado com a festa de hoje: a exaltação da Santa Cruz. É uma celebração que vem do ano 335, quando foi celebrada a dedicação de duas basílicas, na colina do Gólgota, em Jerusalém: as basílicas da Cruz e da Ressurreição.

Não deixa de ser estranho, ao menos do ponto de vista histórico e sociológico, exaltar a cruz, recorrente instrumento de tortura e morte usado pelo império romano. Seria como expor no centro dos nossos templos ou carregar no peito ou estampadas em nossas camisas imagens do “pau de arara”, de arma de fogo ou de uma lança.

Para os cristãos, a cruz não é memória da violência e da derrota, mas a expressão mais clara e contundente do amor sem limites de Deus e da humanidade. Pendurado na cruz, Jesus é a imagem de um Deus apaixonado e protótipo do ser humano, criado à sua imagem e semelhança.

Na cruz está assinada a aliança de Deus com a humanidade: sua vontade é radical e totalmente positiva (que todos tenham vida em abundância), universal (inclui todas as pessoas e grupos humanos) e irreversível (ele não volta atrás em sua paixão pela humanidade). Um Deus crucificado exclui todo resquício ou ameaça de indiferença e punição.

Na vida de Jesus, a cruz é a efusão da compaixão de Deus, e não um acontecimento inesperado ou passageiro. Ela toma o lugar da lei, torna-se ponto de partida e de convergência da vida cristã e expressa a presença permanente e salvífica de Deus no mundo.

A cruz traz a assinatura de Deus: ele continua amando o mundo e o que nele existe e exclui de seu horizonte punições e castigos. Por isso, entrega sua vida no Filho.

 (Itacir Brassiani msf)

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