Dia 05
de setembro | Sábado | 22ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,1-5)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um
exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus.
Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
Em tempos de restrições à convivência e à movimentação
social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de
celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos que
propomos são aqueles indicados pela
Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher
apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis, produza
bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze,
ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu
caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 6,1-5
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Novamente, Jesus está mostrando uma
novidade e uma liberdade que escandaliza os religiosos mais conservadores
· Mesmo sem desprezar a lei e,
principalmente, os profetas, Jesus insiste primazia das necessidades humanas
sobre todas as leis
· Neste episódio, Jesus e seus
discípulos são questionados por não respeitarem o repouso sabático e a
propriedade provada
· Jesus pede que seus acusadores
refresquem a memória, e não omitam aquilo que Deus ensina através da história
do seu povo
· Feche
a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em
si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome a cena, inserindo-se na caminhada
de Jesus com seus discípulos, sob o olhar crítico dos fariseus
· Procure entender com exatidão a
crítica que eles fazem aos discípulos e a Jesus
· Como você se sente diante da afirmação
de Jesus, de que ele é senhor das leis e instituições, e está acima delas?
· Em que medida você e a Igreja ainda
defendem, ao menos na prática, a prioridade das leis e costumes sobre as
necessidades e a dignidade das pessoas?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Apresente-se a Jesus, como parte de
sua Igreja, santa e pecadora, livre e medrosa, que se comporta
contraditoriamente como “hospital de campanha” e como “alfândega”
· Peça para ela a liberdade e a alegria
do Evangelho, mesmo que isso signifique perder a tranquilidade e “sujar as
mãos”
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Faça um esforço para identificar
sinais de apegos legalistas nas decisões e atitudes suas, da sua comunidade, da
sua família
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar
na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“As palavras de Deus, expressas
por línguas humanas, tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana,
como outrora o Verbo do eterno Pai Se assemelhou aos homens tomando a carne da
fraqueza humana” (Santo Ambrósio, citado em Verbum Domini, 18).
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Vimos ontem como Jesus insiste que seus
discípulos/as devem viver a alegre e boa novidade do Reino de Deus, deixando de
lado “velhas lições” e “velhos hábitos” rigorosos, que levam a formar guetos de
pessoas que se consideram perfeitas e superioras. Hoje, ele volta a essa
questão: a pessoa e suas necessidades está acima da lei.
É sábado e, desta vez, Jesus não está na sinagoga
mas se deslocando com seus discípulos. Sentindo fome, eles colhem e comem
espigas de trigo de uma plantação que não lhes pertence. Os fariseus observam
que eles caminham e colhem num dia que não é permitido fazê-lo. E, além disso,
não respeitam a propriedade privada.
Segundo a mentalidade dos fariseus, os discípulos
de Jesus cometem duas ilegalidades, ou pecados: não respeitam as proibições da
lei do sábado; roubam alimento da propriedade alheia. A segunda acusação é
aludida no fato do AT recordado por Jesus: Davi e seus companheiros, estando
famintos, se apossam e comem o pão reservado aos sacerdotes. A vida tem
prioridade em relação às leis!
Jesus responde com duas críticas à postura dos
fariseus: embora se apresentem como defensores da lei de Deus, eles desconhecem
as escrituras (“acaso vós não lestes?”); resistem a reconhecer Jesus como o
enviado autorizado e Filho de Deus, que é o legislador e, por isso, está acima das
leis (“o Filho do Homem é Senhor também do sábado”).
Algumas leis e costumes não casam com o Evangelho,
são como tecido velho irrecuperável ou como pipa danificada. Neste momento da
história do Brasil, com um povo acossado pela pandemia e pela crise devastadora,
Bolsonaro, Guedes e seus acólitos insistem que a lei do teto fiscal é
intocável. Se, por causa disso, o povo morre de fome ou por falta de
atendimento médico, pouco lhes importa.
(Itacir Brassiani msf)
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