terça-feira, 15 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (16.09.2020)

ia 16 de setembro | Quarta-feira | 24ª Semana Comum

Evangelho segundo Lucas (7,31-35)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Mãe do céu morena (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Ji_XM9NrC4U)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 7,31-35

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Fariseus, mas não só eles, são como crianças que nunca estão satisfeitas, e querem sempre o contrário

·      Criticavam João Batista por causa seu estilo rigoroso de vida, e não aceitavam Jesus por lhes parecer muito permissivo

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome a cena pitoresca proposta por Jesus e procure relacioná-la com os diferentes grupos de cristãos que você conhece

·      Você não se vê, às vezes, desejando propor reparos em aspectos essenciais da proposta de Jesus? Quais?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Leia algo sobre a vida dos santos Cornélio e Cipriano, cuja memória celebramos hoje, e procure relacioná-la com o evangelho de hoje

·      Reze com sinceridade e abertura de coração, pedindo que o Espírito lhe dê sabedoria e discernimento para acolher o Evangelho sem resistência

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      O que podemos fazer para evitar que os diferentes grupos cristãos evitem a tentação de “reescrever” o evangelho à medida dos seus preconceitos, medos e interesses?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com o refrão: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus! Imaculada, Maria do povo, mãe dos aflitos que estão junto à cruz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ajpDGExuMN4)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“A interpretação da Sagrada Escritura ficaria incompleta se não se ouvisse também os/as santos/as, que viveram verdadeiramente a Palavra de Deus. A interpretação mais profunda da Escritura provém daqueles/as que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua” (Bento XVI, Verbum Domini, 28).

 

NOTAS COMPLEMENTARES

A cena de hoje está literariamente situada depois do elogio de Jesus ao soldado romano que pediu sua intervenção em favor de um escravo seu (7,1-10) e da devolução da vida à filha da viúva de Naim (7,11-17), e em seguida às perguntas de João Batista sobre Jesus e de seu comentário elogioso a ele (7,18-30). A parábola e o comentário de Jesus estão ligadas a figura do Batista.

Para desmascarar as resistências e contradições de quem resistia à sua proposta (principalmente os fariseus e mestres da lei), Jesus apresenta uma cena pitoresca. Um grupo de crianças brincando na praça, umas tocando música e outras indiferentes ao que as primeiras fazem e transmitem: tocam músicas alegres e elas não dançam; tocam músicas tristes, e as outras não choram.

Os dois estilos de música é uma alusão aos diferentes caminhos de salvação oferecidos por João e por Jesus. Nunca estão satisfeitos e de acordo. A referência é clara: a mensagem de João Batista não foi aceita porque era muito dura e exigente (jejum e penitência); e Jesus é criticado por parecer-lhes muito permissivo (come e bebe, partilhando a mesa com pecadores e gente suspeita). São duas perspectivas, e a mesma resistência à mudança.

Mas essa resistência não é exclusividade dos fariseus e doutores da lei. Os próprios discípulos/as resistem à novidade anunciada e inaugurada por Jesus, e ousam propor reparos. Pensam que amor aos inimigos seria uma proposta inocente e inadequada, e pensam que há gente que não merece o perdão, ao menos um perdão sem limites.

Jesus arremata com uma afirmação um pouco obscura: “Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.” Os filhos/as da sabedoria, os que entendem Jesus, não são os mestres da lei, mas os pobres e pecadores/as.

 (Itacir Brassiani msf)

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