ia 16
de setembro | Quarta-feira | 24ª Semana Comum
Evangelho
segundo Lucas (7,31-35)
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida
cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família,
em grupo ou em comunidade.
“Ouvir
juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de
acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com
os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum
Domini, 46).
Em tempos
de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo
de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Mãe do céu morena (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Ji_XM9NrC4U)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 7,31-35
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Fariseus, mas não só eles, são como
crianças que nunca estão satisfeitas, e querem sempre o contrário
· Criticavam João Batista por causa seu
estilo rigoroso de vida, e não aceitavam Jesus por lhes parecer muito
permissivo
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome a cena pitoresca proposta por
Jesus e procure relacioná-la com os diferentes grupos de cristãos que você
conhece
· Você não se vê, às vezes, desejando
propor reparos em aspectos essenciais da proposta de Jesus? Quais?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Leia algo sobre a vida dos santos
Cornélio e Cipriano, cuja memória celebramos hoje, e procure relacioná-la com o
evangelho de hoje
· Reze com sinceridade e abertura de
coração, pedindo que o Espírito lhe dê sabedoria e discernimento para acolher o
Evangelho sem resistência
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que podemos fazer para evitar que os
diferentes grupos cristãos evitem a tentação de “reescrever” o evangelho à
medida dos seus preconceitos, medos e interesses?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com o refrão: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre
acolhendo Jesus! Imaculada, Maria do povo, mãe dos aflitos que estão junto à
cruz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ajpDGExuMN4)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A interpretação da Sagrada Escritura
ficaria incompleta se não se ouvisse também os/as santos/as, que viveram verdadeiramente a Palavra de Deus. A
interpretação mais profunda da Escritura provém daqueles/as que se deixaram
plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação
assídua” (Bento XVI,
Verbum
Domini, 28).
NOTAS COMPLEMENTARES
A cena de hoje está literariamente situada
depois do elogio de Jesus ao soldado romano que pediu sua intervenção em favor
de um escravo seu (7,1-10) e da devolução da vida à filha da viúva de Naim
(7,11-17), e em seguida às perguntas de João Batista sobre Jesus e de seu
comentário elogioso a ele (7,18-30). A parábola e o comentário de Jesus estão
ligadas a figura do Batista.
Para desmascarar as resistências e
contradições de quem resistia à sua proposta (principalmente os fariseus e
mestres da lei), Jesus apresenta uma cena pitoresca. Um grupo de crianças
brincando na praça, umas tocando música e outras indiferentes ao que as
primeiras fazem e transmitem: tocam músicas alegres e elas não dançam; tocam
músicas tristes, e as outras não choram.
Os dois estilos de música é uma alusão aos
diferentes caminhos de salvação oferecidos por João e por Jesus. Nunca estão
satisfeitos e de acordo. A referência é clara: a mensagem de João Batista não
foi aceita porque era muito dura e exigente (jejum e penitência); e Jesus é
criticado por parecer-lhes muito permissivo (come e bebe, partilhando a mesa
com pecadores e gente suspeita). São duas perspectivas, e a mesma resistência à
mudança.
Mas essa resistência não é exclusividade dos
fariseus e doutores da lei. Os próprios discípulos/as resistem à novidade
anunciada e inaugurada por Jesus, e ousam propor reparos. Pensam que amor aos
inimigos seria uma proposta inocente e inadequada, e pensam que há gente que
não merece o perdão, ao menos um perdão sem limites.
Jesus arremata com uma afirmação um pouco
obscura: “Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.” Os
filhos/as da sabedoria, os que entendem Jesus, não são os mestres da lei, mas
os pobres e pecadores/as.
(Itacir Brassiani msf)
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