terça-feira, 8 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (09.09.2020)

 

Dia 09 de setembro | Quarta-feira | 23ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (6,20-26)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos que propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 6,20-26

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Por causa da festa de ontem, saltamos o chamado de Jesus aos doze apóstolos e sua atenção às multidões

·      As bem-aventuranças, que em Mateus abrem o “sermão da montanha”, em Lucas são proclamadas na planície

·      No evangelho de Lucas, às quatro declarações de “felizes!” correspondem quatro “ais!” ou advertências

·      Leia atentamente cada bem-aventurança e confronte com a maldição ou lamentação correspondente

·      Perceba que Jesus não apresenta uma promessa para depois da morte, mas a inversão cantada por Maria e inaugurada por ele

·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada proclamação e cada lamentação correspondente e as deixe repercutir em você, mantendo os pés no chão da realidade dura e contraditória que vivemos hoje

·      Não disfarce e deixe aflorar o incômodo e a estranheza que esta Palavra de Jesus causa em você

·      Para você é difícil concordar com o que Jesus diz e faz? Você tem vontade de amenizar sua fala, de adocicar suas palavras?

·      Experimente então inverter o que Jesus diz: ai dos pobres, ai dos que choram, ai dos que têm fome, ai das pessoas perseguidas? Isso é humano e é aceitável?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Apresente-se a Jesus, como parte da comunidade de discípulos/as, e deixe que ele fale ao seu coração

·      Peça a ele a graça de acolher sua Palavra e trilhar seu caminho de libertação e solidariedade, por mais exigente que sejam

·      Louve ao Pai por essa boa notícia aos pequenos e humilhados

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Devemos nos empenhar para mostrar a Palavra de Deus como abertura aos problemas, como resposta às perguntas, uma dilatação dos valores e, conjuntamente, uma satisfação das aspirações da humanidade. A pastoral deve deixar claro que Deus ouve as necessidades e apelos do ser humano” (Bento XVI, Verbum Domini, 22).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

Jesus fala aos discípulos que chamou ou que o buscam espontaneamente. Na sinagoga de Nazaré Jesus já havia deixado claro que, com ele e com o advento do Reino de Deus, inaugurava-se um tempo de gratuidade e felicidade no qual os pobres e oprimidos ocupam o primeiro lugar.

Jesus distingue claramente dois grupos de pessoas: um grupo que ele declara felizes, e um grupo que ele caracteriza como malditas. As pessoas felizes são os/as discípulos/as verdadeiros, coerentes, solidários, colaboradores de Deus no mundo. As pessoas malditas são as que não permitem que Deus interfira nas suas escolhas.

Os pobres (carentes e dependentes) são felizes porque são os destinatários do Reino de Deus. E os ricos (representados pelo homem indiferente e avarento da parábola do rico e de Lázaro) devem se lamentar porque não descobriram o tesouro da partilha e da solidariedade.

Aos famintos (toda caracterização é dispensável!) Jesus opõe os satisfeitos (orgulhosos com o que tem). Felizes são as pessoas que choram (aquelas que lamentam a morte de uma pessoa querida ou um erro cometido), enquanto que grupo dos que riem (seguros de si mesmos, que se sentem melhores e superiores) é declarado maldito.

Felizes são os/as discípulos/as que sofrem ódio, exclusão e insultos por causa de Jesus e do Reino de Deus, enquanto que as pessoas despreocupadas, badaladas e estimadas como os falsos profetas merecem a reprovação de Jesus.

Não se trata de um desejo vazio de Jesus, nem de uma promessa para depois da morte, mas de uma declaração que tem a força de quem a pronuncia e começa a se realizar. Nessas palavras, Jesus desmascara as ilusões dos ricos e satisfeitos e assegura a reviravolta da situação e dos valores, já iniciada pela instauração do Reino de Deus.

 (Itacir Brassiani msf)

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