Dia 09
de setembro | Quarta-feira | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,20-26)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um
exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus.
Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
Em tempos de restrições à convivência e à movimentação
social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de
celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos que
propomos são aqueles indicados pela
Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher
apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis, produza
bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze,
ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu
caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 6,20-26
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Por causa da festa de ontem, saltamos
o chamado de Jesus aos doze apóstolos e sua atenção às multidões
· As bem-aventuranças, que em Mateus
abrem o “sermão da montanha”, em Lucas são proclamadas na planície
· No evangelho de Lucas, às quatro
declarações de “felizes!” correspondem quatro “ais!” ou advertências
· Leia atentamente cada bem-aventurança
e confronte com a maldição ou lamentação correspondente
· Perceba que Jesus não apresenta uma
promessa para depois da morte, mas a inversão cantada por Maria e inaugurada
por ele
· Feche
a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em
si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome cada proclamação e cada
lamentação correspondente e as deixe repercutir em você, mantendo os pés no
chão da realidade dura e contraditória que vivemos hoje
· Não disfarce e deixe aflorar o
incômodo e a estranheza que esta Palavra de Jesus causa em você
· Para você é difícil concordar com o
que Jesus diz e faz? Você tem vontade de amenizar sua fala, de adocicar suas
palavras?
· Experimente então inverter o que Jesus
diz: ai dos pobres, ai dos que choram, ai dos que têm fome, ai das pessoas
perseguidas? Isso é humano e é aceitável?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Apresente-se a Jesus, como parte da
comunidade de discípulos/as, e deixe que ele fale ao seu coração
· Peça a ele a graça de acolher sua
Palavra e trilhar seu caminho de libertação e solidariedade, por mais exigente
que sejam
· Louve ao Pai por essa boa notícia aos
pequenos e humilhados
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Devemos nos empenhar para mostrar
a Palavra de Deus como abertura aos problemas, como resposta às perguntas, uma
dilatação dos valores e, conjuntamente, uma satisfação das aspirações da
humanidade. A pastoral deve deixar claro que Deus ouve as necessidades e apelos
do ser humano” (Bento XVI, Verbum
Domini, 22).
REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Jesus fala aos discípulos que chamou ou que o
buscam espontaneamente. Na sinagoga de Nazaré Jesus já havia deixado claro que,
com ele e com o advento do Reino de Deus, inaugurava-se um tempo de gratuidade
e felicidade no qual os pobres e oprimidos ocupam o primeiro lugar.
Jesus distingue claramente dois grupos de pessoas:
um grupo que ele declara felizes, e um grupo que ele caracteriza como malditas.
As pessoas felizes são os/as discípulos/as verdadeiros, coerentes, solidários, colaboradores
de Deus no mundo. As pessoas malditas são as que não permitem que Deus
interfira nas suas escolhas.
Os pobres
(carentes e dependentes) são felizes porque são os destinatários do Reino de
Deus. E os ricos (representados pelo
homem indiferente e avarento da parábola do rico e de Lázaro) devem se lamentar
porque não descobriram o tesouro da partilha e da solidariedade.
Aos famintos
(toda caracterização é dispensável!) Jesus opõe os satisfeitos (orgulhosos com o que tem). Felizes são as pessoas que choram (aquelas que lamentam a
morte de uma pessoa querida ou um erro cometido), enquanto que grupo dos que riem (seguros de si mesmos, que se
sentem melhores e superiores) é declarado maldito.
Felizes são os/as discípulos/as que sofrem ódio, exclusão e insultos por causa de
Jesus e do Reino de Deus, enquanto que as pessoas despreocupadas, badaladas e estimadas como os falsos profetas
merecem a reprovação de Jesus.
Não se trata de um desejo vazio de Jesus, nem de
uma promessa para depois da morte, mas de uma declaração que tem a força de
quem a pronuncia e começa a se realizar. Nessas palavras, Jesus desmascara as
ilusões dos ricos e satisfeitos e assegura a reviravolta da situação e dos
valores, já iniciada pela instauração do Reino de Deus.
(Itacir Brassiani msf)
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