Dia 12
de setembro | Sábado | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,43-49)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina,
deixar-se surpreender pela novidade da Palavra, superar nossa surdez àquilo que
não estão de acordo com as nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar
em comunhão com os demais fiéis, se constitui num caminho para alcançar a
unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos que
propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos
organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência,
preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre
em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze,
ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu
caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 6,43-49
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Nossa fé e adesão a Jesus precisa se
mostrar em nosso estilo de vida, nas opções fundamentais e nas relações
cotidianas
· Como o fruto revela a qualidade da árvore
o que tiramos do cofre mostra o que nele guardamos, nossa ação revela nossa fé
· Sem a coerência entre escuta,
entendimento e prática, nossa fé é como uma casa de fachada vistosa mas sem alicerce
· É sempre deplorável a postura de
“querer ensinar o padre a rezar a missa”, de corrigir a liberdade e a novidade
de Jesus
· Feche
a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em
si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome cada palavra e cada comparação usada
por Jesus e deixe que ressoem em sua vida
· Em que medida a fé que você demonstra
em nossa família e comunidade carecem de coerência?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Repita com sinceridade e confiança:
“Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus
seguindo os teus!”
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A leitura literal praticada pelo
fundamentalismo é uma traição tanto do sentido literal como do espiritual da
Bíblia. Não levando em conta o carácter histórico da revelação bíblica, é
incapaz de aceitar plenamente a verdade da própria Encarnação, evita a íntima
ligação do divino e do humano nas relações com Deus. Por isso, trata o texto
bíblico como se fosse ditado pelo Espírito, e não chega a reconhecer que a
Palavra de Deus nos vem numa linguagem condicionada por uma dada época” (Bento XVI, Verbum Domini, 44).
REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Somente quem tem olhar limpo e coração puro está em
condições de ajudar e criticar o outro. A misericórdia do Pai, que é bondoso
tanto para com os bons como para os ingratos é a medida. Nessa mesma linha,
Jesus hoje nos oferece critérios para reconhecer o/a discípulo/a autêntico. Não
basta reconhecer Jesus como Senhor!
Como a razão de ser da árvore é produzir sombra,
flores ou frutos, espera-se que o/a discípulo/a o demonstre naquilo que faz,
nas relações que estabelece com pessoas e coisas. E este fruto está longe de
ser um canto, uma oração, uma invocação, um exercício de piedade. Como vimos
ontem, trata-se de ser misericordioso/a como ele.
É pelos frutos que produzimos em nossas relações
que revelamos em quem acreditamos e demonstramos a qualidade da árvore que
somos. Não podemos esperar coisa boa de gente que se orienta pelo ódio ou pela
indiferença, e posta frases de piedade e fotos de pessoa devota.
As relações são exteriores, mas revelam as decisões
interiores, os valores que nos orientam e que são preciosos para nós. Se nossa
consciência é bem formada, se assumimos a escala de valores do Evangelho, se
nos pautamos pela prática de Jesus, sempre tiraremos desse tesouro decisões e
relações boas e construtivas.
O que se espera de nós é coerência entre a fé que
professamos e aquilo que praticamos: seguir Jesus implica em levar a sério sua
palavra e colocá-la em prática em todas as dimensões da vida. Caso contrário,
seremos como as belas mansões construídas sem alicerce, sobre a terra: não
resiste diante da menor prova ou força contrária.
Que a incoerência e a superficialidade não façam de
nós videiras estéreis ou que produzem frutos amargos ou venenosos. Ou como casa
que de bonito só tem fachada.
(Itacir Brassiani msf)
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