Dia 20
de setembro | Domingo | 25ª Semana do tempo Comum
Evangelho
segundo Mateus (20,1-16)
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida
cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família,
em grupo ou em comunidade.
“Ouvir
juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de
acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com
os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum
Domini, 46).
Em tempos
de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo
de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a
Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Toda semente é um anseio de frutificar, e
todo fruto é uma forma de a gente se dar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=6zVtdZCdvF0)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 20,1-16
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· O dinamismo do Reino de Deus, vivido e
anunciado por Jesus, inaugura e pede uma reviravolta no nosso modo de avaliar
as pessoas e acontecimentos e decidir os rumos da vida
· Nele, os últimos da escala social
recebem prioridade absoluta, os humilhados são elevados e os orgulhosos são
destituídos
· Jesus não nos trata de acordo com
aquilo que fizemos por merecer (meritocracia), mas com nossa dignidade
fundamental e nossas necessidades mais elementares
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome a parábola de Jesus, imaginando
vivamente a cena, os personagens, participando de suas ações e reações
· Você se sente constrangido e
contrariado com o modo liberal e misericordioso com o qual Deus trata as
pessoas que você considera não merecedoras, pessoas “que não são do bem”?
· Esta regra prática de Jesus é levada a
sério na Igreja e na sociedade brasileira? Se fosse, o que mudaria?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Procure fazer ressoar em sua oração a
gratidão reconhecida das pessoas que experimentam a bondade misericordiosa de
Deus
· Peça a Jesus a conversão da mente e do
coração, para que você e sua família possam agir como ele agiu
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que nós e nossa Igreja deve melhorar
no seu modo de viver e de evangelizar para levar a sério esta parábola?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com o refrão: Eu creio na semente lançada na terra, na
vida da gente; eu creio no amor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=GcYEy0DdYcc)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Uma intensa e
verdadeira experiência eclesial não pode deixar de incrementar a compreensão da
fé autêntica a respeito da Palavra de Deus; e, vice-versa, a leitura das
Escrituras no horizonte da fé faz crescer a própria vida eclesial” (Bento XVI, Verbum
Domini, 30).
REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Sem dúvida, esta é uma das parábolas mais
surpreendentes e provocadoras de Jesus. O protagonista é o proprietário da
vinha. Esse homem sai pessoalmente à praça para contratar vários grupos de
trabalhadores. Os primeiros, às seis da manhã, outros às nove; mais tarde, ao
meio dia e às três da tarde. Contrata os últimos às cinco da tarde, quando só
falta uma hora para terminar a jornada.
O empregador não parece interessado na colheita. Quer
é que aquelas pessoas tenham trabalho. Por isso, sai na última hora para dar
trabalho àqueles que ninguém chamou. E, no final da jornada, dá a todos, o
denário que necessitam para jantar nessa noite, mesmo aqueles que não o
mereceram. Quando os primeiros protestam, esta é a sua resposta: “Vocês estão com inveja
porque sou bom?”
O que Jesus está sugerindo? Será que Deus não atua
com os critérios de justiça e igualdade que nós utilizamos? Seria verdade que,
mais do que medir os méritos das pessoas, Deus procura responder às nossas
necessidades?
Não é fácil acreditar nessa bondade insondável de
Deus Isso pode escandalizar muita gente, sejam eles merecedores ou não, sejam
crentes ou agnósticos, invoquem o Seu Nome ou vivam de costas para Ele. Mas
Deus é assim. E o melhor é deixar Deus ser Deus, sem reduzi-lo à medida
mesquinha das nossas ideias e esquemas.
A imagem que muitos cristãos fazem de Deus tem
aspectos que vêm de Jesus, outros do Deus justiceiro do Antigo Testamento,
outros dos seus próprios medos e fantasmas. A bondade de Deus fica perdida ou
distorcida. Uma das tarefas mais importantes da comunidade cristã é se
aprofundar na experiência de Deus vivida por Jesus. Somente as testemunhas
desse Deus podem colocar uma esperança diferente devolver esperança ao mundo.
(José Antonio Pagola)
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