Dia 11
de setembro | Sexta-feira | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,39-42)
A Leitura Orante
da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina,
deixar-se surpreender pela novidade da Palavra, superar nossa surdez àquilo que
não estão de acordo com as nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar
em comunhão com os demais fiéis, se constitui num caminho para alcançar a
unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos que
propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos
organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência,
preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre
em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze,
ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu
caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 6,39-42
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· As palavras enfáticas e exigentes de Jesus,
as duas breves parábolas que apresenta, são dirigidas aos discípulos/as, e não
aos fariseus e mestres da lei
· Quem quer seguir Jesus, deve estar
disposto/a a tê-lo como modelo e guia, viver no seu espírito, participar da sua
missão
· E isso sempre numa necessária atitude
de discípulo/a e irmã/a, evitando a postura de juiz/a e superior/a
· É sempre deplorável a postura de
“querer ensinar o padre a rezar a missa”, de corrigir a liberdade e a novidade
de Jesus
· Feche
a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em
si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome cada palavra e cada comparação
ou figura usada por Jesus e tente perceber o que significam para você
· Você percebe, em você mesmo/a e na sua
comunidade, sinais da tentação de ser cego querendo guiar cegos, de corrigir os
outros sem fazer autocrítica?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Repita com sinceridade e confiança:
“Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus
seguindo os teus!”
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A Bíblia foi escrita pelo Povo
de Deus e para o Povo de Deus. Somente na comunhão com ele podemos
realmente entrar no núcleo da verdade que o próprio Deus nos quer dizer. Ela é é a voz do Povo de Deus peregrino,
e só na fé deste Povo é que estamos na tonalidade justa para compreender a
Sagrada Escritura” (Bento XVI, Verbum
Domini, 30).
REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Ontem Jesus nos deixou claro que a misericórdia do
Pai, expressa materialmente na vida e ação de Jesus, é a referência e o
dinamismo que orienta e move a ação dos cristãos. Nossa condição é de
aprendizes e discípulos/as, e não de juízes. Estamos na estrada, e não sentados
no tribunal. Somos irmãos e irmãs, e não magistrados. Não crítica legítima sem
autocrítica.
No trecho de hoje, Jesus não se dirige aos
fariseus, mas à comunidade de discípulos/as. Para preveni-los do risco da
crítica infundada e da postura de superiores e juízes, Jesus recorre a dois
provérbios ou sentenças: a do cego que se oferece como guia; a do cisco no olho
que impede de ver claramente a sujeira externa.
A advertência é clara: todos/as podemos ser
cegos/as e levar os outros a tropeçar e a cair; ninguém está em condições de
julgar ninguém; não podemos criticar ninguém se não exercitarmos a autocrítica
diante de Jesus e seu Evangelho. Quando esquecemos isso, acabamos por manifestar
nossa petulância e hipocrisia e mostrando que somos iguais aos criticáveis fariseus
e doutores da lei.
E a regra também é meridianamente clara: nossas
relações devem se pautar pelas relações de Jesus, único mestre e guia capaz de
conduzir à vida e à verdade. Como discípulos, não somos maiores nem podemos ser
diferentes do mestre. “Todo discípulo bem formado será como o mestre”. E Jesus
não pautou sua vida pelo julgamento e pela condenação, mas pelo amor que
liberta e edifica.
Somente quem tem olhar limpo e coração puro
(consciência dos próprios limites) está em condições de ajudar e criticar o
outro, e sempre como irmão/irmã. A misericórdia do Pai, que é bondoso tanto
para com os bons como para os ingratos será sempre a nossa medida.
(Itacir Brassiani msf)
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