quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (11.09.2020)


Dia 11 de setembro | Sexta-feira | 23ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (6,39-42)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade da Palavra, superar nossa surdez àquilo que não estão de acordo com as nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, se constitui num caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos que propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 6,39-42

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      As palavras enfáticas e exigentes de Jesus, as duas breves parábolas que apresenta, são dirigidas aos discípulos/as, e não aos fariseus e mestres da lei

·      Quem quer seguir Jesus, deve estar disposto/a a tê-lo como modelo e guia, viver no seu espírito, participar da sua missão

·      E isso sempre numa necessária atitude de discípulo/a e irmã/a, evitando a postura de juiz/a e superior/a

·      É sempre deplorável a postura de “querer ensinar o padre a rezar a missa”, de corrigir a liberdade e a novidade de Jesus

·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada palavra e cada comparação ou figura usada por Jesus e tente perceber o que significam para você

·      Você percebe, em você mesmo/a e na sua comunidade, sinais da tentação de ser cego querendo guiar cegos, de corrigir os outros sem fazer autocrítica?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Repita com sinceridade e confiança: “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!”

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

A Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus. Somente na comunhão com ele podemos realmente entrar no núcleo da verdade que o próprio Deus nos quer dizer. Ela é é a voz do Povo de Deus peregrino, e só na fé deste Povo é que estamos na tonalidade justa para compreender a Sagrada Escritura” (Bento XVI, Verbum Domini, 30).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

Ontem Jesus nos deixou claro que a misericórdia do Pai, expressa materialmente na vida e ação de Jesus, é a referência e o dinamismo que orienta e move a ação dos cristãos. Nossa condição é de aprendizes e discípulos/as, e não de juízes. Estamos na estrada, e não sentados no tribunal. Somos irmãos e irmãs, e não magistrados. Não crítica legítima sem autocrítica.

No trecho de hoje, Jesus não se dirige aos fariseus, mas à comunidade de discípulos/as. Para preveni-los do risco da crítica infundada e da postura de superiores e juízes, Jesus recorre a dois provérbios ou sentenças: a do cego que se oferece como guia; a do cisco no olho que impede de ver claramente a sujeira externa.

A advertência é clara: todos/as podemos ser cegos/as e levar os outros a tropeçar e a cair; ninguém está em condições de julgar ninguém; não podemos criticar ninguém se não exercitarmos a autocrítica diante de Jesus e seu Evangelho. Quando esquecemos isso, acabamos por manifestar nossa petulância e hipocrisia e mostrando que somos iguais aos criticáveis fariseus e doutores da lei.

E a regra também é meridianamente clara: nossas relações devem se pautar pelas relações de Jesus, único mestre e guia capaz de conduzir à vida e à verdade. Como discípulos, não somos maiores nem podemos ser diferentes do mestre. “Todo discípulo bem formado será como o mestre”. E Jesus não pautou sua vida pelo julgamento e pela condenação, mas pelo amor que liberta e edifica.

Somente quem tem olhar limpo e coração puro (consciência dos próprios limites) está em condições de ajudar e criticar o outro, e sempre como irmão/irmã. A misericórdia do Pai, que é bondoso tanto para com os bons como para os ingratos será sempre a nossa medida.

 (Itacir Brassiani msf)

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