domingo, 6 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (07.09.2020)


Dia 07 de setembro | Segunda-feira | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,6-11)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos que propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
 (Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)    Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 6,6-11
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Mesmo sem desprezar a lei e, principalmente, os profetas, Jesus insiste primazia das necessidades humanas sobre todas as leis
·      Neste episódio, Jesus questiona os mestres da lei e os fariseus, assim como sua prática e as tradições que eles defendem
·      Para Jesus, a vida da pessoa humana concreta e suas necessidades está acima de todas as leis e tradições
·      O horizonte de Jesus não é o legalismo, o formalismo, o piedosismo, nem o nacionalismo
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)    Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Retome a cena, inserindo-se nela, e observe atentamente o que dizem e o que fazem Jesus, os fariseus e o homem doente
·      Você é capaz de perceber como algumas instituições defendem mais as leis e seus interesses que a dignidade das pessoas?
·      Você percebe que, colocando o homem necessitado no centro e curando-o, Jesus desvela a esterilidade e a letalidade do tradicionalismo, do legalismo e do patriotismo?
·      Em que medida você e a Igreja ainda defendem, ao menos na prática, a prioridade das leis e costumes sobre as necessidades e a dignidade das pessoas?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)    Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
·      Apresente-se a Jesus, como parte da comunidade de discípulos/as, pedindo o dom da compaixão e da profecia
·      Peça a Deus pela Igreja: que ela seja livre e coerente com o Evangelho, mesmo que isso leve a ser criticada e acusada

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Faça um esforço para identificar sinais de apegos legalistas nas decisões, ações e omissões suas, da sua família e da Igreja
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)    Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!
·      Ouça e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Toda pessoa é destinatária da Palavra, interpelada e chamada a entrar em um diálogo de amor. Deus nos torna capazes de escutar e responder à Palavra divina. O ser humano é criado na Palavra e vive nela; e não pode compreender a si mesmo se não se abre a este diálogo” (Bento XVI, Verbum Domini, 22).

REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Semana da pátria, dia da independência política do Brasil, 26º Grito dos Excluídos, com o tema “A vida em primeiro lugar!” E a cena do evangelho de hoje nos mostra Jesus desafiando as leis e instituições e colocando a pessoa e suas necessidades acima de tudo. Bem outra coisa que proclama nosso presidente e seus asseclas: “A pátria acima de tudo e Deus acima de todos”.
Jesus está na sinagoga, dia de sábado: lugar sagrado, dia sagrado, império absoluto da lei e das tradições. Mas nada disso consegue reabilitar aquele homem. Com a mão seca, está impedido de agir, de fazer algo bom. A sinagoga, os fariseus e as tradições o ignoram, não podem ou não querem tomar conhecimento dele e reabilitá-lo. O legalismo, o formalismo e o patriotismo são estéreis!
O homem não pede nada, é Jesus que toma a iniciativa, chama aquele homem vulnerável para o centro e interpela os líderes religiosos que o espreitam: “O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” Eles sabiam que a lei permitia agir em caso de necessidade, mas preferiam a indiferença. Para Jesus, a omissão e a indiferença significa fazer o mal!
A ação de Jesus, assim como sua pergunta, é claramente provocatória. Curando o homem em dia de sábado ele faz mina a sustentação ideológica dos escribas e fariseus, acusa-os de fazer o mal no dia sagrado e mostra a esterilidade da instituição que eles defendem. O que está acima de tudo é o cuidado, a defesa e a promoção da vida, e não as tradições, o cuidado de si ou a pátria.
“A vida em primeiro lugar!”, e não a economia, o teto fiscal, o equilíbrio das contas. Ser discípulo/a de Jesus, reconhecer Deus acima de todos, significa agir como ele, fazer a sua vontade, ser uma espécie de executivo/a ou responsável pelo seu reinado no mundo.
 (Itacir Brassiani msf)

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