Dia 07
de setembro | Segunda-feira | 23ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (6,6-11)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um
exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus.
Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
Em tempos de restrições à convivência e à movimentação
social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de
celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos que
propomos são aqueles indicados pela
Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher
apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis, produza
bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze,
ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu
caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 6,6-11
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Mesmo sem desprezar a lei e,
principalmente, os profetas, Jesus insiste primazia das necessidades humanas
sobre todas as leis
· Neste episódio, Jesus questiona os
mestres da lei e os fariseus, assim como sua prática e as tradições que eles
defendem
· Para Jesus, a vida da pessoa humana
concreta e suas necessidades está acima de todas as leis e tradições
· O horizonte de Jesus não é o
legalismo, o formalismo, o piedosismo, nem o nacionalismo
· Feche
a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em
si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome a cena, inserindo-se nela, e
observe atentamente o que dizem e o que fazem Jesus, os fariseus e o homem
doente
· Você é capaz de perceber como algumas
instituições defendem mais as leis e seus interesses que a dignidade das
pessoas?
· Você percebe que, colocando o homem
necessitado no centro e curando-o, Jesus desvela a esterilidade e a letalidade
do tradicionalismo, do legalismo e do patriotismo?
· Em que medida você e a Igreja ainda
defendem, ao menos na prática, a prioridade das leis e costumes sobre as
necessidades e a dignidade das pessoas?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Apresente-se a Jesus, como parte da
comunidade de discípulos/as, pedindo o dom da compaixão e da profecia
· Peça a Deus pela Igreja: que ela seja
livre e coerente com o Evangelho, mesmo que isso leve a ser criticada e acusada
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Faça um esforço para identificar
sinais de apegos legalistas nas decisões, ações e omissões suas, da sua família
e da Igreja
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar
na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Toda pessoa é destinatária da
Palavra, interpelada e chamada a entrar em um diálogo de amor. Deus nos torna
capazes de escutar e responder
à Palavra divina. O ser humano é criado na Palavra e vive nela; e não pode
compreender a si mesmo se não se abre a este diálogo” (Bento XVI, Verbum Domini, 22).
REFLEXÃO COMPLEMENTAR
Semana da pátria, dia da independência política do
Brasil, 26º Grito dos Excluídos, com o tema “A vida em primeiro lugar!”
E a cena do evangelho de hoje nos mostra Jesus desafiando as leis e
instituições e colocando a pessoa e suas necessidades acima de tudo. Bem outra
coisa que proclama nosso presidente e seus asseclas: “A pátria acima de tudo e Deus acima de todos”.
Jesus está na sinagoga, dia de sábado: lugar
sagrado, dia sagrado, império absoluto da lei e das tradições. Mas nada disso
consegue reabilitar aquele homem. Com a mão seca, está impedido de agir, de
fazer algo bom. A sinagoga, os fariseus e as tradições o ignoram, não podem ou
não querem tomar conhecimento dele e reabilitá-lo. O legalismo, o formalismo e
o patriotismo são estéreis!
O homem não pede nada, é Jesus que toma a
iniciativa, chama aquele homem vulnerável para o centro e interpela os líderes
religiosos que o espreitam: “O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal,
salvar uma vida ou deixar que se perca?” Eles sabiam que a lei permitia agir em
caso de necessidade, mas preferiam a indiferença. Para Jesus, a omissão e a
indiferença significa fazer o mal!
A ação de Jesus, assim como sua pergunta, é
claramente provocatória. Curando o homem em dia de sábado ele faz mina a
sustentação ideológica dos escribas e fariseus, acusa-os de fazer o mal no dia
sagrado e mostra a esterilidade da instituição que eles defendem. O que está
acima de tudo é o cuidado, a defesa e a promoção da vida, e não as tradições, o
cuidado de si ou a pátria.
“A vida em primeiro lugar!”, e não a economia, o
teto fiscal, o equilíbrio das contas. Ser discípulo/a de Jesus, reconhecer Deus
acima de todos, significa agir como ele, fazer a sua vontade, ser uma espécie
de executivo/a ou responsável pelo seu reinado no mundo.
(Itacir Brassiani msf)
Nenhum comentário:
Postar um comentário