Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 328
Dia 16/03/2021 | 4ª Semana da Quaresma | Terça-feira
Evangelho segundo João (5,1-16)
(1)
Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
·
Escolha
o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido
·
Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·
Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
·
Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·
Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Recorde
o tema e o apelo da Campanha da
Fraternidade Ecumênica
·
Prepare-se
cantando o mantra “Onde reina o amor, fraterno amor; onde reina o amor, Deus aí está!”
(Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=UpmnLAfCO0o)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de João 5,1-16
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Nas duas semanas que separam da festa dos ramos, somos
convidados a meditar episódios narrados pelo evangelista João
· Domingo refletimos sobre o final da lição de Jesus a Nicodemos,
e ontem meditamos sobre a cura do filho de um pagão, na Galileia
· Hoje encontramos Jesus de novo em Jerusalém, na
Judéia, misturado incógnito à multidão de gente excluída do templo
· Como no encontro com a mulher samaritana, Jesus nota
que algumas águas (as leis) só servem para discriminar e dividir
· Por isso, à revelia da Lei e do Templo, devolve ao
paralítico, símbolo de todos os excluídos, a autonomia e a dignidade, mas não
permite que ele volte a se submeter àquilo que o escraviza
· O que este trecho
da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Situe-se no interior da cena, observe a atitude de
Jesus em meio à multidão que se acotovelava para conseguir “uma vaga” na água
· Observe atentamente cada palavra que Jesus fala e cada
gesto ou ação que ele executa, captando seu sentido profundo
· Você consegue perceber como o episódio é uma denúncia
forte contra o uso das leis e cultos para manter as pessoas dominadas?
· O que a palavra e a prática de Jesus nos ensina sobre
o uso abusivo da religião para premiar alguns e submeter multidões?
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Peça a Jesus a liberdade e a generosidade para estar
no meio do povo mais sofrido, despertando neles a confiança em si mesmo
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como evitar que nossas Igrejas excluam em vez de emancipar?
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração do dia
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite e reze com a
canção “Conheço um coração tão manso, humilde e sereno” (Acessível
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=MclzuG-rf3Y)
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague a vela e
termina seu momento de oração
Algumas
pistas sobre João 5,1-16
Jesus vai a Jerusalém pela segunda vez, mas
desta vez não se diz que ele foi ao templo. João também não diz qual era a
festa que se celebrava. Mas isso não importa, porque Jesus relativiza tanto o
templo como todas as festas religiosas promovidas nele. O templo não é o lugar
da fé e da vida!
A piscina batizada como casa da misericórdia
não tem misericórdia nenhuma. É um retrato da multidão de gente excluída que se
amontoa em Jerusalém. Somente os “puros”, os “bons” podem entrar no templo. É o
próprio templo que impõe a lei segundo a qual somente “os primeiros” seriam beneficiados
com a esperada cura. É a velha meritocracia...
O homem paralisado há 38 anos é figura da
imensa maioria do povo excluída do templo e suas festas. Nela não há lugar para
a fé que liberta, mas competição que exclui e perseguição que mata, como comprovará
Jesus. Assim como o templo e suas festas não servem para nada, também a água da
piscina, como a água do poço de Jacó, só discriminam.
Jesus visita Jerusalém sem chamar a atenção
sobre si, nem sequer se apresenta à multidão excluída e ao homem paralisado.
Ele também “não dá a mínima” para o templo e a Lei. As festas são ocasionais, a
exclusão é permanente. Assim como a Lei e o Templo, que não libertam ninguém,
são os próprios causadores da prostração e da exclusão do povo.
Jesus não mergulha o paralítico na água, nem o
manda se lançar na piscina. Ele o manda levantar-se e caminhar por si mesmo,
libertando-o das amarras e fardos da lei. A cama na qual estava preso é o símbolo
da Lei! Estimulado por Jesus, o homem, emancipado, não leva mais a Lei em conta.
Por isso, Jesus vai buscar (e não “encontrar”)
o homem curado no templo. Ser libertado à margem da Lei, e contra as regras da
instituição do templo, mas continuar submisso a elas significa recair no
pecado. Na Lei e no Templo ninguém encontra confirmação de sua liberdade e
dignidade, mas apenas discriminação, perseguição e morte, como demonstra a decisão
das lideranças em relação a Jesus.
(Itacir Brassiani msf)
Pensamento da Fraternidade 2021
“Qual é o significado e o sentido do
seguimento a Jesus? Associamos o nome de
Jesus mais ao amor ou à intolerância? Nossa fé em Jesus Cristo tem contribuído
para posturas de acolhida e de compromisso com as pessoas vulneráveis e
vulnerabilizadas, pobres e excluídas e de comprometimento em projetos de
superação das desigualdades?” (Texto-Base, § 12)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar
nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou
em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em
tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições
à convivência e à movimentação social, a Leitura
Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais
e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os
textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária.
Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham
uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos
que agradam mais.
Que
a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS
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