terça-feira, 23 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 336

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 336

Dia 24/03/2021 | 5ª Semana da Quaresma | Quarta-feira

Evangelho segundo João (8,31-42)

                                                                          

(1)   Coloque-se em atitude de oração                                         

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

·        Prepare-se cantando o mantra “Queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida... Queremos ver Jesus!” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=N5TpwDZvMis)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de João 8,31-42

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Continuamos com a discussão entre Jesus e os fariseus, em frente ao tesouro do templo

·      Jesus os advertira que, fechando-se em seus interesses e suas ideias distorcidas de Deus, a elite religiosa permanecia no pecado

·      Tornar-se discípulo/a de Jesus implica em aceitar sua Boa Notícia e permanecer no seu caminho de compaixão pelos vulneráveis

·      É nessa permanência que o/a discípulo/a conhece a verdade mais profunda da vida e, por isso, sua capacidade de fazer-se dom

·      Nesse caminho não há lugar para adesões superficiais e orgulhos rasteiros (raça, gênero, classe): filho/a é quem se parece com o pai

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      A quantas anda nossa adesão a Jesus Cristo e ao seu Evangelho libertário? Vai além da admiração e da exterioridade?

·      Olhemos atentamente e criticamente para nossas decisões, ações e compromissos: elas revelam que somos filhos do Deus de Jesus?

·      Em que medida continuamos pensando que somos livres para fazer o que queremos, e não para lutar pelos direitos humanos?

·      Será que ainda reivindicamos a superioridade da nossa raça, da nossa religião, da nossa origem, da nossa classe frente aos outros?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Peça a Jesus a graça de permanecer na sua Palavra, aderir à sua Boa Notícia aos pobres, ser livre para doar-se a arriscar-se por ele

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com o refrão: “Se o grão de trigo caindo em terra não morrer ficará só...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=sBt4rCqo2Vg)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre João 8,31-42

Continuamos com a narração que nos reporta o grande e tenso debate entre Jesus e as lideranças do judaísmo, depois da defesa pública da dignidade de uma mulher prestes a ser apedrejada na praça do templo. Jesus acusa o grupo que dirige o judaísmo de viver e ensinar uma fé equivocada, que se apresenta como modelo de fidelidade mas se mostra irredutivelmente fechada à ação libertadora de Deus.

No final da cena de ontem, um grupo de judeus mostrou admiração e deu crédito a Jesus. Mas Jesus os conhece, e dispensa a admiração ou uma adesão simplesmente exterior. Só o conhece e só se torna seu discípulo quem assimila e leva a sério sua Palavra, quem participa da sua ação solidária e libertadora em benefício dos oprimidos. Esta é a verdade sobre Deus e sobre o ser humano, uma verdade que o torna livre, capaz de doar a própria vida.

A liberdade que os/as discípulos/as de Jesus experimentam não é a faculdade de decidir isso ou aquilo, mas a capacitação para participar da liberdade do Pai, que ama e acolhe bons e maus, merecedores ou não do seu amor, mas todos necessitados do seu perdão acolhedor. Quem age sempre guiado pelo medo, pela raiva, pela competição ou pela busca dos próprios interesses não é livre, mas escravo. Não é capaz de dar-se e perder-se num “amor a fundo perdido”.

Dizendo isso, Jesus dá a entender que a elite religiosa que se opõe a ele não é verdadeiramente livre. Esta elite reage afirmando orgulhosamente serem da raça e estirpe de Abraão, e que nunca foram escravos. Mas Jesus retruca que ser filho é ser parecido com o pai, e eles estão muito longe de imitarem Abraão. Aderindo às estruturas de opressão e dominação e dando-lhes estabilidade e caráter intocável, eles servem ao pecado, que impede o amor e leva à morte.

Jesus conclui reafirmando sua filiação divina – suas ações o fazem parecido com o Pai – e que a elite religiosa é filha da idolatria (que a tradição judaica chama de prostituição), pois não aceitam, perseguem e querem matar Jesus.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Pensamento da Fraternidade 2021

“Reconhecemos, com isso, que seguir a Jesus, dedicar-se ao sagrado e comungar com a fé são questões que não isentam o fiel e a Igreja das crises que atingem a todos. O seguimento de Jesus exige de nós discernimento diante das mais diversas dúvidas, crises e contradições. Não é possível estar com Deus e, ao mesmo tempo, discriminar e desrespeitar as outras pessoas por causa das suas diferenças étnicas, religiosas ou de gênero”. (Texto-Base, § 45; 126)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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