quinta-feira, 4 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 317

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 317

Dia 05/03/2021 | 2ª Semana da Quaresma | Sexta-feira

Evangelho segundo Mateus (21,33-46)

 

 

(1)   Coloque-se em atitude de oração

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

·        Prepare-se cantando “Palavra de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar”. (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 21,33-46

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Chegando na capital e entrando no espaço do templo, Jesus acirra o seu confronto com as lideranças religiosas e políticas de Israel

·      Com a parábola de hoje, dirigida aos chefes dos sacerdotes e juízes (anciãos), Jesus os deslegitima e desmascara sua violência

·      Na compreensão de Jesus, aqueles que receberam uma missão (arrendatários), cedendo à ambição, agem como proprietários

·      Rejeitando Jesus e o Reino de Deus, descartando os diferentes e vulneráveis, eles acabam descartando o que é mais precioso

·      Jesus não prevê quando serão destituídos ou quando ocorrerá esta mudança, mas nega-lhes qualquer sustentação e legitimidade

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente essa parábola, com atenção aos vários enviados pelo dono e às ações típicas e perversas dos vinhateiros

·      Observe o julgamento que os próprios líderes religiosos fazem sobre os vinhateiros, sem darem-se conta de que se autocondenam

·      Qual é a sentença de Jesus sobre eles? Que sentido tem o que Jesus diz? Que sentença você daria a eles?

·      Qual é a base que sustenta e legitima sua fé em Jesus? Uma pertença apenas exterior e por tradição? Que frutos você produz?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Que passos nossas comunidades e a Igreja precisamos dar para levar a sério o tempo que vivemos como tempo de mudança e conversão?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com a canção Paz na terra, paz no céu, paz aqui no meu país (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lAgmswgz0VU)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre Mateus 21,33-46

Voltamos ao enfrentamento entre Jesus e a elite religiosa, no templo. O trecho de hoje explicita a tensão inconciliável entre esta elite e a pessoa e o ensino de Jesus. Também neste caso, a parábola é clara, e dispensa uma nova narração. No final, com sua habilidade, Jesus leva seus adversários a pronunciar sua própria autocondenação.

Com esta parábola, Jesus sublinha as consequências fatais da indiferença ou da rejeição do Reino de Deus e de sua pessoa e missão, visceralmente ligadas ao Reino. Sua identidade e missão está na linha dos grandes profetas enviados por Deus para defender seus direitos estabelecidos na aliança, que são os direitos dos pobres e vulneráveis. Com isso, acabam atraindo sobre si a ira e a violência.

Os chefes dos sacerdotes e outras lideranças políticas e religiosas de Israel agem como se fossem senhores da vida e da morte do povo, e como se fossem os únicos mediadores e intérpretes da vontade de Deus. Eles receberam uma missão, uma responsabilidade, mas agem em causa própria, torcem a vontade de Deus, legitimam as violências perpetradas contra os pobres e indefesos e eliminam quem ousa criticá-los.

Jesus denuncia e deslegitima os “vinhateiros” e “doutores” que se apossaram da vinha e se assentaram na cátedra de Moisés. Ao rejeitar Jesus e interpor dificuldades à vida dos pobres, eles descartam o próprio Deus e sacralizam o que lhes assegura vantagens. E advertência de Jesus é clara: Deus não se deixa enganar por uma adesão simplesmente externa, e, menos ainda, por uma “supremacia” étnica.

São os próprios líderes criticados que se qualificam como “canalhas” e “perversos” e afirmam não serem dignos de confiança. A insistência de Jesus numa fé que produza frutos de misericórdia e justiça enfatiza que a autenticidade da fé não consiste na estética (gestos e palavras bonitas e corretas) e não é étnica (pertencer a um povo específico ou a uma “raça superior”), mas essencialmente ética: produzir frutos de diálogo, de misericórdia e de acolhida.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Pensamento da Fraternidade 2021

“O retorno do Brasil ao mapa da fome, ao desemprego massivo, ao aumento de pessoas em situação de rua, à cultura de violência contra as mulheres, as pessoas negras, os indígenas, as pessoas LGBTQI+ foram expostas pela pandemia. E não cessaram as violências policiais, nem o racismo. A violência também aumentou nas casas. São criadas diversas narrativas para legitimar a exclusão e difundir na sociedade o ódio, a violência e a negação dos direitos humanos”. (Texto-Base, §§ 31, 32, 34, 50)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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