sexta-feira, 5 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 318

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 318

Dia 06/03/2021 | 2ª Semana da Quaresma | Sábado

Evangelho segundo Lucas (15,1-3.11-32)

 

(1)   Coloque-se em atitude de oração

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

·        Prepare-se cantando “Palavra de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar”. (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 15,1-3.11-32

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Diante da crítica porque acolhida “gente sem dignidade” e se confraternizava com eles, Jesus conta três parábolas

·      Se Jesus quisesse enfatizar o caminho de “conversão” do filho mais novo, bastaria uma história com ele e o pai como personagens...

·      Jesus chama a atenção exatamente para a necessidade de conversão do irmão mais velho, pois ele se considera justo, melhor, exemplar, cheio de direitos, incapaz de aceitar o outro como irmão

·      Diante de pessoas que se isolam ou são descartadas e, por isso, vivem uma “vida de porco” ninguém pode se mostrar indiferente

·      A fidelidade ao Pai e à sua vontade, a retidão diante dele, passa pelo reconhecimento e acolhida aos irmãos “diferentes”

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente essa parábola, considerando os versículos iniciais e a atitude do pai e do irmão mais velho

·      Qual tem sido a reação dos cristãos que hoje se consideram mais piedosos e espirituais diante do chamado da Igreja e do Papa a uma fraternidade sem fronteiras de raça, de gênero e de país?

·      Como você se sente diante dessa parábola? Você concorda e aceita tranquilamente a atitude do pai?

·      Com qual dos três personagens você se sente identificado? Com qual deles precisa se identificar para seguir Jesus de verdade?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como viver a provocação de Jesus hoje, em nossas relações?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com a canção Paz na terra, paz no céu, paz aqui no meu país (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lAgmswgz0VU)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre Lucas 15,1-3.11-32

Avançando em nossa caminhada quaresmal, a Igreja nos brinda hoje com uma das mais belas e conhecidas páginas dos evangelhos: a conhecida parábola do filho pródigo, que seria mais justo designar como parábola do pai misericordioso. Explico: partindo das tensões descritas nos versos 1-3, fica claro que o personagem central não é o filho mais novo, e sim o pai e o filho mais velho.

Enquanto os publicanos e demais categorias de gente considerada “pecadora” se aproximava e confraternizava com Jesus, os fariseus o acusam de misturar-se e aliar-se com gente suspeita. Evidentemente, quem critica e acusa se sente melhor, superior, com mais méritos que aqueles que são acolhidos por Jesus. E a parábola tem exatamente o objetivo de ilustrar como Deus costuma tratar seus filhos e filhas.

Em primeiro lugar, o pai tem dois filhos: o filho mais novo acaba caindo na miséria mais extrema, vivendo como estrangeiro e forçado a se alimentar da ração dada aos porcos (imagem dos publicanos e demais pecadores); o filho mais velho, cumpridor minucioso das leis e costumes, tem tudo e mais do que necessita (figura dos fariseus). O primeiro tem a sensação de não ser filho de Deus; o segundo, se considera cheio de direitos e não aceita a misericórdia.

O pai, que é figura e imagem do Deus do Reino, em nome de quem Jesus veio e age, trata ambos como filhos necessitados de acolhida e amparo, mesmo que não sejam merecedores. O pai não se interessa pela oração de contrição do filho em situação de miséria e nem deixa que ele a termine. Deus é Pai, e não juiz ou delegado de polícia! Ele não trata ninguém como empregado, pois todos/as são seus filhos/as, e jamais deixam de sê-lo. Neste mundo, que é sua casa, ele não quer que uns fiquem com tudo e outros fiquem sem nada.

É claro que esta parábola é um chamado contundente e urgente à conversão. Mas é dirigido ao filho mais velho! Pois é ele que não reconhece o amor do pai, não dialoga com o irmão, pois não o reconhece, nega a fraternidade que torna todos/as iguais, e defende a primazia do mérito, que nos separa.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Pensamento da Fraternidade 2021

A paz é nosso horizonte, e ela passa pelo enfrentamento das desigualdades econômicas. Todos sabemos que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Aqui, a elite econômica, formada por 1% das pessoas mais ricas, não se sente constrangida em ganhar 33,7 vezes mais do que os 50% mais pobres da população brasileira. Como falar de paz, quando pessoas passam fome e não têm trabalho, nem terra e teto? Como falar em paz, sem denunciar essas injustiças econômicas, sociais e ambientais? (Texto-Base, Introdução)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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