Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 318
Dia 06/03/2021 | 2ª Semana da Quaresma | Sábado
Evangelho segundo Lucas (15,1-3.11-32)
(1)
Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
·
Escolha
o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido
·
Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·
Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
·
Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·
Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Recorde
o tema e o apelo da Campanha da
Fraternidade Ecumênica
·
Prepare-se
cantando “Palavra de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se
abre para escutar”. (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Lucas 15,1-3.11-32
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Diante da crítica porque acolhida “gente sem
dignidade” e se confraternizava com eles, Jesus conta três parábolas
· Se Jesus quisesse enfatizar o caminho de “conversão”
do filho mais novo, bastaria uma história com ele e o pai como personagens...
· Jesus chama a atenção exatamente para a necessidade de
conversão do irmão mais velho, pois ele se considera justo, melhor, exemplar,
cheio de direitos, incapaz de aceitar o outro como irmão
· Diante de pessoas que se isolam ou são descartadas e,
por isso, vivem uma “vida de porco” ninguém pode se mostrar indiferente
· A fidelidade ao Pai e à sua vontade, a retidão diante
dele, passa pelo reconhecimento e acolhida aos irmãos “diferentes”
· O que este trecho
da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Leia atentamente essa parábola, considerando os
versículos iniciais e a atitude do pai e do irmão mais velho
· Qual tem sido a reação dos cristãos que hoje se
consideram mais piedosos e espirituais diante do chamado da Igreja e do Papa a
uma fraternidade sem fronteiras de raça, de gênero e de país?
· Como você se sente diante dessa parábola? Você
concorda e aceita tranquilamente a atitude do pai?
· Com qual dos três personagens você se sente
identificado? Com qual deles precisa se identificar para seguir Jesus de
verdade?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como viver a provocação de Jesus hoje, em nossas
relações?
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração do dia
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite e reze com
a canção Paz na terra, paz no céu, paz aqui no meu país (Acessível aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=lAgmswgz0VU)
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague a vela e
termina seu momento de oração
Algumas
pistas sobre Lucas 15,1-3.11-32
Avançando em nossa
caminhada quaresmal, a Igreja nos brinda hoje com uma das mais belas e
conhecidas páginas dos evangelhos: a conhecida parábola do filho pródigo, que
seria mais justo designar como parábola do pai misericordioso. Explico:
partindo das tensões descritas nos versos 1-3, fica claro que o personagem
central não é o filho mais novo, e sim o pai e o filho mais velho.
Enquanto os publicanos e
demais categorias de gente considerada “pecadora” se aproximava e
confraternizava com Jesus, os fariseus o acusam de misturar-se e aliar-se com
gente suspeita. Evidentemente, quem critica e acusa se sente melhor, superior,
com mais méritos que aqueles que são acolhidos por Jesus. E a parábola tem
exatamente o objetivo de ilustrar como Deus costuma tratar seus filhos e
filhas.
Em primeiro lugar, o pai
tem dois filhos: o filho mais novo acaba caindo na miséria mais extrema,
vivendo como estrangeiro e forçado a se alimentar da ração dada aos porcos
(imagem dos publicanos e demais pecadores); o filho mais velho, cumpridor
minucioso das leis e costumes, tem tudo e mais do que necessita (figura dos
fariseus). O primeiro tem a sensação de não ser filho de Deus; o segundo, se
considera cheio de direitos e não aceita a misericórdia.
O pai, que é figura e
imagem do Deus do Reino, em nome de quem Jesus veio e age, trata ambos como
filhos necessitados de acolhida e amparo, mesmo que não sejam merecedores. O
pai não se interessa pela oração de contrição do filho em situação de miséria e
nem deixa que ele a termine. Deus é Pai, e não juiz ou delegado de polícia! Ele
não trata ninguém como empregado, pois todos/as são seus filhos/as, e jamais
deixam de sê-lo. Neste mundo, que é sua casa, ele não quer que uns fiquem com
tudo e outros fiquem sem nada.
É claro que esta
parábola é um chamado contundente e urgente à conversão. Mas é dirigido ao
filho mais velho! Pois é ele que não reconhece o amor do pai, não dialoga com o
irmão, pois não o reconhece, nega a fraternidade que torna todos/as iguais, e defende
a primazia do mérito, que nos separa.
(Itacir Brassiani msf)
Pensamento da Fraternidade 2021
“A paz é nosso horizonte, e ela passa pelo
enfrentamento das desigualdades econômicas. Todos sabemos que o Brasil é um dos países mais desiguais do
mundo. Aqui, a elite econômica, formada por 1% das pessoas mais ricas, não se sente constrangida em ganhar 33,7
vezes mais do que os 50% mais pobres da população brasileira. Como falar de
paz, quando pessoas passam fome e não têm trabalho, nem terra e teto? Como falar em paz, sem denunciar essas
injustiças econômicas, sociais e ambientais?” (Texto-Base,
Introdução)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar
nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou
em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em
tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições
à convivência e à movimentação social, a Leitura
Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais
e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os
textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária.
Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham
uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos
que agradam mais.
Que
a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS
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