Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 325
Dia 13/03/2021 | 3ª Semana da Quaresma | Sábado
Evangelho segundo Lucas (18,9-14)
(1)
Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
·
Escolha
o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido
·
Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·
Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
·
Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·
Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Recorde
o tema e o apelo da Campanha da
Fraternidade Ecumênica
·
Prepare-se
cantando “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos
meus seguindo os teus!”. (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Lucas 18,9-14
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Depois da parábola do juiz insensível, que sublinha a
importância da oração insistente e atenção de Deus ao clamor, orante ou não,
das pessoas vulneráveis, Jesus alerta para a atitude na oração
· Fariseus (=separados, bons) e publicanos (=vulgares,
suspeitos) representam claramente a divisão social e religiosa daquele tempo
· O fato de ambos rezarem no templo não desfaz o muro
que os separa e hierarquiza; apenas escancara essa divisão
· Para Jesus, a questão não é propriamente a oração, mas
a atitude social de quem reza e o objetivo da oração
· A oração não pode reforçar os muros que dividem as
pessoas
· O que este trecho
da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Situe-se no templo, como quem foi rezar com o fariseu
e o publicano, e observe a postura e as palavras de cada um
· Com qual deles você se parece quando reza? Você se
apresenta diante de Deus ostentando seus méritos?
· Você considera a humildade uma limitação à sua
personalidade e o orgulho e o mérito uma expressão de sua grandeza?
· Como assumir com serenidade e verdade diante de Deus a
nossa condição de pecadores e devedor necessitados de misericórdia?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Reze pedindo a Jesus que lhe ajude a tomar consciência
daquilo que você e os outros são, sem orgulho vazio e sem desprezo danoso
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que fazer para não cairmos na ideologia da
meritocracia?
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração do dia
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite e reze com o
Canto
da mulher latino-americana (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=tTCSYtLafek)
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague a vela e
termina seu momento de oração
Algumas
pistas sobre Lucas 18,9-14
Só não vê quem não quer, para não ter que
mudar de atitude: vivemos numa sociedade polarizada, com grupos contrapostos
por ideologias e disputa de espaços e poderes. O argumento moral – nós, os
cidadãos de bem; eles, os malfeitores, preguiçosos – é usado com uma frequência
espantosa. E a ideologia chamada meritocracia acabou oferecendo uma
justificação adequada e reluzente a este apartheid
social.
Alguém pode se surpreender ao constatar que
esta mesma postura estava presente na sociedade e no contexto cultural no qual
Jesus de Nazaré viveu e atuou. No seu tempo, vigorava o muro ideológico é
religioso que separava e opunha puros e impuros. A ideologia da pureza – que
misturava critérios sanitários, religiosos, morais, étnicos e sociais – definia
quem era “cidadão de bem” ou “elemento suspeito”.
Na parábola de hoje, estes dois grupos ou
setores sociais estão tipificados no fariseu e no publicado. O primeiro se
considera e é tratado como homem correto, merecedor, justo, superior, ou
cidadão digno. O segundo, é visto e tratado como suspeito, sujo, herege, sem
dignidade e sem direito ao respeito e à cidadania. A prática da oração não os
torna iguais perante a Deus, apenas escancara as diferenças.
Para Jesus e seu Evangelho, ninguém pode se
arrogar o status de melhor, superior, honrado. Todos, fariseus e publicanos,
são pecadores e necessitam de conversão. O fariseu, que manifesta na oração seu
orgulho e o desprezo pelos outros, exatamente por isso também é pecador. A
diferença é que o publicano, explicitando a dor da exclusão e a percepção da
própria indignidade, é acolhido e justificado, enquanto que o fariseu, que se
considerava justo, continua devendo.
A humildade não é um simples ou falso
sentimento de inferioridade, mas a consciência justa e correta daquilo que somos:
vazio, dependência, ambiguidade, desejo. É o reconhecimento de que somos todos
devedores uns aos outros, de que ninguém – começando por mim mesmo/a – é maior
e melhor que ninguém. Somos o que somos por graça de Deus.
(Itacir Brassiani msf)
Pensamento da Fraternidade 2021
“A
experiência ecumênica nos possibilita conviver e aprender com irmãos e irmãs de
diferentes confissões, com isso criamos pontes entre as diferentes Igrejas.
“Cristo é a nossa paz: do que era
dividido fez uma unidade; em sua carne destruiu o muro de separação: o ódio.
Ele aboliu a lei e os seus mandamentos com Deus, ambos em um só corpo, por meio
da cruz com suas observâncias” (Ef 2,15). Dessa forma, se havia instituições e práticas comunitárias que separavam os grupos,
a paz em Cristo muda essas relações no interior da própria Criação”. (Texto-Base, § 135)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar
nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou
em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em
tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições
à convivência e à movimentação social, a Leitura
Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais
e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os
textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária.
Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham
uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos
que agradam mais.
Que
a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS
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