sexta-feira, 12 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 324

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 325

Dia 13/03/2021 | 3ª Semana da Quaresma | Sábado

Evangelho segundo Lucas (18,9-14)

 

(1)   Coloque-se em atitude de oração                                                                                

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

·        Prepare-se cantando “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!”. (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 18,9-14

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Depois da parábola do juiz insensível, que sublinha a importância da oração insistente e atenção de Deus ao clamor, orante ou não, das pessoas vulneráveis, Jesus alerta para a atitude na oração

·      Fariseus (=separados, bons) e publicanos (=vulgares, suspeitos) representam claramente a divisão social e religiosa daquele tempo

·      O fato de ambos rezarem no templo não desfaz o muro que os separa e hierarquiza; apenas escancara essa divisão

·      Para Jesus, a questão não é propriamente a oração, mas a atitude social de quem reza e o objetivo da oração

·      A oração não pode reforçar os muros que dividem as pessoas

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Situe-se no templo, como quem foi rezar com o fariseu e o publicano, e observe a postura e as palavras de cada um

·      Com qual deles você se parece quando reza? Você se apresenta diante de Deus ostentando seus méritos?

·      Você considera a humildade uma limitação à sua personalidade e o orgulho e o mérito uma expressão de sua grandeza?

·      Como assumir com serenidade e verdade diante de Deus a nossa condição de pecadores e devedor necessitados de misericórdia?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Reze pedindo a Jesus que lhe ajude a tomar consciência daquilo que você e os outros são, sem orgulho vazio e sem desprezo danoso

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que fazer para não cairmos na ideologia da meritocracia?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com o Canto da mulher latino-americana (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=tTCSYtLafek)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre Lucas 18,9-14

Só não vê quem não quer, para não ter que mudar de atitude: vivemos numa sociedade polarizada, com grupos contrapostos por ideologias e disputa de espaços e poderes. O argumento moral – nós, os cidadãos de bem; eles, os malfeitores, preguiçosos – é usado com uma frequência espantosa. E a ideologia chamada meritocracia acabou oferecendo uma justificação adequada e reluzente a este apartheid social.

Alguém pode se surpreender ao constatar que esta mesma postura estava presente na sociedade e no contexto cultural no qual Jesus de Nazaré viveu e atuou. No seu tempo, vigorava o muro ideológico é religioso que separava e opunha puros e impuros. A ideologia da pureza – que misturava critérios sanitários, religiosos, morais, étnicos e sociais – definia quem era “cidadão de bem” ou “elemento suspeito”.

Na parábola de hoje, estes dois grupos ou setores sociais estão tipificados no fariseu e no publicado. O primeiro se considera e é tratado como homem correto, merecedor, justo, superior, ou cidadão digno. O segundo, é visto e tratado como suspeito, sujo, herege, sem dignidade e sem direito ao respeito e à cidadania. A prática da oração não os torna iguais perante a Deus, apenas escancara as diferenças.

Para Jesus e seu Evangelho, ninguém pode se arrogar o status de melhor, superior, honrado. Todos, fariseus e publicanos, são pecadores e necessitam de conversão. O fariseu, que manifesta na oração seu orgulho e o desprezo pelos outros, exatamente por isso também é pecador. A diferença é que o publicano, explicitando a dor da exclusão e a percepção da própria indignidade, é acolhido e justificado, enquanto que o fariseu, que se considerava justo, continua devendo.

A humildade não é um simples ou falso sentimento de inferioridade, mas a consciência justa e correta daquilo que somos: vazio, dependência, ambiguidade, desejo. É o reconhecimento de que somos todos devedores uns aos outros, de que ninguém – começando por mim mesmo/a – é maior e melhor que ninguém. Somos o que somos por graça de Deus.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Pensamento da Fraternidade 2021

A experiência ecumênica nos possibilita conviver e aprender com irmãos e irmãs de diferentes confissões, com isso criamos pontes entre as diferentes Igrejas. “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade; em sua carne destruiu o muro de separação: o ódio. Ele aboliu a lei e os seus mandamentos com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz com suas observâncias” (Ef 2,15). Dessa forma, se havia instituições e práticas comunitárias que separavam os grupos, a paz em Cristo muda essas relações no interior da própria Criação”. (Texto-Base, § 135)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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