Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 343
Dia 31/03/2021 | Semana Santa | Quarta-feira
Evangelho segundo Mateus (26,14-25)
(1)
Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
·
Escolha
o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido
·
Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·
Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
·
Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·
Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Recorde
o tema e o apelo da Campanha da
Fraternidade Ecumênica
Prepare-se
cantando o mantra “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos
meus seguindo os teus!” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 26,14-25
· Leia o texto em
voz alta (se achar necessário e for possível)
· A cena que Mateus nos descreve hoje junta, num único
momento e no mesmo lugar, a ceia de despedida e o anúncio da traição
· O clima da ceia não é tranquilo, marcado que está por
decepções, medos, frustrações, resistência e desistências, negações e traições
· O questionamento que todos os Doze se fazem diante do
anúncio de Jesus revela que a hipótese da traição rondava a todos
· Mas o holofote se volta contra Judas, que toma a
iniciativa de colaborar com os inimigos de Jesus e do Reino de Deus
· Ele prefere a aliança com o status quo que com o
dinamismo do Reino de Deus, e é compensado pelo equivalente a um salário
· O que este trecho
da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Leia atentamente a narração de Mateus, e perceba o
clima de tensão e as contradições que envolvem todos os discípulos
· É possível perceber, por traz da traição, a ruptura de
Judas com Jesus e sua proposta de comunhão do reino de Deus?
· Será que a tentação de resistir, desistir, amaciar ou
desviar do evangelho do diálogo e da acolhida não está nos rondando?
· O que significa lembrar que a traição acontece na mesa
da eucaristia e envolve os mais próximos de Jesus?
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para colocar
em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que fazer para evitar o “casamento” da “aceitação de
Jesus” com práticas de intolerância, violência e exclusão, como vemos hoje?
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração do dia
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite e reze com a
conhecida canção “Um certo dia, à beira mar, apareceu um jovem galileu...”
(Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=bB_TnwAv85U)
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague a vela e
termina seu momento de oração
Algumas
pistas sobre Mateus 26,14-25
No evangelho segundo Mateus, do qual é extraída
a cena que nos é proposta hoje, a ceia de despedida de Jesus é precedida pelo
anúncio da traição de Judas. O fato é também narrado por João, mas com nuances
bastante diferentes, e depois da ceia. Em todos os casos, ao celebrar a ceia
pascal e assinar com ela seu testamento, Jesus se mostra bem consciente das
“tramoias e traições” que o cercavam.
É importante notar que Jesus pede que a ceia
pascal seja celebrada numa casa, no ambiente leigo e íntimo das pessoas que
compartilham o sangue e o destino. É neste ambiente de intimidade e memória do
evento fundador do povo de Deus, neste acontecimento da aliança nova e eterna
de Deus com a humanidade, que a traição se desenvolve. Por isso, é também uma
traição do espírito da comunidade e da ceia eucarística.
Mateus nos relata um fato estranho: é Judas,
um dos Doze, que procura a elite religiosa para entregar-lhes Jesus, e eles nem
precisavam dessa ajuda, pois sabiam muito bem quem era ele e por onde ele
andava. A ação de Judas contrasta com a atitude de gratidão de uma mulher na
casa de um leproso que fora curado por Jesus, um pouco antes.
Judas acerta com os sacerdotes, pelo seu
“serviço sujo”, o equivalente a um mês de trabalho de um pastor, ou a
indenização por um escravo ferido por um boi. Na verdade, a iniciativa estranha
de Judas revela uma tendência geral de desistência, negação, traição e ruptura
com Jesus. Mas nada muda a decisão de Jesus, e ele se mostra absolutamente
consciente daquilo que estava ocorrendo.
Jesus fala que um dos Doze haveria de traí-lo,
todos ficam aflitos e a se questionar, mas esperando uma resposta negativa.
Então foco da cena faz convergir a nossa atenção para a figura de Judas, que
faz a mesma pergunta e também espera uma resposta negativa, como que para
encobrir ou disfarçar aquilo que o aproximava dos hipócritas que controlavam a
religião e o templo. Ele não chama Jesus de Senhor mas de mestre, desobedecendo
a proibição de Jesus.
(Itacir Brassiani msf)
Pensamento da Fraternidade 2021
“A
consequência da adesão de Jesus Cristo ao projeto de Aliança com Deus foi a
condenação à morte, pois seu modo fiel de viver a Palavra o colocou em
contradição com os poderes de seu tempo. Mesmo sendo próximos a Jesus,
aqueles discípulos (de Emaús) não conseguem compreender os fatos. Por vezes,
estamos sujeitos ao mesmo risco: diante dos sinais de morte e com tanta
informação, ficamos desorientados e
incapazes de interpretar a realidade na qual estamos inseridos”. (Texto-Base,
§ 46)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante
da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida
cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família,
em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em
tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições
à convivência e à movimentação social, a Leitura
Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais
e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os
textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária.
Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham
uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos
que agradam mais.
Que
a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS
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